Jéssika é paratleta no esporte de bochas, modalidade que pratica há mais de um ano na APARN (Associação Paradesportiva do Rio Grande do Norte), entidade que tem entre os seus objetivos estimular a prática do paradesporto em âmbito estadual. A chegada de Jéssika à APARN ocorreu de modo inusitado, por meio da diretora de Marketing da instituição, Ana Cláudia Albuquerque. “Um dia nós estávamos passeando no shopping e a diretora da APARN nos viu, se aproximou e nos disse que a associação tinha um esporte para cadeirante. Levamos a Jéssika no local e constatamos que este era um esporte adaptável à realidade dela”, relembra o pai da paratleta, Josenildo Azevedo, que há algum tempo já pretendia incluir a filha em alguma modalidade esportiva.
Incentivo
Atualmente Jéssika pratica bocha uma vez por semana, por duas horas. Totalmente adaptada ao esporte, a jovem já participa de algumas competições como o Open Nordeste de Bocha Paralímpica 2016 e se prepara para um torneio escolar no fim do ano, quando representará o Colégio Dom Bosco de Parnamirim. O incentivo para continuar treinando vem da família e da escola, onde Jéssika estuda desde o quarto ano do Ensino Fundamental I. É lá também que Jéssika supre as curiosidades dos seus colegas de classe em relação à bocha e aprende História, a sua matéria preferida.
Entre os sonhos da jovem atleta estão um dia participar de uma Paralimpíada e daqui a quatro anos estar presente no Campeonato Brasileiro de Bochas, o campeonato mais importante do calendário nacional da bocha - sonho este que é compartilhado com o seu pai: “Este é um desejo nosso, porque eu também quero muito que a minha filha um dia participe deste campeonato e a partir dele possa conhecer outras regiões do Brasil e até outros países”.
Para Josenildo, um dos ganhos que o esporte trouxe para a vida da filha foi a conquista da autoestima e da determinação. “O esporte em si trabalha muito a autoestima, a vontade de vencer e isso faz com que a pessoa tenha mais motivação e eu acredito que a Jéssika se desenvolveu muito nesses aspectos”.
Esporte adaptado
A bocha adaptada consiste em lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de bolim. Competem na bocha paralímpica paralisados cerebrais severos, portadores de distrofia muscular e tetraplégicos que utilizem cadeira de rodas. É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio - como calhas adaptadas, por exemplo – para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte: individual, duplas ou equipes.
A Tocha
A Tocha Paralimpíca passará por cinco cidades, no período de 1º de setembro, em local ainda indefinido, até o dia 7, quando a pira paralímpica for acesa na cerimônia de abertura no Maracanã.
A Tocha Paralímpica foi criada a partir dos mesmos conceitos da Tocha Olímpica, celebrando paixão e transformação, valores fundamentais dos Jogos Rio 2016. Elas se parecem e revelam suas diferenças apenas quando abertas. Os relevos sinuosos representam pontos altos e baixos na vida dos atletas. O movimento ascendente dá ideia da expansão dos limites do corpo humano. Há símbolos como o calçadão de Copacabana, a ondulação do mar e dos contornos de montanhas do Rio de Janeiro. O ponto mais alto, com a chama, representa o sol e o ouro Olímpico.No topo, em braile, está escrito "inspiração, determinação, igualdade e coragem".