Reitor-mor
Quarta, 04 Setembro 2013 19:39

Mensagem à Família Salesiana sobre a paz

Escrito por
Acolhendo e relançando o convite à oração e ao jejum pela paz, lançado pelo Papa Francisco, o Reitor-Mor, P. Pascual Chávez, publicou ontem uma Carta com que exorta a participar da iniciativa todos os Membros da Família Salesiana (FS).  
Segunda, 02 Setembro 2013 15:55

Dom Bosco conta: Muitas vezes fui instado...

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No artigo de setembro, ele escreve como se fosse Dom Bosco, em primeira pessoa, e conta: “Fui instado muitas vezes a expressar o meu pensamento sobre o chamado Sistema Preventivo, que se costuma praticar em nossas casas”.   Nossa Congregação, aprovada pela Igreja há poucos anos, estava se desenvolvendo como a semente de mostarda de que fala Jesus. Já se dera a primeira expedição missionária em 1875, e se estavam preparando outras. Em novembro de 1875, dois padres iniciaram em Nice uma atividade educativa com o oratório e um internato para aprendizes e estudantes: o Patronato de São Pedro. Os franceses exigiam uma reflexão orgânica sobre as linhas mestras do meu sistema educativo. Saíram nove pequenas páginas de um “esboço”, um canto de amor e de confiança nos jovens. Era a minha profissão de fé no valor da educação. Era o que eu aprendera de minha mãe e bebera no contato com o ambiente agrícola dos Becchi. Valores que trazia em meu coração há mais de 30 anos e que eram o específico do meu apostolado.  
Terça, 13 Agosto 2013 12:00

"O que santifica não é o sofrimento, mas a paciência"

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. Na preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de agosto.   Eu chegara a Grenoble, França, na noite de 12 de maio de 1886, cansado, depois de uma longa viagem que, em três meses me levara de Turim à França e Espanha. Submetera-me a um autêntico tour de force porque, em Roma, paralisava a construção do templo em honra do Sagrado Coração pela falta crônica de dinheiro. Fora amavelmente recebido pelo reitor do seminário que, preocupado com o estado de exaustão em que me encontrava, disse: “Reverendo padre, ninguém melhor do que o senhor sabe o quanto o sofrimento santifica”. Contudo, permiti-me corrigi-lo afirmando que “o que santifica não é o sofrimento, mas a paciência”. Não era apenas uma frase de efeito; era a síntese da minha existência, aos 71 anos que já pesavam às minhas costas e me tinham reduzido a “um homem morto pelo cansaço”, como, poucos dias antes, tinha-me definido o Dr. Combal.  
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de julho.   Quando me despedi dos 10 primeiros missionários que partiam para a Argentina, recordo-me destas palavras: “Damos início a uma grande obra, não porque se acredite converter todo o universo em poucos dias, mas, quem sabe, não seja esta partida como uma semente da qual surja uma grande árvore?...” Vivi em tempos muito difíceis. Era preciso uma boa dose de prudência, de “esperteza” para não piorar as coisas. Muito tato, jogo delicado de diplomacia. Nisso era favorecido pelo meu caráter. Mais do que colidir com os obstáculos, estava pronto a rodeá-los e vencê-los quando dava a impressão de querer desistir.
No encerramento da primeira sessão estiva do Conselho Geral, realizada nesta segunda-feira, 03 de junho, em Roma, Itália, o reitor-mor dos salesianos, padre Pascual Chávez, anunciou o tema da Estreia para 2014: “apropriemo-nos da experiência espiritual de Dom Bosco, para caminhar na santidade segundo a nossa vocação específica”. Depois de conhecer a história e a pedagogia do Santo dos Jovens, o triênio de preparação ao Bicentenário de Nascimento de Dom Bosco se completa com o tema Espiritualidade.   Padre Pascual Chávez apresentou a citação ao lema da Estreia com um breve texto, no qual ele esclarece que a espiritualidade salesiana como a cristã, “se concentra na caridade. Trata-se neste caso da “caridade pastoral”, ou seja, daquela caridade que nos impele a buscar  “a glória de Deus e a salvação das almas”: “Caritas Christi urget nos” – e, depois, – “A “caridade salesiana” é caridade pastoral, porque busca a salvação das almas; e é caridade educativa, porque encontra na educação o recurso que permite ajudar os jovens a desenvolver todas as suas potencialidades de bem. Deste modo, podem os jovens crescer quais honestos cidadãos, bons cristãos, futuros habitantes do céu”.   “Não basta conhecer os aspectos da vida de Dom Bosco, das suas atividades e também do seu método educativo” – escreve o reitor-mor; e convida a conhecer e a descobrir “a sua profunda vida interior, aquela que se poderia chamar de sua “familiaridade” com Deus”.   São três os conteúdos específicos que a Estreia 2014 irá aprofundar e que esta breve apresentação antecipa: a experiência espiritual de Dom Bosco, a caridade pastoral qual centro e síntese da espiritualidade salesiana e, enfim, a espiritualidade salesiana válida e eficaz para todas as vocações.   O texto integral da apresentação do tema da Estreia 2014 está disponível no site sdb.org e na seção ‘serviço’ da Agência Info Salesiana.   InfoANS
Segunda, 03 Junho 2013 20:37

Dom Bosco conta: Eu sempre precisei de todos

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de junho.   Nasci pobre, contudo pelas minhas mãos passaram somas incríveis, às quais jamais apeguei o coração. Para mim, ser pobre queria dizer ser livre, daquela liberdade verdadeira que o Senhor nos ensinara com o exemplo e as palavras. Livres, não bloqueados! Pobre, como eu era, conheci e frequentei muitos ricos. Tinha uma ideia fixa que nem sempre foi compreendida, antes me suscitou um vespeiro de críticas cansativas e asfixiantes. Dizia e repito: “Não são os ricos que nos fazem a caridade, mas somos nós que a fazemos a eles, dando-lhes a oportunidade de fazer um pouco de bem”. Mais claro do que isso... Eu estava convencido de que “aos senhores, nunca há alguém que ouse dizer a verdade”.  
  Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de maio.   Graças também à presença materna de minha mãe na antiga casa Pinardi (onde teve início a obra salesiana), havia um estilo simples de relações humanas, feito de calor paciente, compreensão e correção, em perfeito estilo de família. Com tantos em casa, a disciplina era necessária para que tudo não acabasse em confusão incontrolável. Disciplina reduzida ao mínimo, mas “acordos claros e amizade longa” como ela, em sua inata sabedoria popular, condensava as suas conclusões.  
  Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens. Veja o artigo referente ao mês de abril.   Eu era um garotinho vivo e atento que, com permissão de minha mãe, ia às várias festas campestres nas quais se apresentavam saltimbancos e ilusionistas. Punha-me sempre na primeira fileira, atento aos movimentos com que procuravam distrair os espectadores. Aos poucos, eu conseguia descobrir os seus truques; voltando para casa, repetia-os por horas a fio. Com frequência, porém, os movimentos não produziam o efeito desejado. Não foi fácil caminhar sobre aquela bendita corda suspensa entre duas árvores! Quantas quedas, quantos joelhos esfolados! E, muitas vezes, vinha-me a vontade de deixar tudo prá lá... Depois, recomeçava suado, cansado e, às vezes, também angustiado. Depois, aos poucos, conseguia equilibrar-me; sentia as plantas dos pés descalços aderirem à corda; tornava-me uma só coisa com os movimentos dos pés e, então, divertia-me contente repetindo e inventando outros movimentos. Eis porque, quando falava aos meus meninos, dizia-lhes: “Façamos as coisas fáceis, mas façamo-las com perseverança”. Eis aí a minha pedagogia essencial, fruto de muitas vitórias e de tantas outras derrotas, com a obstinação que era minha característica mais marcante.  
O reitor-mor dos salesianos, padre Pascual Chávez, enviou à Congregação Salesiana uma nova carta circular intitulada: “Vocação e formação: dom e dever”. O documento pretende ilustrar a beleza e as exigências da vocação e formação salesiana, e ao mesmo tempo a atual situação de inconsistência vocacional. A carta se divide em duas partes fundamentais. Consistência e fidelidade vocacionais   O reitor-mor  realça a necessidade de ajudar os jovens irmãos a alcançar a consistência vocacional e ajudar aqueles que já fizeram opções definitivas a viverem a fidelidade vocacional. A fraqueza vocacional evidencia-se especialmente das estatísticas que o reitor-mor deseja tornar conhecidas por toda a Congregação para conscientizá-la dos problemas e ajudá-la assim a assumir responsabilidades.   Evidenciam-se dois aspectos complementares, causas fundamentais de uma inexistente consistência e fidelidade vocacionais:   • uma concepção errada de vocação;  por vezes, se identifica com um projeto pessoal motivado pelas exigências de autorrealização. Ao começar a caminhada da vida consagrada salesiana há, com frequência, motivações não-válidas ou débeis, por vezes também inconscientes; se não se cuida das motivações, será inevitável encaminhar-se para a fragilidade vocacional ou para a infidelidade; • a cultura em que se vive, que oferece oportunidades e também apresenta riscos. É sobretudo a visão antropológica que constitui a um só tempo um recurso e um desafio à caminhada vocacional. Trata-se da exigência de autenticidade, do sentido de liberdade, de historicidade, de contínua busca de experiências, de apreço pelas relações e pela afetividade, de dificuldades para a renúncia e para a fidelidade, em um contexto de pós-modernidade e multiculturalidade. Estes aspectos antropológicos, embora desafiadores, são imprescindíveis para uma vida consagrada que deseje ser plenamente humana e por isso acreditável.   Leia mais clicando aqui   InfoANS   Leia também: Refletir sobre os dados estatísticos de 2012
  Todos os meses, o reitor-mor dos Salesianos escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de nascimento de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens. No artigo do mês de março, Dom Bosco conta:   Era o dia da Páscoa, quando finalmente eu podia dizer aos meus meninos: “Temos uma casa”. Na verdade, era um telheiro baixo e insuficiente, mas era nosso! Acabamos de girar por Turim, em uma “precariedade” cansativa, cheia de incompreensões e desconfianças. A data é muito importante para poder esquecê-la: 12 de abril de 1846! Eu tinha 30 anos, e há cinco era padre. Via as coisas em uma perspectiva iluminada pela confiança na Providência. Lancei-me de cabeça no trabalho: subia pelos precários andaimes dos edifícios em construção para encontrar-me com meus meninos, entrava nas oficinas, nos negócios. Preocupava-me com a sua saúde física; falava com seus patrões, muitas vezes muito desumanos. Era uma relação de amizade e de confiança recíproca que eu criava com todos. A educação não é coisa de um dia, mas exige paciência e muita esperança. Como sabeis, julho é um mês muito quente em Turim. Mas em Valdocco é sufocante. Tudo acontece de modo inesperado. Estava para terminar um domingo cheio de muitas atividades. Improvisamente, caí no chão. Um fluxo de sangue ensopou a poeira e a grama do prado. Depois, perdi os sentidos. Quando me reanimei, percebi que estava na cama: havia muita gente ao redor, e depois chegou um médico. Percebendo a gravidade da situação, obrigou-me ao repouso absoluto. Passou-se uma semana enquanto minhas forças físicas diminuíam sempre mais. Recordo ter visto o médico balançando a cabeça, enquanto dizia: “Talvez não passe desta noite”. No dia seguinte, quase por encanto, acordei. Depois, aos poucos fui recuperando as forças. Meu pensamento voltava-se para os meus meninos. Onde estavam? Retornariam a Valdocco? Mais uma semana. Depois, o domingo. Apoiando-me em uma bengala, desci ao telheiro. Ouvia vozes, gritos de alegria. A cabeça girava pelo esgotamento. Veio-me ao encontro um padre que me estendia a mão. Falou-me dos sacrifícios que os meninos fizeram porque diziam: “Dom Bosco não pode morrer”. Compreendi que eles tinham obtido um verdadeiro milagre. Depois, os maiores me pegaram, obrigaram-me a sentar-me em um cadeirão e me levaram em triunfo. Quando se fez silêncio, eu lhes disse: “Meus caros, rezastes e fizestes muitos sacrifícios para que eu recuperasse a saúde. Obrigado. Eu vos devo a vida. Pois bem: prometo-vos que a viverei toda por vós”. Desde aquele dia, senti-me consagrado à causa dos jovens, para sempre. A lição mais bela e mais convincente foi-me dada pelos meninos! Mas há uma resposta que lhes dei em forma ainda mais clara e convicta. Era o dia 31 de dezembro de 1859: festa de fim de ano. Embora na pobreza crônica de Valdocco, trocávamos pequenos presentes, como se faz em família: uma medalhinha, um lápis, uma borracha... Pequenas coisas, mas dadas de coração. Depois das orações da noite, dirigi-lhes algumas palavras. Também eu queria dar alguma coisa de presente àqueles jovens. E disse: “Meus queridos filhos: sabeis o quanto vos amo no Senhor, e como eu me consagrei inteiramente a fazer-vos o maior bem que puder. Aquele pouco de ciência, aquele pouco de experiência que adquiri, o que sou e o que possuo, eu desejo empregar a vosso serviço. Em qualquer dia e para qualquer coisa tende-me como um capital para vocês, mas especialmente nas coisas da alma. De minha parte, como presente eu me entrego por inteiro a vós; será coisa pequena, mas quando vos dou tudo, isso quer dizer que não reserva nada para mim”. Já havia várias centenas de meninos que estudavam ou aprendiam um ofício. Queria que eles entendessem que o meu estar com eles era fruto de opção irrevogável. Quando lhes dizia: “Nada reservo para mim” era como se dissesse: não penso mais em mim mesmo, entrego-me totalmente a cada um de vós, não me pertenço mais, pertenço somente a vós. Eis o meu segredo revelado. Jamais voltei atrás. Jamais atraiçoei os jovens! Escrevi milhares de cartas. Mas se tivesse que escolher uma delas, que brotou do meu coração, escolheria uma que escrevi aos meus Salesianos e, com eles, aos professores e alunos de Lanzo Torinese. Aqui estão algumas passagens dessa carta: Deixai que eu vos diga, e ninguém se ofenda: vós sois todos uns ladrões; digo e repito: vós me roubastes tudo. Quando fui a Lanzo, me encantastes com a vossa benevolência e cordialidade, prendestes as minhas faculdades da mente com a vossa piedade. Restava-me ainda este pobre coração, do qual não me havíeis roubado todos os afetos. Agora, a vossa carta assinada por 200 mãos amigas e queridas tomaram posse de todo este coração, no qual nada restou, a não ser um vivo desejo de vos amar no Senhor, de vos fazer o bem, de salvar a alma de todos. Era este o meu estilo de falar e escrever aos jovens: com o coração na mão, usando palavras sinceras. Como bom agricultor, aprendera a honrar a palavra dada. E a minha palavra era esta: “Prometi a Deus que até meu último suspiro seria pelos meus pobres jovens”. Sei que o meu segundo sucessor, padre Paulo Albera, escreveu uma belíssima circular: “Dom Bosco educava-nos amando, atraindo, conquistando e transformando”. O meu programa, simples e linear, se expressa em uma frase: “Por estes jovens, faria qualquer sacrifício; para salvá-los, daria de boa vontade também o meu sangue”. Não eram palavras ditas por dizer; era o programa da minha vida! Janeiro de 1888. Mesmo no leito de morte, naquela agitação em que se misturam recordações, afetos, preocupações, temores e esperanças, ainda tive a força de transmitir a um caro salesiano, o padre Bonetti, a minha última mensagem que condensa praticamente toda a minha vida: “Dize aos jovens que os espero a todos no Paraíso”. Era o meu testamento, pois eu os amara até o fim! E os queria comigo, para sempre, também no Paraíso.
Reitor-mor
Quarta, 04 Setembro 2013 19:39

Mensagem à Família Salesiana sobre a paz

Escrito por
Acolhendo e relançando o convite à oração e ao jejum pela paz, lançado pelo Papa Francisco, o Reitor-Mor, P. Pascual Chávez, publicou ontem uma Carta com que exorta a participar da iniciativa todos os Membros da Família Salesiana (FS).  
Segunda, 02 Setembro 2013 15:55

Dom Bosco conta: Muitas vezes fui instado...

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No artigo de setembro, ele escreve como se fosse Dom Bosco, em primeira pessoa, e conta: “Fui instado muitas vezes a expressar o meu pensamento sobre o chamado Sistema Preventivo, que se costuma praticar em nossas casas”.   Nossa Congregação, aprovada pela Igreja há poucos anos, estava se desenvolvendo como a semente de mostarda de que fala Jesus. Já se dera a primeira expedição missionária em 1875, e se estavam preparando outras. Em novembro de 1875, dois padres iniciaram em Nice uma atividade educativa com o oratório e um internato para aprendizes e estudantes: o Patronato de São Pedro. Os franceses exigiam uma reflexão orgânica sobre as linhas mestras do meu sistema educativo. Saíram nove pequenas páginas de um “esboço”, um canto de amor e de confiança nos jovens. Era a minha profissão de fé no valor da educação. Era o que eu aprendera de minha mãe e bebera no contato com o ambiente agrícola dos Becchi. Valores que trazia em meu coração há mais de 30 anos e que eram o específico do meu apostolado.  
Terça, 13 Agosto 2013 12:00

"O que santifica não é o sofrimento, mas a paciência"

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. Na preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de agosto.   Eu chegara a Grenoble, França, na noite de 12 de maio de 1886, cansado, depois de uma longa viagem que, em três meses me levara de Turim à França e Espanha. Submetera-me a um autêntico tour de force porque, em Roma, paralisava a construção do templo em honra do Sagrado Coração pela falta crônica de dinheiro. Fora amavelmente recebido pelo reitor do seminário que, preocupado com o estado de exaustão em que me encontrava, disse: “Reverendo padre, ninguém melhor do que o senhor sabe o quanto o sofrimento santifica”. Contudo, permiti-me corrigi-lo afirmando que “o que santifica não é o sofrimento, mas a paciência”. Não era apenas uma frase de efeito; era a síntese da minha existência, aos 71 anos que já pesavam às minhas costas e me tinham reduzido a “um homem morto pelo cansaço”, como, poucos dias antes, tinha-me definido o Dr. Combal.  
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de julho.   Quando me despedi dos 10 primeiros missionários que partiam para a Argentina, recordo-me destas palavras: “Damos início a uma grande obra, não porque se acredite converter todo o universo em poucos dias, mas, quem sabe, não seja esta partida como uma semente da qual surja uma grande árvore?...” Vivi em tempos muito difíceis. Era preciso uma boa dose de prudência, de “esperteza” para não piorar as coisas. Muito tato, jogo delicado de diplomacia. Nisso era favorecido pelo meu caráter. Mais do que colidir com os obstáculos, estava pronto a rodeá-los e vencê-los quando dava a impressão de querer desistir.
No encerramento da primeira sessão estiva do Conselho Geral, realizada nesta segunda-feira, 03 de junho, em Roma, Itália, o reitor-mor dos salesianos, padre Pascual Chávez, anunciou o tema da Estreia para 2014: “apropriemo-nos da experiência espiritual de Dom Bosco, para caminhar na santidade segundo a nossa vocação específica”. Depois de conhecer a história e a pedagogia do Santo dos Jovens, o triênio de preparação ao Bicentenário de Nascimento de Dom Bosco se completa com o tema Espiritualidade.   Padre Pascual Chávez apresentou a citação ao lema da Estreia com um breve texto, no qual ele esclarece que a espiritualidade salesiana como a cristã, “se concentra na caridade. Trata-se neste caso da “caridade pastoral”, ou seja, daquela caridade que nos impele a buscar  “a glória de Deus e a salvação das almas”: “Caritas Christi urget nos” – e, depois, – “A “caridade salesiana” é caridade pastoral, porque busca a salvação das almas; e é caridade educativa, porque encontra na educação o recurso que permite ajudar os jovens a desenvolver todas as suas potencialidades de bem. Deste modo, podem os jovens crescer quais honestos cidadãos, bons cristãos, futuros habitantes do céu”.   “Não basta conhecer os aspectos da vida de Dom Bosco, das suas atividades e também do seu método educativo” – escreve o reitor-mor; e convida a conhecer e a descobrir “a sua profunda vida interior, aquela que se poderia chamar de sua “familiaridade” com Deus”.   São três os conteúdos específicos que a Estreia 2014 irá aprofundar e que esta breve apresentação antecipa: a experiência espiritual de Dom Bosco, a caridade pastoral qual centro e síntese da espiritualidade salesiana e, enfim, a espiritualidade salesiana válida e eficaz para todas as vocações.   O texto integral da apresentação do tema da Estreia 2014 está disponível no site sdb.org e na seção ‘serviço’ da Agência Info Salesiana.   InfoANS
Segunda, 03 Junho 2013 20:37

Dom Bosco conta: Eu sempre precisei de todos

Escrito por
Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de junho.   Nasci pobre, contudo pelas minhas mãos passaram somas incríveis, às quais jamais apeguei o coração. Para mim, ser pobre queria dizer ser livre, daquela liberdade verdadeira que o Senhor nos ensinara com o exemplo e as palavras. Livres, não bloqueados! Pobre, como eu era, conheci e frequentei muitos ricos. Tinha uma ideia fixa que nem sempre foi compreendida, antes me suscitou um vespeiro de críticas cansativas e asfixiantes. Dizia e repito: “Não são os ricos que nos fazem a caridade, mas somos nós que a fazemos a eles, dando-lhes a oportunidade de fazer um pouco de bem”. Mais claro do que isso... Eu estava convencido de que “aos senhores, nunca há alguém que ouse dizer a verdade”.  
  Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens, a partir de reflexões escritas em primeira pessoa. Veja o artigo de maio.   Graças também à presença materna de minha mãe na antiga casa Pinardi (onde teve início a obra salesiana), havia um estilo simples de relações humanas, feito de calor paciente, compreensão e correção, em perfeito estilo de família. Com tantos em casa, a disciplina era necessária para que tudo não acabasse em confusão incontrolável. Disciplina reduzida ao mínimo, mas “acordos claros e amizade longa” como ela, em sua inata sabedoria popular, condensava as suas conclusões.  
  Todos os meses, o reitor-mor escreve aos leitores do Boletim Salesiano um artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens. Veja o artigo referente ao mês de abril.   Eu era um garotinho vivo e atento que, com permissão de minha mãe, ia às várias festas campestres nas quais se apresentavam saltimbancos e ilusionistas. Punha-me sempre na primeira fileira, atento aos movimentos com que procuravam distrair os espectadores. Aos poucos, eu conseguia descobrir os seus truques; voltando para casa, repetia-os por horas a fio. Com frequência, porém, os movimentos não produziam o efeito desejado. Não foi fácil caminhar sobre aquela bendita corda suspensa entre duas árvores! Quantas quedas, quantos joelhos esfolados! E, muitas vezes, vinha-me a vontade de deixar tudo prá lá... Depois, recomeçava suado, cansado e, às vezes, também angustiado. Depois, aos poucos, conseguia equilibrar-me; sentia as plantas dos pés descalços aderirem à corda; tornava-me uma só coisa com os movimentos dos pés e, então, divertia-me contente repetindo e inventando outros movimentos. Eis porque, quando falava aos meus meninos, dizia-lhes: “Façamos as coisas fáceis, mas façamo-las com perseverança”. Eis aí a minha pedagogia essencial, fruto de muitas vitórias e de tantas outras derrotas, com a obstinação que era minha característica mais marcante.  
O reitor-mor dos salesianos, padre Pascual Chávez, enviou à Congregação Salesiana uma nova carta circular intitulada: “Vocação e formação: dom e dever”. O documento pretende ilustrar a beleza e as exigências da vocação e formação salesiana, e ao mesmo tempo a atual situação de inconsistência vocacional. A carta se divide em duas partes fundamentais. Consistência e fidelidade vocacionais   O reitor-mor  realça a necessidade de ajudar os jovens irmãos a alcançar a consistência vocacional e ajudar aqueles que já fizeram opções definitivas a viverem a fidelidade vocacional. A fraqueza vocacional evidencia-se especialmente das estatísticas que o reitor-mor deseja tornar conhecidas por toda a Congregação para conscientizá-la dos problemas e ajudá-la assim a assumir responsabilidades.   Evidenciam-se dois aspectos complementares, causas fundamentais de uma inexistente consistência e fidelidade vocacionais:   • uma concepção errada de vocação;  por vezes, se identifica com um projeto pessoal motivado pelas exigências de autorrealização. Ao começar a caminhada da vida consagrada salesiana há, com frequência, motivações não-válidas ou débeis, por vezes também inconscientes; se não se cuida das motivações, será inevitável encaminhar-se para a fragilidade vocacional ou para a infidelidade; • a cultura em que se vive, que oferece oportunidades e também apresenta riscos. É sobretudo a visão antropológica que constitui a um só tempo um recurso e um desafio à caminhada vocacional. Trata-se da exigência de autenticidade, do sentido de liberdade, de historicidade, de contínua busca de experiências, de apreço pelas relações e pela afetividade, de dificuldades para a renúncia e para a fidelidade, em um contexto de pós-modernidade e multiculturalidade. Estes aspectos antropológicos, embora desafiadores, são imprescindíveis para uma vida consagrada que deseje ser plenamente humana e por isso acreditável.   Leia mais clicando aqui   InfoANS   Leia também: Refletir sobre os dados estatísticos de 2012
  Todos os meses, o reitor-mor dos Salesianos escreve aos leitores do Boletim Salesianoum artigo para leitura e reflexão. No segundo ano de preparação para o bicentenário de nascimento de Dom Bosco, a proposta é debruçar-se sobre a pedagogia do Santo dos Jovens. No artigo do mês de março, Dom Bosco conta:   Era o dia da Páscoa, quando finalmente eu podia dizer aos meus meninos: “Temos uma casa”. Na verdade, era um telheiro baixo e insuficiente, mas era nosso! Acabamos de girar por Turim, em uma “precariedade” cansativa, cheia de incompreensões e desconfianças. A data é muito importante para poder esquecê-la: 12 de abril de 1846! Eu tinha 30 anos, e há cinco era padre. Via as coisas em uma perspectiva iluminada pela confiança na Providência. Lancei-me de cabeça no trabalho: subia pelos precários andaimes dos edifícios em construção para encontrar-me com meus meninos, entrava nas oficinas, nos negócios. Preocupava-me com a sua saúde física; falava com seus patrões, muitas vezes muito desumanos. Era uma relação de amizade e de confiança recíproca que eu criava com todos. A educação não é coisa de um dia, mas exige paciência e muita esperança. Como sabeis, julho é um mês muito quente em Turim. Mas em Valdocco é sufocante. Tudo acontece de modo inesperado. Estava para terminar um domingo cheio de muitas atividades. Improvisamente, caí no chão. Um fluxo de sangue ensopou a poeira e a grama do prado. Depois, perdi os sentidos. Quando me reanimei, percebi que estava na cama: havia muita gente ao redor, e depois chegou um médico. Percebendo a gravidade da situação, obrigou-me ao repouso absoluto. Passou-se uma semana enquanto minhas forças físicas diminuíam sempre mais. Recordo ter visto o médico balançando a cabeça, enquanto dizia: “Talvez não passe desta noite”. No dia seguinte, quase por encanto, acordei. Depois, aos poucos fui recuperando as forças. Meu pensamento voltava-se para os meus meninos. Onde estavam? Retornariam a Valdocco? Mais uma semana. Depois, o domingo. Apoiando-me em uma bengala, desci ao telheiro. Ouvia vozes, gritos de alegria. A cabeça girava pelo esgotamento. Veio-me ao encontro um padre que me estendia a mão. Falou-me dos sacrifícios que os meninos fizeram porque diziam: “Dom Bosco não pode morrer”. Compreendi que eles tinham obtido um verdadeiro milagre. Depois, os maiores me pegaram, obrigaram-me a sentar-me em um cadeirão e me levaram em triunfo. Quando se fez silêncio, eu lhes disse: “Meus caros, rezastes e fizestes muitos sacrifícios para que eu recuperasse a saúde. Obrigado. Eu vos devo a vida. Pois bem: prometo-vos que a viverei toda por vós”. Desde aquele dia, senti-me consagrado à causa dos jovens, para sempre. A lição mais bela e mais convincente foi-me dada pelos meninos! Mas há uma resposta que lhes dei em forma ainda mais clara e convicta. Era o dia 31 de dezembro de 1859: festa de fim de ano. Embora na pobreza crônica de Valdocco, trocávamos pequenos presentes, como se faz em família: uma medalhinha, um lápis, uma borracha... Pequenas coisas, mas dadas de coração. Depois das orações da noite, dirigi-lhes algumas palavras. Também eu queria dar alguma coisa de presente àqueles jovens. E disse: “Meus queridos filhos: sabeis o quanto vos amo no Senhor, e como eu me consagrei inteiramente a fazer-vos o maior bem que puder. Aquele pouco de ciência, aquele pouco de experiência que adquiri, o que sou e o que possuo, eu desejo empregar a vosso serviço. Em qualquer dia e para qualquer coisa tende-me como um capital para vocês, mas especialmente nas coisas da alma. De minha parte, como presente eu me entrego por inteiro a vós; será coisa pequena, mas quando vos dou tudo, isso quer dizer que não reserva nada para mim”. Já havia várias centenas de meninos que estudavam ou aprendiam um ofício. Queria que eles entendessem que o meu estar com eles era fruto de opção irrevogável. Quando lhes dizia: “Nada reservo para mim” era como se dissesse: não penso mais em mim mesmo, entrego-me totalmente a cada um de vós, não me pertenço mais, pertenço somente a vós. Eis o meu segredo revelado. Jamais voltei atrás. Jamais atraiçoei os jovens! Escrevi milhares de cartas. Mas se tivesse que escolher uma delas, que brotou do meu coração, escolheria uma que escrevi aos meus Salesianos e, com eles, aos professores e alunos de Lanzo Torinese. Aqui estão algumas passagens dessa carta: Deixai que eu vos diga, e ninguém se ofenda: vós sois todos uns ladrões; digo e repito: vós me roubastes tudo. Quando fui a Lanzo, me encantastes com a vossa benevolência e cordialidade, prendestes as minhas faculdades da mente com a vossa piedade. Restava-me ainda este pobre coração, do qual não me havíeis roubado todos os afetos. Agora, a vossa carta assinada por 200 mãos amigas e queridas tomaram posse de todo este coração, no qual nada restou, a não ser um vivo desejo de vos amar no Senhor, de vos fazer o bem, de salvar a alma de todos. Era este o meu estilo de falar e escrever aos jovens: com o coração na mão, usando palavras sinceras. Como bom agricultor, aprendera a honrar a palavra dada. E a minha palavra era esta: “Prometi a Deus que até meu último suspiro seria pelos meus pobres jovens”. Sei que o meu segundo sucessor, padre Paulo Albera, escreveu uma belíssima circular: “Dom Bosco educava-nos amando, atraindo, conquistando e transformando”. O meu programa, simples e linear, se expressa em uma frase: “Por estes jovens, faria qualquer sacrifício; para salvá-los, daria de boa vontade também o meu sangue”. Não eram palavras ditas por dizer; era o programa da minha vida! Janeiro de 1888. Mesmo no leito de morte, naquela agitação em que se misturam recordações, afetos, preocupações, temores e esperanças, ainda tive a força de transmitir a um caro salesiano, o padre Bonetti, a minha última mensagem que condensa praticamente toda a minha vida: “Dize aos jovens que os espero a todos no Paraíso”. Era o meu testamento, pois eu os amara até o fim! E os queria comigo, para sempre, também no Paraíso.