Cultura Vocacional e catecumenato: Jesus nos assombra

Quarta, 16 Mai 2018 13:28 Escrito por 
Cultura Vocacional e catecumenato: Jesus nos assombra iStock.com
É preciso retomar os textos das Escrituras para, como os primeiros cristãos, nos sentirmos “assombrados com a pessoa de Jesus, atraídos por suas palavras e marcados por seus gestos”.  

Na tentativa de criar uma cultura vocacional em nossas comunidades é preciso ir ao poço fundante de nossa fé, ou seja, o testemunho daqueles que acreditaram e narraram suas experiências. Isso é fundamental, pois os textos das Escrituras não foram escritos para pessoas que não acreditam, com o intuito de converter, mas por homens e mulheres assombrados com a pessoa de Jesus, atraídos por suas palavras e marcados por seus gestos (DAp, 21). O documento deAparecida nos ajuda a fazer esse mergulho mistagógico-catecumenal tendo a Escritura como base fundamental.

 

Atraídos por suas palavras

É fato que os primeiros cristãos ficaram impactados com as palavras de Jesus. Tanto é assim que aqueles ouvintes comentavam entre si. Sentiam, enquanto ele falava, o coração se aquecer. Era algo novo, vindo de uma autoridade pessoal, sem intermediários. Jesus não falava sobre uma pessoa, ele era a pessoa em questão.

 

Quando ele mesmo pergunta “quem sou eu para o povo?”, a resposta dos discípulos se mistura a muitas experiências. Achavam que ele era Elias, Jeremias, João Batista ou algum profeta. Ele, porém, retorna a pergunta ao grupo de seguidores “e para vocês quem sou eu?”. A reposta de Pedro, como representante da comunidade, é taxativa: “Tu és o Filho de Deus bendito”, ou seja, tu és o Messias. Esta expressão, que brota de uma comunidade atraída pelas palavras de Jesus, testemunha o conhecimento que vai se realizando entre eles, na medida em que conhecem Jesus. É um catecumenato.

 

Marcados por seus gestos

Jesus revela em seus gestos o significado de suas palavras. Quando perdoa os pecados e cura, ele mostra que não veio para condenar ou negligenciar o pecador, mas sim para libertá-lo de todo mal. O perdão dos pecados era a manifestação da misericórdia do Pai e a cura física, um dos efeitos da criação que continuava acontecendo na história das pessoas.

 

Os milagres, que por um tempo foram desprestigiados pela teologia, ganham grande significado quando imaginamos que mais da metade das narrativas dos Evangelhos são milagres. São gestos de Jesus que curam os cegos e os coxos, multiplicam os pães e os peixes, expulsam demônios etc. Gestos que impactavam na vida das pessoas, sobretudo dos discípulos que o consideravam como um homem grande em obras e palavras.

 

Assombrados com sua presença

Nada sabemos sobre a forma física de Jesus. Não sabemos se era baixo, alto, gordo, magro, de bela estatura ou não. O que sabemos é que sua presença era marcante. As pessoas ficavam assombradas com ele, com sua forte autoridade, tanto é assim que os sacerdotes perguntam: “de onde provém tua autoridade?”. Jesus, com certeza não passava despercebido no meio da multidão.

 

Ele causava um grande impacto, também, porque era seguido por numerosas pessoas. Ele foi um líder que andava de cidade em cidade pregando, entrava nas casas, comia com todos, não excluía ninguém de sua convivência. Recebia, inclusive, pessoas influentes que o procuravam na escuridão da noite, como Nicodemos. Abordava as pessoas para um diálogo significativo, como fez com a Samaritana e com Zaqueu. De fato, Jesus era um homem que causava grande assombro. Inclusive Pilatos ficou embasbacado diante dEle. Herodes queria vê-lo, tinha curiosidade de estar frente a frente com Jesus.

 

Hoje somos nós os atraídos, os impactados com suas palavras e gestos, assombrados com sua presença nas Escrituras, na Eucaristia, nos Sacramentos, na comunidade. Os primeiros cristãos assim experimentaram Jesus e hoje somos nós as testemunhas de tal encontro.

 

A cultura vocacional catecumenal é isso. Provocar nos jovens uma atração que não deixe margem para o medo e suscite a generosidade da resposta.

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Última modificação em Quinta, 17 Mai 2018 13:29

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É preciso retomar os textos das Escrituras para, como os primeiros cristãos, nos sentirmos “assombrados com a pessoa de Jesus, atraídos por suas palavras e marcados por seus gestos”.  

Na tentativa de criar uma cultura vocacional em nossas comunidades é preciso ir ao poço fundante de nossa fé, ou seja, o testemunho daqueles que acreditaram e narraram suas experiências. Isso é fundamental, pois os textos das Escrituras não foram escritos para pessoas que não acreditam, com o intuito de converter, mas por homens e mulheres assombrados com a pessoa de Jesus, atraídos por suas palavras e marcados por seus gestos (DAp, 21). O documento deAparecida nos ajuda a fazer esse mergulho mistagógico-catecumenal tendo a Escritura como base fundamental.

 

Atraídos por suas palavras

É fato que os primeiros cristãos ficaram impactados com as palavras de Jesus. Tanto é assim que aqueles ouvintes comentavam entre si. Sentiam, enquanto ele falava, o coração se aquecer. Era algo novo, vindo de uma autoridade pessoal, sem intermediários. Jesus não falava sobre uma pessoa, ele era a pessoa em questão.

 

Quando ele mesmo pergunta “quem sou eu para o povo?”, a resposta dos discípulos se mistura a muitas experiências. Achavam que ele era Elias, Jeremias, João Batista ou algum profeta. Ele, porém, retorna a pergunta ao grupo de seguidores “e para vocês quem sou eu?”. A reposta de Pedro, como representante da comunidade, é taxativa: “Tu és o Filho de Deus bendito”, ou seja, tu és o Messias. Esta expressão, que brota de uma comunidade atraída pelas palavras de Jesus, testemunha o conhecimento que vai se realizando entre eles, na medida em que conhecem Jesus. É um catecumenato.

 

Marcados por seus gestos

Jesus revela em seus gestos o significado de suas palavras. Quando perdoa os pecados e cura, ele mostra que não veio para condenar ou negligenciar o pecador, mas sim para libertá-lo de todo mal. O perdão dos pecados era a manifestação da misericórdia do Pai e a cura física, um dos efeitos da criação que continuava acontecendo na história das pessoas.

 

Os milagres, que por um tempo foram desprestigiados pela teologia, ganham grande significado quando imaginamos que mais da metade das narrativas dos Evangelhos são milagres. São gestos de Jesus que curam os cegos e os coxos, multiplicam os pães e os peixes, expulsam demônios etc. Gestos que impactavam na vida das pessoas, sobretudo dos discípulos que o consideravam como um homem grande em obras e palavras.

 

Assombrados com sua presença

Nada sabemos sobre a forma física de Jesus. Não sabemos se era baixo, alto, gordo, magro, de bela estatura ou não. O que sabemos é que sua presença era marcante. As pessoas ficavam assombradas com ele, com sua forte autoridade, tanto é assim que os sacerdotes perguntam: “de onde provém tua autoridade?”. Jesus, com certeza não passava despercebido no meio da multidão.

 

Ele causava um grande impacto, também, porque era seguido por numerosas pessoas. Ele foi um líder que andava de cidade em cidade pregando, entrava nas casas, comia com todos, não excluía ninguém de sua convivência. Recebia, inclusive, pessoas influentes que o procuravam na escuridão da noite, como Nicodemos. Abordava as pessoas para um diálogo significativo, como fez com a Samaritana e com Zaqueu. De fato, Jesus era um homem que causava grande assombro. Inclusive Pilatos ficou embasbacado diante dEle. Herodes queria vê-lo, tinha curiosidade de estar frente a frente com Jesus.

 

Hoje somos nós os atraídos, os impactados com suas palavras e gestos, assombrados com sua presença nas Escrituras, na Eucaristia, nos Sacramentos, na comunidade. Os primeiros cristãos assim experimentaram Jesus e hoje somos nós as testemunhas de tal encontro.

 

A cultura vocacional catecumenal é isso. Provocar nos jovens uma atração que não deixe margem para o medo e suscite a generosidade da resposta.

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