O mês de agosto é tradicionalmente dedicado às vocações e tem, a cada semana, um foco de atenção. No primeiro domingo do Mês Vocacional é lembrada a vocação ao ministério ordenado. No segundo domingo, junto à celebração do Dia dos Pais, é recordada a vocação ao matrimônio e à paternidade/maternidade. A terceira semana é dedicada à vocação para a vida religiosa e consagrada. E a última semana do mês enfatiza os vários ministérios da Igreja e, em especial, a catequese, com a celebração do Dia do Catequista.
Para falar sobre a vocação do catequista, convidamos Maria José Lopes de Souza, catequista na Paróquia São José, na Diocese de Ji-Paraná, RO. Com 51 anos de idade e 36 anos de serviço à catequese, ela nos conta sobre como vivencia e aprimora diariamente essa vocação.
Ser catequista é uma vocação? Como você sentiu este chamado?
Maria José Lopes de Souza – Desde criança tive uma ligação especial com a Igreja e sempre senti um grande amor por servir a Deus e aos outros. Percebi o chamado à vocação de catequista aos 14 anos, na comunidade Nossa Senhora das Dores (comunidade da zona rural da Paróquia São José, Diocese de Ji-Paraná, RO), durante os encontros de catequese da preparação para receber o Sacramento da Crisma. No início, fui chamada para auxiliar na catequese e, ao aceitar o convite, mergulhei de corpo e alma nessa missão.
Você sempre trabalhou com adolescentes e jovens? Qual é o maior desafio nessa missão?
Maria José – Ao longo dessa caminhada, tive o privilégio de acompanhar de perto o crescimento espiritual e o amadurecimento na fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos, mas o maior tempo em minha missão foi com adolescentes e jovens. O maior desafio é evangelizar o catequizando para que tenha tempo para Deus em meio ao individualismo e ao mundo competitivo em que vivemos.
A catequese de Iniciação à Vida Cristã (ICV) é uma metodologia recente. Como você se sente ao desenvolver sua missão como mistagoga da fé?
Maria José – A catequese de Iniciação à Vida Cristã me ajudou a crescer como pessoa e como cristã. A cada passo sou motivada a aprofundar minha fé e a buscar respostas para minhas dúvidas ou as dos catequizandos. Cada encontro me faz refletir sobre a minha vida para, assim, ser testemunho para os jovens.
A catequese tem ajudado você a viver de forma mais comprometida a fé e o caminho de santidade?
Maria José – Em meio aos desafios e dificuldades que enfrento como catequista, a vida em comunidade me fortalece e amadurece o chamado à missão para colaborar na construção do Reino de Deus. Ser catequista me encanta sempre mais, me dando a certeza de que é isso que busco.
Que conselho você daria às novas gerações de catequistas?
Maria José – O chamado para a missão é pessoal e Deus chama a todos. A vocação é gratificante, porém não é um caminho fácil. Ser catequista é um jeito de responder a esse chamado, mas precisamos estar atentos para ouvir a voz de Deus e para colocarmo-nos a caminho, na certeza de que Ele nos guia e capacita da melhor forma possível.