O desejo de leigos em seguir Jesus (Mateus 19:21), doando a sua vida com amor para ajudar a conduzir os jovens pelos caminhos da fé rumo a um futuro promissor; somado às necessidades de “mão de obra qualificada”, que auxiliasse não só no ensino profissional, mas também moral dos oratorianos, fez Deus suscitar em Dom Bosco a inspiração para pensar na figura do “Salesiano Irmão” (sendo que o primeira consagração religiosa de um leigo foi em 1860, ou seja, um ano após a fundação da Congregação Salesiana).
“Há trabalhos que padres e clérigos não podem fazer e vós os fareis” disse Dom Bosco aos noviços coadjutores (irmãos) em S. Benigno na Itália, no dia 19 de outubro de 1883 [1]; mas são equivocadas as interpretações desta fala de quem enxerga essa vocação limitada a missão de prestar serviços a casa religiosa e aos sacerdotes como simples auxiliares da comunidade; muito pelo contrário, a grandiosidade desta vocação fica expressa no artigo 4° das Constituições Salesianas: “Nossa sociedade é composta de clérigos e leigos que vivem a mesma vocação em fraterna complementariedade”, isto é, ambos fazem os mesmos votos de castidade, pobreza e obediência; mas desenvolvem tarefas distintas e complementares [2] com om objetivo comum de se ser na Igreja sinais de portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente os mais pobres. Ademais, nas palavras do nosso fundador: “E’ mister que onde se acha um de vós, se possa estar certo que ali reina a ordem, moralidade, que ali se pratica o bem” [3].
O Salesiano Irmão é uma revelação, um invento saído da mente e coração do Pai e Mestre da Juventude em resposta as necessidades dos novos tempos em prol deste grande projeto de Deus[4]; com a missão de se santificar ao ajudar a conduzir os jovens pelos caminhos da santidade através da Razão, Religião e Amorevolezza (tripé do Sistema Preventivo), isto é: da presença, amizade, afeto, evangelização; trabalho incansável que se fundamental nos pilares da fidelidade, moralidade e responsabilidade.
É uma vocação de riqueza espiritual que se sustenta na oração, práticas de piedade e em virtudes cristãs, teologais e cardeais que permitem se assemelhar ao nosso Senhor Jesus Cristo que dava preferência aos humildes, pobres, aos filhos do povo e a ovelha desgarrada [5].
Os salesianos irmãos estão espalhados pelo mundo, em nossos oratórios, obras sociais, escolas, faculdades... apesar disso, muitas vezes passam despercebidos, por ser uma vocação desconhecida. No entanto, gosto de compará-los a violeta – mencionada por Dom Bosco em uma de suas frases que mais gosto - que apesar de ficar escondida a gente acha o perfume porque nos faz bem. Assim é o irmão, um consagrado que com seu testemunho de vida, fala e evangeliza por si só.
Jean Castro – noviço salesiano: Graduado em Direito (UNISAL)