Momento especial de memória e gratidão

Terça, 26 Fevereiro 2019 13:04 Escrito por  Inspetoria Nossa Senhora da Penha
Depois de 124 anos de permanência das relíquias das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) na Basílica Maria Auxiliadora de Niterói, RJ, na data de 21 de fevereiro passado foram transladadas para Guaratinguetá, SP, onde se alojarão no Memorial das FMA no Brasil. Foi um momento lindo de memória e comunhão com a história Salesiana no Brasil. As FMA foram vítimas do mesmo acidente em que faleceu o bispo salesiano Dom Luís Lasagna, fundador da obra salesiana no País.   

A história assim conta: “Na data de 5 de novembro de 1895 parte de Guaratinguetá, SP um grupo de missionários, 17 ao todo entre Salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora e benfeitores com a missão de fundar três novas presenças: Cachoeira do Campo, Ouro Preto e Ponte Nova. Entre este grupo estava o Bispo Dom Luís Lasagna. Todos embarcam em vagão especial. Em Barra do Piraí, RJ, o carro do Bispo vai ser ligado ao rápido mineiro, que está com três horas de atraso, e fica colocado entre um carro de carga ligado à máquina e o carro-correio. Enfim a viagem prossegue. Desencadeia-se terrível tempestade: forte aguaceiro, raios e trovoadas. Chegou o trem a Juiz de Fora. Pouco mais de um quilômetro entre a direção a Mariano Procópio, estação muito próxima, soam agudos apitos repetidos. Alguns viajantes, inclusive o bispo, olham para fora, pela janela do carro. Era a desgraça. Em direção oposta vinha outro trem com grande velocidade. A estrada fazia uma curva muito fechada. Deram contra-vapor, mas o encontro foi inevitável e violento. O carro-correio ergueu-se em parte e caiu pesadamente sobre o carro dos Missionários, no qual ainda se engavetou, destruindo tudo.

A morte colheu várias vítimas: o bispo Dom Lasagna, o seu secretário P. Villaamil, quatro Irmãs Salesianas: Madre Teresa Rinaldi, visitadora das Irmãs do Brasil, tinha 34 anos de idade; Ir. Petronila Imas, 45 anos; Ir. Júlia Argenton, 28 anos e Ir. Edwiges Gomes Braga, paulista, com apenas 22 anos de idade.  E ainda a Senhora Joana Lusso, dama de companhia e mãe de uma irmã e de um clérigo salesiano.

O P. Luiz Zanchetta, então diretor do Colégio de Santa Rosa, Niterói, depois que conseguiu realizar a grandiosa ideia de erguer o belíssimo monumento a Nossa Senhora Auxiliadora – Monumento Nacional Mariano, inaugurado em 08.12.1900 – desejou naturalmente colocar lá no alto, em lugar de honra, os restos de Dom Lasagna e demais vítimas do desastre de Juiz de Fora.  Uma merecida gratidão a Dom Lasagna, fundador da Obra Salesiana no Brasil e grande propagador da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora.

A exumação, no cemitério de Mariano Procópio, além da prévia autorização das autoridades, foi preciso fazê-la com prudência, na calada da noite, para evitar a oposição do povo. E assim, aqueles despojos, para nós tão preciosos e sagrados, foram descansar no Monumento.

Mais tarde, em 1931, como preparação ao cinquentenário da Obra Salesiana no Brasil, a comemorar-se em 1933, o então diretor do Colégio Santa Rosa, o P. Emílio Miotti, preparou para as vítimas de Juiz de Fora, de acordo com o saudoso Bispo de Niterói Dom José Pereira Alves, um lugar condigno e definitivo: a artística Capela das Almas, expressamente construída, no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora. Hoje Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora.

No dia 6 de novembro de 1931, no 36º aniversário da catástrofe, num importante cortejo fúnebre, foi feita a transladação das urnas do Monumento para o Santuário. Presidiu o ato o bispo de Campos dos Goytacazes, Dom Henrique Mourão, que fora aluno de Dom Lasagna.”

 

Com a presença das Inspetoras Ir. Helena Gesser, Inspetora da Inspetoria Santa Catarina de Sena, SP, e Ir. Ana Teresa Pinto, Inspetora da Inspetoria Nossa Senhora da Penha, RJ, e do Pároco da Basílica N.S. Auxiliadora, Pe. Gustavo Colla e ainda de Salesianos da Comunidade de Santa Rosa/ Niterói e de algumas FMA aconteceu a solene Celebração Eucarística seguida do translado das urnas das Irmãs e da Senhora Joana Lusso, da Capela das Almas para o Memorial das FMA em Guaratinguetá, SP. Este espaço está sendo construído com o intuito de resgatar a memória das FMA nestes 127 anos de presença em terras brasileiras.

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Última modificação em Quarta, 27 Fevereiro 2019 10:01

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Momento especial de memória e gratidão

Terça, 26 Fevereiro 2019 13:04 Escrito por  Inspetoria Nossa Senhora da Penha
Depois de 124 anos de permanência das relíquias das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) na Basílica Maria Auxiliadora de Niterói, RJ, na data de 21 de fevereiro passado foram transladadas para Guaratinguetá, SP, onde se alojarão no Memorial das FMA no Brasil. Foi um momento lindo de memória e comunhão com a história Salesiana no Brasil. As FMA foram vítimas do mesmo acidente em que faleceu o bispo salesiano Dom Luís Lasagna, fundador da obra salesiana no País.   

A história assim conta: “Na data de 5 de novembro de 1895 parte de Guaratinguetá, SP um grupo de missionários, 17 ao todo entre Salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora e benfeitores com a missão de fundar três novas presenças: Cachoeira do Campo, Ouro Preto e Ponte Nova. Entre este grupo estava o Bispo Dom Luís Lasagna. Todos embarcam em vagão especial. Em Barra do Piraí, RJ, o carro do Bispo vai ser ligado ao rápido mineiro, que está com três horas de atraso, e fica colocado entre um carro de carga ligado à máquina e o carro-correio. Enfim a viagem prossegue. Desencadeia-se terrível tempestade: forte aguaceiro, raios e trovoadas. Chegou o trem a Juiz de Fora. Pouco mais de um quilômetro entre a direção a Mariano Procópio, estação muito próxima, soam agudos apitos repetidos. Alguns viajantes, inclusive o bispo, olham para fora, pela janela do carro. Era a desgraça. Em direção oposta vinha outro trem com grande velocidade. A estrada fazia uma curva muito fechada. Deram contra-vapor, mas o encontro foi inevitável e violento. O carro-correio ergueu-se em parte e caiu pesadamente sobre o carro dos Missionários, no qual ainda se engavetou, destruindo tudo.

A morte colheu várias vítimas: o bispo Dom Lasagna, o seu secretário P. Villaamil, quatro Irmãs Salesianas: Madre Teresa Rinaldi, visitadora das Irmãs do Brasil, tinha 34 anos de idade; Ir. Petronila Imas, 45 anos; Ir. Júlia Argenton, 28 anos e Ir. Edwiges Gomes Braga, paulista, com apenas 22 anos de idade.  E ainda a Senhora Joana Lusso, dama de companhia e mãe de uma irmã e de um clérigo salesiano.

O P. Luiz Zanchetta, então diretor do Colégio de Santa Rosa, Niterói, depois que conseguiu realizar a grandiosa ideia de erguer o belíssimo monumento a Nossa Senhora Auxiliadora – Monumento Nacional Mariano, inaugurado em 08.12.1900 – desejou naturalmente colocar lá no alto, em lugar de honra, os restos de Dom Lasagna e demais vítimas do desastre de Juiz de Fora.  Uma merecida gratidão a Dom Lasagna, fundador da Obra Salesiana no Brasil e grande propagador da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora.

A exumação, no cemitério de Mariano Procópio, além da prévia autorização das autoridades, foi preciso fazê-la com prudência, na calada da noite, para evitar a oposição do povo. E assim, aqueles despojos, para nós tão preciosos e sagrados, foram descansar no Monumento.

Mais tarde, em 1931, como preparação ao cinquentenário da Obra Salesiana no Brasil, a comemorar-se em 1933, o então diretor do Colégio Santa Rosa, o P. Emílio Miotti, preparou para as vítimas de Juiz de Fora, de acordo com o saudoso Bispo de Niterói Dom José Pereira Alves, um lugar condigno e definitivo: a artística Capela das Almas, expressamente construída, no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora. Hoje Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora.

No dia 6 de novembro de 1931, no 36º aniversário da catástrofe, num importante cortejo fúnebre, foi feita a transladação das urnas do Monumento para o Santuário. Presidiu o ato o bispo de Campos dos Goytacazes, Dom Henrique Mourão, que fora aluno de Dom Lasagna.”

 

Com a presença das Inspetoras Ir. Helena Gesser, Inspetora da Inspetoria Santa Catarina de Sena, SP, e Ir. Ana Teresa Pinto, Inspetora da Inspetoria Nossa Senhora da Penha, RJ, e do Pároco da Basílica N.S. Auxiliadora, Pe. Gustavo Colla e ainda de Salesianos da Comunidade de Santa Rosa/ Niterói e de algumas FMA aconteceu a solene Celebração Eucarística seguida do translado das urnas das Irmãs e da Senhora Joana Lusso, da Capela das Almas para o Memorial das FMA em Guaratinguetá, SP. Este espaço está sendo construído com o intuito de resgatar a memória das FMA nestes 127 anos de presença em terras brasileiras.

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