Dom Bosco infinito...

Sexta, 28 Janeiro 2022 19:58 Escrito por  Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB
Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB, conta em cordel a história de Dom Bosco, celebrado em 31 de janeiro.


Peço um pouco de atenção
A você caro leitor!
Desculpe, não sou poeta,
Sou um simples “trovador”.
Entrando já na conversa
Mostrarei agora em versos
A história de dum educador.

 

Trata-se de São João Bosco,
O santo da gurizada,
Dos jovens e adolescentes,
Da criança abandonada...
Um homem cheio de fé.
Sua história foi e é
Muito, muito admirada!

 

Giovanni era o seu nome,
Em português é João.
Sua mamãe Margarida,
Mulher de bom coração,
Nascera no Piemonte,
Naquela Itália de ontem,
Cheirando a de Napoleão.

 

Em “Castelnuovo d’Asti”,
Hoje, “Colle (di) Don Bosco”,
Também chamado “I Becchi”,
Aos dezesseis de agosto
Daquel’ano décimo quinto
Décimo nono século extinto,
Nascia Joãozinho Bosco.

 

Papai Francisco morrera
Deixando órfão Joãozinho
E a mamãe Margarida
Chorando com o filhinho
De dois anos de idade,
Enfrentou a realidade
Suspirando: “Pobrezinho”!


Mas sem perder sua fé,
Mulher forte de verdade,
Com o Antônio e o José,
Dois filhos de mais idade.
A família foi crescendo
E da mamãe aprendendo
A amar com fé e piedade.

 

E na paisagem dos Becchi
“Joãzin”, pequeno, crescia
Corria, cantarolava,
Não sei o que não fazia...
Jogava muito e pulava,
Os animais pastoreava,
Sempre alegre, noite e dia.

 

Ainda hoje se encontram,
Na região de Capriglio,
Parentes de São João Bosco,
Gente fina e de brilho.
Alegres e sorridentes,
Felizes e bem contentes
Pais, avós, mamães e filhos.

 

Visitei Castelnuovo...
Santo Deus! Quanto alegria!
Gostei daquelas paisagens
Delas tenho nostalgia.
Puxa vida! Que impressão,
Lembro o quarto da “visão”
Ou “sonho da profecia”!

 

Quero narrar esse sonho,
Pois acho fundamental
Pra se entender os segredos
Lá do sobrenatural.
Se o Espírito Onipotente
Onde quer sopra seu vento,
Ali soprou vendaval!

 

Tinha João seus nove anos,
Conta a sua biografia,
Sonhou que estava num campo
De jogo e muita euforia.
Aqui, meninos brigavam,
Ali outros blasfemavam,
Na maior patifaria!

 

“Joãozinho” fica magoado,
Diz pra turma: “Assim não!”
Manda socos num e noutros,
Pontapé, tapa, empurrão...
De repente um personagem
Iluminando a paisagem,
Gesticula com a mão!

 

Vendo aquele “bang-bang”
Para e fala com ardor:
“Não com socos, nem pancadas,
Mansidão, sim, e amor,
Deves ganhar teus amigos...”
E “Joãozin” meio aturdido,
Confuso indaga ao senhor!

 

- Como posso assim fazer?
Sou um pobre que te implora!
- “Eis ai a tua Mãe!”
Diz, mostrando uma Senhora...
Envolvido no mistério,
Joãozinho ficou sério
A partir daquela hora.

 

No lugar da meninada
Apareceram animais,
Lobos, ursos, cães e gatos,
Cobras eram até demais.
A Senhora assim falou:
“Olha e veja sem pavor
A seu tempo entenderás”!

 

O “Joãozim” pestanejava,
Fechava os olhos e abria,
Olhando agora o lugar
Onde muitos bichos vira,
Via muitos cordeirinhos,
Todos brancos e mansinhos
Fazendo-lhe companhia.

 

A Senhora acrescentou
Naquele sonho/visão
“Ocupa-te de meus filhos
Com muita dedicação,
Sejas bom a todo custo,
Humilde, forte e robusto!
Esta vai ser tua missão”.

 

‍O pequenino acordou,
Pôs os pezinhos no chão.
Bastante impressionado,
Saltitava o coração.
Ainda não passado o susto
Deixou a cama sem custo
Não deu pra dormir mais não.

 

Mas é preciso ir em frente.
Temos mesmo que correr.
A história é muito longa
Não temos tempo a perder.
Os “ponteirim” do relógio,
Doidinhos, correm veloz.
E temos muito a dizer.

 

Os anos foram passando
Deixando atrás a candura
Passa a infância, a adolescência
E a mudança de estatura.
Assim como o Nazareno
E o “Joãozin” vai crescendo,
Na fé, no amor e cultura.

 

- “Mamãe, deixe que eu vá
Brincar com meus companheiros...
“A mãe dizia: “Meu filho,
Com aqueles desordeiros?”
- “Eles precisam de mim,
Não são assim tão ruins
Quando estou no meio deles”!

 

Certa vez viu na cidade
Um prestidigitador,
Atraindo as multidões.
Ele olhou, olhou, olhou...
Pouco a pouco foi treinando
E no fim daquele ano,
Já na “arte” era doutor!

 

Se não me falha a memória,
Era a noite de Natal...
Quando badalava o sino
O povão olhava um tal,
De certo mágico famoso...
“Joãozim” ficou furioso,
Nunca dantes visto igual!

 

Parou, pensou numa ideia
E invadiu a multidão...
Foi propor um desafio
Junto àquele charlatão...
O “Joãozim” venceu bonito.
E o saltimbanco maldito,
Ficou de cara no chão!

 

Voltando-se para o povo,
Frente ao desafiador,
Falou: “Vamos para a igreja,
Lá está Nosso Senhor”!
Coisas dessa natureza
Repetira com certeza,
Como aluno e professor!

 

Certo dia em seu caminho
Com Dom Calosso encontrou.
Do velho padre e amigo
Muita coisa assimilou.
Pra custear seus estudos,
Dom Calosso lhe deu tudo,
Até u’a herança deixou.

 

Mas, o pobre do menino
Sofreu nas mãos do irmão,
Aquele de nome Antônio,
Insensato e resmungão,
Xingava: “Ó seu vagabundo!
Seu preguiçoso e imundo!
Larga estes livros das mãos!...”

 

Não só, mas ‘inda dizia:
“Eu cresci sem frequentarEsta história de escola...”
E João sem titubear
Dizia, quase em sussurro:
“Igualzinho ao nosso burro
Que cresceu sem estudar!...”

 

Enfrentou dificuldades
Para poder estudar;
Cada dia executava
Um penoso caminhar,
Sob o frio, o vento, as chuvas,
Sem sapatos e sem luvas!
U’a coragem de espantar.

 

Aprendeu fazer de tudo,
Tinha sede de aprender.
Aprendeu na agricultura,
Plantar, cuidar e colher...
Foi artesão/ campeão.
Parecia um Salomão,
De tudo quis aprender!

 

Aprendeu fazer teatro,
Foi também compositor
Escreveu em poesia
Hinos, cantos de louvor.
Além de ser carpinteiro,
Foi alfaiate e ferreiro,
De tudo experimentou.

 

Conta-se que certa vez
Ele ouviu u’a pregação...
Quando terminou a missa,
Causando admiração,
Repetiu na integridade,
Tudo o que tinha escutado
Tal qual uma gravação.

 

Do Joãozinho caridoso
Resumirei em lembrar
De passagens da sua infância
Querendo sempre ajudar.
Desde sua idade pequena
Sacrificava a merenda
Para o outro saciar.

 

Pegava seu pão gostoso,
Levava para um vizinho...
Exercitando a renúncia,
Já desde pequenininho.
E a mamãe disso sabia
E neste gesto antevia
O futuro do Joãozinho.

 

Ele foi bem genial;
Como estudante, aplicado,
Amigo alegre e bondoso,
Companheiro de verdade...
Foi crescendo noite e dia,
No santo amor a Maria
E a Jesus Sacramentado!

 

Tudo isso que falamos
Ou que fizemos menção
Foram, sim, sinais patentes,
De uma grande vocação.
Àquele apelo divino,
Que sentiu desde menino,
Nunca quis dizer um “não”.

 

falamos dos estudos,
Feitos com seriedade.
Estudou autores clássicos,
No campo da humanidade;
Brilhou em filosofia,
Na História e Teologia.
Sendo em tudo u’a sumidade.

 

Ao se ordenar sacerdote,
Eis um fato edificante.
Preparava-se pra Missa,
Era ele o celebrante.
De repente entra um menino,
Pobre, rude, bem franzino,
Querendo ser o ajudante.

 

O sacristão rabugento,
Bem nervoso e enjoado,
Percebeu que o pobrezinho
Nunca tinha exercitado,
Nesse tipo de função...
Agarrou um vassourão
E expulsou o coitado!

 

Padre Bosco, indignado
Chama o pobre rapazinho,
Dizendo: “Após a Missa”
Me espere um bocadinho,
Quero com você falar...”
E o menino a soluçar
Sentou-se lá num cantinho.

 

Bartolomeu, o seu nome,
Dom Bosco logo escreveu.
Anotou também a idade,
E uma instrução ali deu.
Daquele encontro afoito,
De dezembro, dia oito,
O ORATÓRIO nasceu!

 

A partir do Oratório
Passaram-se muitos anos,
Padre Bosco idealizou
E realizou muitos planos,
Dentre os quais a fundação
Da atual Congregação,
Dos padres salesianos.

Começou com poucos membros,
Mas por Deus abençoados,
Lá no fértil Piemonte,
Naquele berço adorado,
Onde nasce o rio Pó.
Porém não basta, nem é só...
Um futuro era esperado!

 

Um futuro promissor
De bênçãos, de graças mil.
Fez transpor os horizontes,
Numa força varonil.
E a Congregação nascente,
Penetrou no ocidente,
Chegando até o Brasil.

 

Foi no ano oitenta e três
Que a semente germinou.
Padre Bosco era ‘inda vivo
Quando pro Brasil mandou,
O primeiro grupo herói,
Que chegando a Niterói,
Uma missão começou.

 

Para registrar o evento,
Era noite e estava escuro
Era uma casa estranha,
- Cadê chave e a fechadura?
Arrombaram u’a janela...
Jantaram chá de canela,
Pão com queijo e rapadura.

 

Esses filhos de Dom Bosco
Que são os Salesianos,
No Brasil se espalharam
E com o correr dos anos,
Desde o Centro ao Nordeste,
Do Sul ao Norte e Oeste
Foram aos poucos se adentrando.

 

E a semente bosquiana
Neste chão de Santa Cruz
Medrou, cresceu, floresceu,
Com vigor de quem produz.
Demos graças ao Senhor,
Ao nosso Pai Criador
E ao Santo Espírito que é luz!

 

E a História de Dom Bosco
Como a da Congregação
Ocupam vinte volumes
Escritos com precisão
É um “Canto Infinito”
Vai além e aqui eu fico
Nem vou fazer conclusão.

 

Meu amigo eu vou parando
Sem vontade de parar.
Mas, faço aqui um convite,
Se você topa aceitar,
Venha trabalhar conosco,
Na “Família” de Dom Bosco
Há sempre mais um lugar!

 

Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB

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Última modificação em Sexta, 28 Janeiro 2022 20:42

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Dom Bosco infinito...

Sexta, 28 Janeiro 2022 19:58 Escrito por  Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB
Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB, conta em cordel a história de Dom Bosco, celebrado em 31 de janeiro.


Peço um pouco de atenção
A você caro leitor!
Desculpe, não sou poeta,
Sou um simples “trovador”.
Entrando já na conversa
Mostrarei agora em versos
A história de dum educador.

 

Trata-se de São João Bosco,
O santo da gurizada,
Dos jovens e adolescentes,
Da criança abandonada...
Um homem cheio de fé.
Sua história foi e é
Muito, muito admirada!

 

Giovanni era o seu nome,
Em português é João.
Sua mamãe Margarida,
Mulher de bom coração,
Nascera no Piemonte,
Naquela Itália de ontem,
Cheirando a de Napoleão.

 

Em “Castelnuovo d’Asti”,
Hoje, “Colle (di) Don Bosco”,
Também chamado “I Becchi”,
Aos dezesseis de agosto
Daquel’ano décimo quinto
Décimo nono século extinto,
Nascia Joãozinho Bosco.

 

Papai Francisco morrera
Deixando órfão Joãozinho
E a mamãe Margarida
Chorando com o filhinho
De dois anos de idade,
Enfrentou a realidade
Suspirando: “Pobrezinho”!


Mas sem perder sua fé,
Mulher forte de verdade,
Com o Antônio e o José,
Dois filhos de mais idade.
A família foi crescendo
E da mamãe aprendendo
A amar com fé e piedade.

 

E na paisagem dos Becchi
“Joãzin”, pequeno, crescia
Corria, cantarolava,
Não sei o que não fazia...
Jogava muito e pulava,
Os animais pastoreava,
Sempre alegre, noite e dia.

 

Ainda hoje se encontram,
Na região de Capriglio,
Parentes de São João Bosco,
Gente fina e de brilho.
Alegres e sorridentes,
Felizes e bem contentes
Pais, avós, mamães e filhos.

 

Visitei Castelnuovo...
Santo Deus! Quanto alegria!
Gostei daquelas paisagens
Delas tenho nostalgia.
Puxa vida! Que impressão,
Lembro o quarto da “visão”
Ou “sonho da profecia”!

 

Quero narrar esse sonho,
Pois acho fundamental
Pra se entender os segredos
Lá do sobrenatural.
Se o Espírito Onipotente
Onde quer sopra seu vento,
Ali soprou vendaval!

 

Tinha João seus nove anos,
Conta a sua biografia,
Sonhou que estava num campo
De jogo e muita euforia.
Aqui, meninos brigavam,
Ali outros blasfemavam,
Na maior patifaria!

 

“Joãozinho” fica magoado,
Diz pra turma: “Assim não!”
Manda socos num e noutros,
Pontapé, tapa, empurrão...
De repente um personagem
Iluminando a paisagem,
Gesticula com a mão!

 

Vendo aquele “bang-bang”
Para e fala com ardor:
“Não com socos, nem pancadas,
Mansidão, sim, e amor,
Deves ganhar teus amigos...”
E “Joãozin” meio aturdido,
Confuso indaga ao senhor!

 

- Como posso assim fazer?
Sou um pobre que te implora!
- “Eis ai a tua Mãe!”
Diz, mostrando uma Senhora...
Envolvido no mistério,
Joãozinho ficou sério
A partir daquela hora.

 

No lugar da meninada
Apareceram animais,
Lobos, ursos, cães e gatos,
Cobras eram até demais.
A Senhora assim falou:
“Olha e veja sem pavor
A seu tempo entenderás”!

 

O “Joãozim” pestanejava,
Fechava os olhos e abria,
Olhando agora o lugar
Onde muitos bichos vira,
Via muitos cordeirinhos,
Todos brancos e mansinhos
Fazendo-lhe companhia.

 

A Senhora acrescentou
Naquele sonho/visão
“Ocupa-te de meus filhos
Com muita dedicação,
Sejas bom a todo custo,
Humilde, forte e robusto!
Esta vai ser tua missão”.

 

‍O pequenino acordou,
Pôs os pezinhos no chão.
Bastante impressionado,
Saltitava o coração.
Ainda não passado o susto
Deixou a cama sem custo
Não deu pra dormir mais não.

 

Mas é preciso ir em frente.
Temos mesmo que correr.
A história é muito longa
Não temos tempo a perder.
Os “ponteirim” do relógio,
Doidinhos, correm veloz.
E temos muito a dizer.

 

Os anos foram passando
Deixando atrás a candura
Passa a infância, a adolescência
E a mudança de estatura.
Assim como o Nazareno
E o “Joãozin” vai crescendo,
Na fé, no amor e cultura.

 

- “Mamãe, deixe que eu vá
Brincar com meus companheiros...
“A mãe dizia: “Meu filho,
Com aqueles desordeiros?”
- “Eles precisam de mim,
Não são assim tão ruins
Quando estou no meio deles”!

 

Certa vez viu na cidade
Um prestidigitador,
Atraindo as multidões.
Ele olhou, olhou, olhou...
Pouco a pouco foi treinando
E no fim daquele ano,
Já na “arte” era doutor!

 

Se não me falha a memória,
Era a noite de Natal...
Quando badalava o sino
O povão olhava um tal,
De certo mágico famoso...
“Joãozim” ficou furioso,
Nunca dantes visto igual!

 

Parou, pensou numa ideia
E invadiu a multidão...
Foi propor um desafio
Junto àquele charlatão...
O “Joãozim” venceu bonito.
E o saltimbanco maldito,
Ficou de cara no chão!

 

Voltando-se para o povo,
Frente ao desafiador,
Falou: “Vamos para a igreja,
Lá está Nosso Senhor”!
Coisas dessa natureza
Repetira com certeza,
Como aluno e professor!

 

Certo dia em seu caminho
Com Dom Calosso encontrou.
Do velho padre e amigo
Muita coisa assimilou.
Pra custear seus estudos,
Dom Calosso lhe deu tudo,
Até u’a herança deixou.

 

Mas, o pobre do menino
Sofreu nas mãos do irmão,
Aquele de nome Antônio,
Insensato e resmungão,
Xingava: “Ó seu vagabundo!
Seu preguiçoso e imundo!
Larga estes livros das mãos!...”

 

Não só, mas ‘inda dizia:
“Eu cresci sem frequentarEsta história de escola...”
E João sem titubear
Dizia, quase em sussurro:
“Igualzinho ao nosso burro
Que cresceu sem estudar!...”

 

Enfrentou dificuldades
Para poder estudar;
Cada dia executava
Um penoso caminhar,
Sob o frio, o vento, as chuvas,
Sem sapatos e sem luvas!
U’a coragem de espantar.

 

Aprendeu fazer de tudo,
Tinha sede de aprender.
Aprendeu na agricultura,
Plantar, cuidar e colher...
Foi artesão/ campeão.
Parecia um Salomão,
De tudo quis aprender!

 

Aprendeu fazer teatro,
Foi também compositor
Escreveu em poesia
Hinos, cantos de louvor.
Além de ser carpinteiro,
Foi alfaiate e ferreiro,
De tudo experimentou.

 

Conta-se que certa vez
Ele ouviu u’a pregação...
Quando terminou a missa,
Causando admiração,
Repetiu na integridade,
Tudo o que tinha escutado
Tal qual uma gravação.

 

Do Joãozinho caridoso
Resumirei em lembrar
De passagens da sua infância
Querendo sempre ajudar.
Desde sua idade pequena
Sacrificava a merenda
Para o outro saciar.

 

Pegava seu pão gostoso,
Levava para um vizinho...
Exercitando a renúncia,
Já desde pequenininho.
E a mamãe disso sabia
E neste gesto antevia
O futuro do Joãozinho.

 

Ele foi bem genial;
Como estudante, aplicado,
Amigo alegre e bondoso,
Companheiro de verdade...
Foi crescendo noite e dia,
No santo amor a Maria
E a Jesus Sacramentado!

 

Tudo isso que falamos
Ou que fizemos menção
Foram, sim, sinais patentes,
De uma grande vocação.
Àquele apelo divino,
Que sentiu desde menino,
Nunca quis dizer um “não”.

 

falamos dos estudos,
Feitos com seriedade.
Estudou autores clássicos,
No campo da humanidade;
Brilhou em filosofia,
Na História e Teologia.
Sendo em tudo u’a sumidade.

 

Ao se ordenar sacerdote,
Eis um fato edificante.
Preparava-se pra Missa,
Era ele o celebrante.
De repente entra um menino,
Pobre, rude, bem franzino,
Querendo ser o ajudante.

 

O sacristão rabugento,
Bem nervoso e enjoado,
Percebeu que o pobrezinho
Nunca tinha exercitado,
Nesse tipo de função...
Agarrou um vassourão
E expulsou o coitado!

 

Padre Bosco, indignado
Chama o pobre rapazinho,
Dizendo: “Após a Missa”
Me espere um bocadinho,
Quero com você falar...”
E o menino a soluçar
Sentou-se lá num cantinho.

 

Bartolomeu, o seu nome,
Dom Bosco logo escreveu.
Anotou também a idade,
E uma instrução ali deu.
Daquele encontro afoito,
De dezembro, dia oito,
O ORATÓRIO nasceu!

 

A partir do Oratório
Passaram-se muitos anos,
Padre Bosco idealizou
E realizou muitos planos,
Dentre os quais a fundação
Da atual Congregação,
Dos padres salesianos.

Começou com poucos membros,
Mas por Deus abençoados,
Lá no fértil Piemonte,
Naquele berço adorado,
Onde nasce o rio Pó.
Porém não basta, nem é só...
Um futuro era esperado!

 

Um futuro promissor
De bênçãos, de graças mil.
Fez transpor os horizontes,
Numa força varonil.
E a Congregação nascente,
Penetrou no ocidente,
Chegando até o Brasil.

 

Foi no ano oitenta e três
Que a semente germinou.
Padre Bosco era ‘inda vivo
Quando pro Brasil mandou,
O primeiro grupo herói,
Que chegando a Niterói,
Uma missão começou.

 

Para registrar o evento,
Era noite e estava escuro
Era uma casa estranha,
- Cadê chave e a fechadura?
Arrombaram u’a janela...
Jantaram chá de canela,
Pão com queijo e rapadura.

 

Esses filhos de Dom Bosco
Que são os Salesianos,
No Brasil se espalharam
E com o correr dos anos,
Desde o Centro ao Nordeste,
Do Sul ao Norte e Oeste
Foram aos poucos se adentrando.

 

E a semente bosquiana
Neste chão de Santa Cruz
Medrou, cresceu, floresceu,
Com vigor de quem produz.
Demos graças ao Senhor,
Ao nosso Pai Criador
E ao Santo Espírito que é luz!

 

E a História de Dom Bosco
Como a da Congregação
Ocupam vinte volumes
Escritos com precisão
É um “Canto Infinito”
Vai além e aqui eu fico
Nem vou fazer conclusão.

 

Meu amigo eu vou parando
Sem vontade de parar.
Mas, faço aqui um convite,
Se você topa aceitar,
Venha trabalhar conosco,
Na “Família” de Dom Bosco
Há sempre mais um lugar!

 

Padre Valdemar Pereira dos Santos, SDB

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