Os salesianos no Nepal não visam somente a sobrevivência da população, a reconstrução física ou interesses específicos da Congregação Salesiana: seu olhar é amplo e se orienta aos benefícios por oferecer ao povo do lugar, sobretudo, aos pequenos – crianças e adolescentes.
De acordo com o padre Menamparampil, por causa dos terremotos foram destruídas ou gravemente danificadas 4.200 escolas. “Nós achamos que poderemos reconstruir ou restaurar desde um mínimo de 30 a um máximo de 60 delas, ao longo de um ano, a partir do próximo mês de outubro, quando terminar a estação das monções. Não serão escolas salesianas, também porque não teríamos pessoal suficiente. Mas queremos ocupar-nos da formação dos professores: ensinar a não usar punições corporais, ensinar como ser professores melhores, como construir relacionamentos com os jovens, como motivá-los e como estarem eles mesmos mais motivados, visto que no Nepal os professores não gozam de um alto status social”.
A destruição causada pelo terremoto pode tornar-se veículo para reconstruir a mesma sociedade a partir dos jovens: “Pretendemos dar cursos de formação dirigidos diretamente aos alunos, em nossos centros ou nas outras escolas que nos depararmos – explica –. Não se tratará de dar catecismo, mesmo porque os alunos são todos hinduístas; trata-se de transmitir valores, que antes de ser cristãos são valores humanos. Daremos cursos de habilidades sociais: educação sexual, educação de gênero, para insistir na igual dignidade entre homens e mulheres; educação à mídia, para não serem escravos das mensagens publicitárias; e também cursos específicos, quiçá para preparar aos exames, para aprender a estudar melhor”.
Seja como for está também em andamento a programação dos trabalhos físicos a serem realizados. Para conseguir a reconstrução das escolas durante um ano estão atualmente em fase de formação 80 jovens: “Por três meses recebem formação teórica em nossas escolas. Depois disso prosseguem por mais três meses com formação em campo e em todo este tempo têm comida e alojamento garantidos. Nos seis meses seguintes, subdivididos em equipes, trabalharão na reconstrução, sendo pagos por seu trabalho. No fim de tudo, poderão achar novos empregos pelas empresas”, explica o padre Menamparampil, o qual também acha que a reconstrução e a definitiva retomada do país poderão dar-se em tempos relativamente breves: “Se tudo for muito bem conduzido, em três ou quatro anos, poderemos conseguir.