AJS: há 25 anos, jovens evangelizando jovens

Domingo, 20 Agosto 2023 17:43 Escrito por  Camila Santos
Criada no Brasil em 1998, a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) tem, entre seus objetivos, reunir os grupos de jovens inspirados na espiritualidade salesiana e impulsionar o protagonismo juvenil em ações eclesiais, políticas e sociais.  

Neste ano, a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) completa 25 anos. Criada em 1998, durante o Encontro Nacional de Jovens Salesianos, em São Paulo, o movimento nasceu com o intuito de articular os diferentes grupos de jovens que se identificam com a Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS). Ao longo dos anos, a AJS cresceu e se transformou numa grande rede de apoio mútuo que visa, entre outras coisas, o protagonismo e o engajamento juvenil em ações eclesiais, políticas e sociais.

Para falar sobre os 25 anos da AJS, o Boletim Salesiano convidou a jovem Mariana Aparecida de Almeida Souza, atual presidente do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (CNAJS). Nesta entrevista, Mariana fala sobre as principais conquistas do movimento, o impacto da pandemia da Covid-19 nas ações da AJS e as metas para os próximos anos.

 

A Articulação da Juventude Salesiana está completando 25 anos. O que esta data representa para o movimento?

Mariana Aparecida de Almeida Souza – Completar 25 anos de existência, em um país tão grande e diverso, é motivo de muita alegria. Os últimos dez anos trouxeram grandes avanços em nossa caminhada, marcados pela Jornada Mundial da Juventude, em 2013, onde passamos a observar maior protagonismo juvenil, com os jovens à frente do movimento. Não podemos deixar de citar os três últimos anos, os da pandemia da Covid-19, tempos que nos trouxeram muitos questionamentos, observações; e, agora, estamos tomando novo folego e repensando “Qual AJS queremos?”.

Creio que a maior conquista da AJS são os próprios jovens evangelizando outros jovens. Ao longo de nossa caminhada fomos nos fortalecendo, aumentando nossas bases para que pudéssemos ter grupos de jovens ativos. Nosso último congresso nacional, que ocorreu em Brasília, DF, totalmente pensado e organizado pela juventude salesiana, marcou um novo tempo de protagonismo. Durante a pandemia, não nos deixamos desanimar, apesar de grupos impossibilitados de contato, mantivemos reuniões, ainda que remotas. Ao longo desses anos conquistamos espaço, responsabilidade, protagonismo juvenil, realizamos congressos nacionais e locais, finalizamos nosso manual de identidade da logo da AJS (em parceria com todos os jovens do Brasil, através de questionário on-line), construímos nosso site ajsbrasil.org.br, nos tornamos uma associação e percebemos que nosso caminho não é burocrático, temos a missão de evangelizar e com isso desfizemos a associação, um caminho de muito discernimento. Não podemos esquecer de nossas parcerias com a Rede Salesiana Brasil durante a pandemia com as lives.

 

 

Quais iniciativas estão sendo pensadas para este ano celebrativo?

Mariana – Foi proposto pelo Conselho Nacional da AJS (CNAJS) que durante esse ano comemorativo aconteçam encontros locais (inspetoriais ou inter-inspetoriais). Infelizmente, pelas muitas incertezas que nos cercavam por conta da pandemia da Covid-19, não foi possível planejar um encontro presencial nacional. Depois de muita troca e discernimento, percebemos que nossos jovens estão sedentos por partilhas e, principalmente, necessitam de escuta, por isso a sugestão de encontros locais. Sugerimos que os documentos do Papa Francisco, sempre que possível, façam parte das formações e reflexões, focando em conteúdos relativos ao carisma salesiano – Vocação, Sinodalidade e Ecologia integral. Pensando em unidade, lançamos um Guia de Identidade com arte aberta em comemoração aos 25 anos. Recordamos durante todo o processo de preparo e envio de materiais que não estamos planejando “um dia” festivo, mas um período festivo, onde celebraremos, com nosso modo próprio de ser, essa marca tão especial para nós.

 

Como a AJS está estruturada atualmente?

Mariana – Atualmente somos organizados em grupos locais, inspetoriais e o nacional. Agora o CNAJS conta com a participação de dez jovens, representando as dez inspetorias brasileiras, sendo seis dos Salesianos de Dom Bosco (SDB) e quatro das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

O papel do CNAJS é pensar na juventude como um todo, fortalecendo a articulação entre jovens e evangelização com a Espiritualidade Salesiana, sempre em parceria com as FMA e os SDB. Nossas atividades estão voltadas ao acompanhamento dos grupos inspetoriais e locais, partilhando ideias e sugestões para que possamos melhorar a comunicação, e evangelização dos grupos e propor ações que integrem todos os jovens.

 

Você integra a presidência do conselho desde 2019, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. Como tem sido essa experiência?

Mariana – Estar na AJS tornou-se meu projeto de vida. Nunca imaginei fazer parte do Nacional, sempre fui participante ativa dentro dos grupos jovens, entretanto muito tímida. Até hoje tenho pânico de precisar usar o microfone (esqueço até meu nome - riso de nervoso). Conheci as FMA em uma missão juvenil que ocorreu em minha cidade em 2015 e, desde então, nunca mais estive longe da AJS, foi amor à primeira missão. Fazer parte do Conselho Nacional requer compromisso, dedicação e comprometimento, é uma escolha de vida. Hoje, aos 30 anos, encontro-me em processo de finalização de coordenação junto aos amigos conselheiros. É um ciclo que está se encerrando, mas seguirei acompanhando e assessorando, sempre que necessário. Digo que foi uma jornada muito boa, embora não tão simples. Conheci muitas pessoas, fiz amigos e aprendi muito. Sou muito feliz fazendo parte dessa família.

 

Como é para vocês integrar e animar uma juventude tão diversificada, tendo em vista as diferentes regiões?

Mariana – É o famoso “se der medo, vai com medo mesmo”, a diversidade é gigantesca. Brinco que cada região de nosso país é “um novo país”, é de uma riqueza cultural inenarrável e pensar nesses grupos é desafiador e encantador. Quanto aprendemos em nossas reuniões e trocas! Sempre iniciamos nossas assembleias com a partilha dos locais, os conselheiros dividem o que está se passando em sua realidade, como são os jovens e suas participações e podemos perceber a riqueza que temos. Sentimo-nos muito especiais e com uma baita responsabilidade. Temos o privilégio de contar com conselheiros de todas as regiões, o que amplia nosso modo de pensar e de propor ações. Cada região é única, nem sempre é possível realizar a mesma dinâmica em todo o país. É lindo pensar em grupo e muito desafiador, nos faz crescer demais.

 

A pandemia da Covid-19 impactou as ações da AJS?

Mariana – Sem dúvida influenciou demais. Todos os nossos grupos foram impedidos de manter suas ações pastorais, todas as atividades precisaram se tornar remotas. De início tudo fluía, acreditávamos que seria um breve momento, mas com o passar dos meses tudo foi ficando mais delicado, os jovens passaram a não querer mais o remoto, pois passavam horas em frente ao computador, tinham seus afazeres diários (trabalho, escola, faculdade, missas, encontros de grupos). Para tentar integrar e diversificar os encontros fizemos uma parceria com a comunicação da Rede Salesiana Brasil para os encontros on-line com jovens de todas as regiões do Brasil. Até apresentações culturais fizemos, sempre com pouquíssimos jovens nas gravações, por conta dos cuidados e proteções contra a disseminação da Covid-19. Mesmo com todos os esforções e criatividade, com o passar dos meses alguns grupos foram se desfazendo e nem todos os locais têm acesso a uma rede de dados que suporte encontros remotos, sem contar no esgotamento psicológico e nas perdas familiares...

 

Quais são as expectativas para a AJS nos próximos anos?

Mariana – Nossas metas são a reestruturação dos grupos de base, especialmente os que se desfizeram na pandemia e os associados às FMA, que com a nova configuração estão se reorganizando. Estamos empenhados nas ações pastorais, nas formas de atrair os jovens e disseminar os ensinamentos propostos por Dom Bosco e Madre Mazzarello. Inclusive, atualmente, estamos refletindo e vivenciando um momento de escuta, estudo e planejamento, visando definir a missão e o formato mais adequado para a animação pastoral brasileira nos próximos anos.

 

Se algum jovem deseja fazer parte da AJS, o que ele deve fazer?

Mariana – Todo e qualquer jovem pode pertencer à AJS. Basta ser um grupo articulado a nós. Para fazer parte da AJS podem buscar as paróquias salesianas, escolas ou projetos sociais dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora.

Para saber mais sobre a AJS nas redes sociais, acesse: @ajs.brasil

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AJS: há 25 anos, jovens evangelizando jovens

Domingo, 20 Agosto 2023 17:43 Escrito por  Camila Santos
Criada no Brasil em 1998, a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) tem, entre seus objetivos, reunir os grupos de jovens inspirados na espiritualidade salesiana e impulsionar o protagonismo juvenil em ações eclesiais, políticas e sociais.  

Neste ano, a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) completa 25 anos. Criada em 1998, durante o Encontro Nacional de Jovens Salesianos, em São Paulo, o movimento nasceu com o intuito de articular os diferentes grupos de jovens que se identificam com a Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS). Ao longo dos anos, a AJS cresceu e se transformou numa grande rede de apoio mútuo que visa, entre outras coisas, o protagonismo e o engajamento juvenil em ações eclesiais, políticas e sociais.

Para falar sobre os 25 anos da AJS, o Boletim Salesiano convidou a jovem Mariana Aparecida de Almeida Souza, atual presidente do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (CNAJS). Nesta entrevista, Mariana fala sobre as principais conquistas do movimento, o impacto da pandemia da Covid-19 nas ações da AJS e as metas para os próximos anos.

 

A Articulação da Juventude Salesiana está completando 25 anos. O que esta data representa para o movimento?

Mariana Aparecida de Almeida Souza – Completar 25 anos de existência, em um país tão grande e diverso, é motivo de muita alegria. Os últimos dez anos trouxeram grandes avanços em nossa caminhada, marcados pela Jornada Mundial da Juventude, em 2013, onde passamos a observar maior protagonismo juvenil, com os jovens à frente do movimento. Não podemos deixar de citar os três últimos anos, os da pandemia da Covid-19, tempos que nos trouxeram muitos questionamentos, observações; e, agora, estamos tomando novo folego e repensando “Qual AJS queremos?”.

Creio que a maior conquista da AJS são os próprios jovens evangelizando outros jovens. Ao longo de nossa caminhada fomos nos fortalecendo, aumentando nossas bases para que pudéssemos ter grupos de jovens ativos. Nosso último congresso nacional, que ocorreu em Brasília, DF, totalmente pensado e organizado pela juventude salesiana, marcou um novo tempo de protagonismo. Durante a pandemia, não nos deixamos desanimar, apesar de grupos impossibilitados de contato, mantivemos reuniões, ainda que remotas. Ao longo desses anos conquistamos espaço, responsabilidade, protagonismo juvenil, realizamos congressos nacionais e locais, finalizamos nosso manual de identidade da logo da AJS (em parceria com todos os jovens do Brasil, através de questionário on-line), construímos nosso site ajsbrasil.org.br, nos tornamos uma associação e percebemos que nosso caminho não é burocrático, temos a missão de evangelizar e com isso desfizemos a associação, um caminho de muito discernimento. Não podemos esquecer de nossas parcerias com a Rede Salesiana Brasil durante a pandemia com as lives.

 

 

Quais iniciativas estão sendo pensadas para este ano celebrativo?

Mariana – Foi proposto pelo Conselho Nacional da AJS (CNAJS) que durante esse ano comemorativo aconteçam encontros locais (inspetoriais ou inter-inspetoriais). Infelizmente, pelas muitas incertezas que nos cercavam por conta da pandemia da Covid-19, não foi possível planejar um encontro presencial nacional. Depois de muita troca e discernimento, percebemos que nossos jovens estão sedentos por partilhas e, principalmente, necessitam de escuta, por isso a sugestão de encontros locais. Sugerimos que os documentos do Papa Francisco, sempre que possível, façam parte das formações e reflexões, focando em conteúdos relativos ao carisma salesiano – Vocação, Sinodalidade e Ecologia integral. Pensando em unidade, lançamos um Guia de Identidade com arte aberta em comemoração aos 25 anos. Recordamos durante todo o processo de preparo e envio de materiais que não estamos planejando “um dia” festivo, mas um período festivo, onde celebraremos, com nosso modo próprio de ser, essa marca tão especial para nós.

 

Como a AJS está estruturada atualmente?

Mariana – Atualmente somos organizados em grupos locais, inspetoriais e o nacional. Agora o CNAJS conta com a participação de dez jovens, representando as dez inspetorias brasileiras, sendo seis dos Salesianos de Dom Bosco (SDB) e quatro das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

O papel do CNAJS é pensar na juventude como um todo, fortalecendo a articulação entre jovens e evangelização com a Espiritualidade Salesiana, sempre em parceria com as FMA e os SDB. Nossas atividades estão voltadas ao acompanhamento dos grupos inspetoriais e locais, partilhando ideias e sugestões para que possamos melhorar a comunicação, e evangelização dos grupos e propor ações que integrem todos os jovens.

 

Você integra a presidência do conselho desde 2019, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. Como tem sido essa experiência?

Mariana – Estar na AJS tornou-se meu projeto de vida. Nunca imaginei fazer parte do Nacional, sempre fui participante ativa dentro dos grupos jovens, entretanto muito tímida. Até hoje tenho pânico de precisar usar o microfone (esqueço até meu nome - riso de nervoso). Conheci as FMA em uma missão juvenil que ocorreu em minha cidade em 2015 e, desde então, nunca mais estive longe da AJS, foi amor à primeira missão. Fazer parte do Conselho Nacional requer compromisso, dedicação e comprometimento, é uma escolha de vida. Hoje, aos 30 anos, encontro-me em processo de finalização de coordenação junto aos amigos conselheiros. É um ciclo que está se encerrando, mas seguirei acompanhando e assessorando, sempre que necessário. Digo que foi uma jornada muito boa, embora não tão simples. Conheci muitas pessoas, fiz amigos e aprendi muito. Sou muito feliz fazendo parte dessa família.

 

Como é para vocês integrar e animar uma juventude tão diversificada, tendo em vista as diferentes regiões?

Mariana – É o famoso “se der medo, vai com medo mesmo”, a diversidade é gigantesca. Brinco que cada região de nosso país é “um novo país”, é de uma riqueza cultural inenarrável e pensar nesses grupos é desafiador e encantador. Quanto aprendemos em nossas reuniões e trocas! Sempre iniciamos nossas assembleias com a partilha dos locais, os conselheiros dividem o que está se passando em sua realidade, como são os jovens e suas participações e podemos perceber a riqueza que temos. Sentimo-nos muito especiais e com uma baita responsabilidade. Temos o privilégio de contar com conselheiros de todas as regiões, o que amplia nosso modo de pensar e de propor ações. Cada região é única, nem sempre é possível realizar a mesma dinâmica em todo o país. É lindo pensar em grupo e muito desafiador, nos faz crescer demais.

 

A pandemia da Covid-19 impactou as ações da AJS?

Mariana – Sem dúvida influenciou demais. Todos os nossos grupos foram impedidos de manter suas ações pastorais, todas as atividades precisaram se tornar remotas. De início tudo fluía, acreditávamos que seria um breve momento, mas com o passar dos meses tudo foi ficando mais delicado, os jovens passaram a não querer mais o remoto, pois passavam horas em frente ao computador, tinham seus afazeres diários (trabalho, escola, faculdade, missas, encontros de grupos). Para tentar integrar e diversificar os encontros fizemos uma parceria com a comunicação da Rede Salesiana Brasil para os encontros on-line com jovens de todas as regiões do Brasil. Até apresentações culturais fizemos, sempre com pouquíssimos jovens nas gravações, por conta dos cuidados e proteções contra a disseminação da Covid-19. Mesmo com todos os esforções e criatividade, com o passar dos meses alguns grupos foram se desfazendo e nem todos os locais têm acesso a uma rede de dados que suporte encontros remotos, sem contar no esgotamento psicológico e nas perdas familiares...

 

Quais são as expectativas para a AJS nos próximos anos?

Mariana – Nossas metas são a reestruturação dos grupos de base, especialmente os que se desfizeram na pandemia e os associados às FMA, que com a nova configuração estão se reorganizando. Estamos empenhados nas ações pastorais, nas formas de atrair os jovens e disseminar os ensinamentos propostos por Dom Bosco e Madre Mazzarello. Inclusive, atualmente, estamos refletindo e vivenciando um momento de escuta, estudo e planejamento, visando definir a missão e o formato mais adequado para a animação pastoral brasileira nos próximos anos.

 

Se algum jovem deseja fazer parte da AJS, o que ele deve fazer?

Mariana – Todo e qualquer jovem pode pertencer à AJS. Basta ser um grupo articulado a nós. Para fazer parte da AJS podem buscar as paróquias salesianas, escolas ou projetos sociais dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora.

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