O Sudão do Sul vive uma grave crise econômica, cujas principais causas são a queda do preço do petróleo, a desvalorização da moeda local (Libra sul-sudanesa) e a dependência excessiva das importações. O custo das commodities também subiu e estima-se que, em janeiro de 2020, 29 milhões de pessoas (45% da população) já viviam em condições de grave insegurança alimentar.
Em 5 de abril de 2020, o Sudão do Sul confirmou o primeiro caso de Covid-19 e o governo decretou medidas restritivas para evitar a propagação do vírus. Tais restrições tiveram claramente um impacto a mais na economia local, elevando os preços das matérias primas, gerando estresse nos mercados e insegurança na população.
A situação causada pelo coronavírus também refletiu no campo de deslocados de Gumbo, administrado pelos salesianos. O local foi formado em 2014, logo após a eclosão da Guerra Civil de dezembro de 2013 e atualmente abriga 9.800 pessoas, incluindo diversas crianças, órfãos, mulheres e idosos. Em Gumbo, os salesianos acolheram os refugiados oferecendo alimentação, educação e assistência médica, além de apoio moral e espiritual.
Nesses meses de pandemia, os salesianos continuaram trabalhando em favor das famílias mais vulneráveis. Estas últimas foram cadastradas e subdivididas para facilitar a distribuição de alimentos, água e artigos de primeira necessidade, como dispositivos de proteção, colchões, sabonetes e lonas plásticas para cobertura dos telhados.
Durante esse período, apesar das dificuldades, a distribuição dos itens foi realizada regularmente e as famílias vulneráveis puderam usufruir dos produtos disponibilizados pelos salesianos. Os refugiados também foram orientados a seguir os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde, ou seja, lavar as mãos com maior frequência, higiene e cuidados com a saúde.
De qualquer forma, a instabilidade no país ainda é grande. Os financiamentos não suprem as necessidades de todos os deslocados internos, nem tampouco cobrem as despesas médicas dos idosos e doentes. Além disso, a constante flutuação de preços e as consequentes dificuldades econômicas continuam sendo um desafio para as pessoas mais vulneráveis do país.