Foram 28.000 as pessoas atingidas pelo vírus ebola; e 11.200 as vítimas fatais, na Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri, por causa do vírus. Repetimos que as consequências sobre a população são de grande relevância. Por exemplo, mais de 16.000 crianças perderam ambos ou pelo menos um dos pais.
As crianças sofreram muito. Mas os salesianos na Serra Leoa não as deixaram sós. Além disso, mais de 250 crianças e adolescentes foram acolhidos em um centro onde é possível refazer a vida: “Podem expressar seus traumas, socializar, continuar a escola, continuar a aprender e a trabalhar intensamente, para voltar a viver com as próprias famílias”, explica um dos voluntários que trabalha com essas crianças.
“Meus pais morreram por causa do ebola: uma ambulância os levou. Nem eu, nem os meus quatro irmãos voltamos a vê-los. Eu mesma fiquei doente. Levaram-me ao hospital e fui separada dos meus irmãos: fiquei muito triste... Três semanas mais tarde me levaram ao centro salesiano e melhorei muito. Quero voltar a viver com meus irmãos e meus tios; quero estudar e ser médica” – é a história de Margarida, 14 anos. Mas é também a de milhares de pessoas. Alfa, de 5 anos, perdeu os pais e 12 membros da sua família. Hoje vive no centro salesiano com seus irmãos. Ibrahim, de apenas 4 anos, perdeu o pai e a mãe. Por isso fugiu.
Perante tal realidade, a Procuradoria Missionária Salesiana de Madri implora que ninguém se esqueça de que o ebola e suas consequências ainda não foram debelados totalmente. Foi assim lançada a Campanha “Y ahora, ¿qué?” (E agora?). “Temos ainda necessidade da ajuda de muitas pessoas para poder salvar o futuro das crianças, na Libéria, na Serra Leoa e em Guiné Conacri – ‘as crianças do ebola’ ”, diz Ana Muñoz, porta-voz da Organização.