Ele e sua equipe, entretanto, não estavam preparados para o que se deu no ano passado. “No início da epidemia do ebola, as crianças faziam perguntas acerca de sintomas e de medidas de proteção. Desde setembro de 2014 acabamos sendo precisamente um centro de intervenção de crise”, explica o salesiano. No momento estamos lentamente voltando à normalidade.
Com o auxílio de ‘jingles’ radiofônicos e campanhas de sensibilização lançadas em maio de 2014, os pequenos foram encorajados a chamar o número verde, gratuito, 116, a fim de obter informações confiáveis, acerca do ebola. Desde então, a central telefônica da “Don Bosco Child Line 116” recebeu cerca de 25.000 chamadas: em breve tempo os dados foram ganhando importância para a Secretaria de gravação nacional, visto que permitiam uma rápida individuação dos pontos quentes e das regiões de crise.
Consequentemente, o chefe do Departamento para a consultoria telefônica manteve um contato permanente com o Ministério da Saúde e o Ministério para os Negócios Sociais, assim como com o centro de comando para o ebola. Sem contar que as entregas de alimentos às zonas sob quarentena foram organizadas de modo rápido também contatando os colaboradores locais.
Neste sentido, o projeto da Don Bosco Fambul deu nova esperança a crianças e a adolescentes de um dos países mais pobres do mundo, em tempos, com frequência, aparentemente sem esperança.
Assim foi, por exemplo, para a Fatmata e o Samuel. Ambas as crianças haviam perdido os pais pelo ebola. Eles mesmos haviam contraído o vírus... Parentes saquearam suas casas. Esquecidos de todos e sem esperança, iam-se finando num hospital de Port Loko, até que um dia a Fatmata se lembrou que um dos seus professores havia falado da linha de escuta para crianças e adolescentes, da ‘Dom Bosco 116’.
Imediatamente pôs-se em contato com a assistente social da Dom Bosco Fambul e logo lhe foi dada assistência: as crianças foram cuidadas junto ao centro temporário Dom Bosco, situado perto do aeroporto internacional de Freetown.
Fatmata e Samuel já voltaram a algum parente: as casas dos pais foram remanejadas e eles recebem serviços de suporte familiar. E vão à escola.