A escola necessária para o século XXI

Sexta, 30 Setembro 2016 11:25 Escrito por  Rede Salesiana de Escolas
Atualmente, as crianças e os adolescentes têm um amplo acesso à informação: tudo está disponível, a qualquer hora, na internet, na televisão, nas redes sociais, nos conteúdos compartilhados por smartphones ou computadores. Isso traz, para muitos pais e educadores, uma questão fundamental: qual é o papel da escola hoje em dia? Ou mais que isso: qual é a escola necessária para a educação das crianças e dos jovens de hoje?

A Rede Salesiana de Escolas (RSE) tem buscado responder a essa questão de uma forma objetiva. Baseada nos princípios pedagógicos de Dom Bosco e Madre Mazzarello, fundadores da Família Salesiana, a RSE acredita que a escola deve formar cidadãos para a vida, para exercerem seu papel de protagonistas e agentes de mudança na sociedade. Isso significa oferecer uma educação que vai além da simples transmissão de conteúdos: a RSE quer uma educação integral, que desenvolva as competências socioemocionais, a criatividade, o espírito empreendedor, entre outros. Nas escolas da RSE, o foco é dar ao estudante as condições necessárias para que ele faça uso das informações e conhecimentos adquiridos em sua vida, dentro ou fora da escola.

Para oferecer essa qualidade educacional, é possível e necessário lançar mão das novas tecnologias disponíveis e que já fazem parte do universo de estudantes e professores, de maneira a auxiliar esse processo.

Ao longo dos últimos anos, a RSE impulsionou uma série de modificações em suas unidades, marcadamente com a adoção do Material Didático Digital da editora Edebê e a adaptação das salas de aula para o uso de tecnologias digitais. Mas as mudanças não se resumem a adquirir equipamentos ou a liberar o uso de tablets e celulares nos ambientes educativos.

O MDD foi implantado aos poucos, ao longo de três anos. Nesse período, além do suporte tecnológico adquirido paulatinamente pelas escolas, houve um forte investimento na formação dos professores e equipes pedagógicas. Em todos os polos da RSE, foram realizadas formações, cursos, encontros e palestras com educadores renomados no Brasil e no Exterior, como a doutora Luciana Allan, a doutora Martha Gabriel e o pesquisador Gregory B. Whitby (diretor da Escola Diocesana de Parramatta/Austrália e presidente da Rede de Educação Católica Australiana), para citar apenas alguns palestrantes em eventos deste ano de 2016. As escolas da RSE também realizaram palestras com pais e alunos.

Esse investimento na formação dos educadores, que terá continuidade nos próximos anos, é realizado porque a RSE sabe que não basta oferecer tecnologia: é preciso que os professores saibam como utilizar esses recursos em uma prática pedagógica nova, que seja realmente condizente com as necessidades educacionais da atualidade. O objetivo, como afirma a doutora Luciana Allan no livro “Escola.Com – Como as novas tecnologias estão transformando a educação na prática” (Novo Século Editora, 2015), é “transformar de fato a educação em um instrumento de formação para a vida toda”.

 

O que dizem as pesquisas

 

Pesquisas recentes demonstram que não basta ter recursos tecnológicos para garantir um bom ensino. A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) divulgou, em 2015, um estudo feito com base nos resultados da pesquisa PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) de 2012. No estudo, fica claro que o simples investimento em computadores e o uso da tecnologia nas escolas não resultaram necessariamente em um melhor desempenho das habilidades dos alunos.

 

Isso não significa que as escolas devem abandonar o uso de computadores. A conclusão da OCDE é que os professores precisam ser preparados para usar a tecnologia criativamente. O autor do relatório "Students, Computers and Learning: Making the Connection" (Estudantes, Computadores e Aprendizado: Fazendo a Conexão), Francesco Avvisati, explicou à Agência Efe que “a tecnologia é apenas um meio, não uma varinha mágica”, e que isso não significa que as escolas devam renunciar às novas tecnologias, e sim que devem se preocupar em como utilizá-las de maneira eficiente.

 

“É necessário que os sistemas escolares encontrem formas mais eficazes de integrar a tecnologia ao ensino e à aprendizagem para proporcionar aos professores recursos de instrução que apoiem as pedagogias do século XXI”, também afirmou o diretor de Educação e Habilidades da Organização, Andreas Schleicher (fonte: Portal Terra).

 

Outro estudo, realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology e divulgado em 2016, comparou durante dois anos três grupos de estudantes de uma mesma escola, a Academia Militar dos Estados Unidos, interessados em tirar boas notas para galgar melhores postos no Exército. Os alunos do primeiro grupo não podiam usar notebooks ou tablets. O segundo tinha acesso irrestrito a esses meios e um terceiro conjunto de estudantes poderia usar o tablet, mas com restrições. O resultado foi que os alunos do primeiro grupo alcançaram notas 18% maiores que os dos outros grupos.

 

Os responsáveis pelo estudo ressaltaram que o levantamento feito não levou em consideração aulas em que os dispositivos eram usados para fazer exercícios de matérias específicas, mas apenas em que computador ou tablet eram utilizados para fazer notas em sala de aula ou navegação livre na internet (no caso do grupo dois). Isso deixa claro o quanto é importante a mediação do professor para que o uso das novas tecnologias seja eficaz: não basta permitir o uso dos recursos. É necessário integrá-los à prática pedagógica, de maneira que eles façam parte da aula, e não sejam apenas elementos acessórios. (Estudo do MIT completo disponível aqui)

 

A ação da Rede Salesiana de Escolas

 

Na Rede Salesiana de Escolas (RSE), o uso das novas tecnologias é mais do que incentivado: ele faz parte da metodologia de ensino. O Material Didático Digital e os recursos tecnológicos existentes em cada sala de aula das escolas da RSE são utilizados para ampliar as possibilidades pedagógicas. Os conteúdos são aprendidos e apreendidos de maneira nova, e não se perdem em meio ao turbilhão de informações às quais os jovens têm de fato acesso hoje em dia. A troca de saberes entre os alunos e entre estudantes e educadores é intensificada. Retomando os questionamentos feitos no início deste artigo, a escola hoje precisa de uma nova forma de ensinar e de aprender, na qual o educador tem o papel primordial de ser o mediador no processo de aprendizagem dos estudantes.

 

Segundo Michel Fullan, professor emérito da Universidade Toronto, e Maria Langworthy, PhD em sociologia pela Universidade de Boston, o conceito de Nova Pedagogia é “aquela que envolve a aprendizagem em parceria entre professores e alunos, com professores como agentes de mudança, e estudantes construindo seu próprio aprendizado sob a orientação dos seus professores”. Completa Luciana Allan: “A necessidade de revisão das metodologias de ensino surge não apenas do fato de que as tecnologias digitais estão cada vez mais disponíveis, mas também porque hoje temos crianças e jovens que aprendem de uma forma diferente. Além disso, o mercado de trabalho requer novas competências  nesse cenário, leitura, escrita e raciocínio lógico deixam de ser consideradas as competências principais básicas. A elas também se juntam as competências para criar, inovar, empreender, colaborar, interagir, ser capaz de resolver problemas, exercer sua cidadania e ter caráter. No fundo, estamos falando de um modelo de ensino que tira o foco do conteúdo e passa a valorizar o desenvolvimento de competências e habilidades para a vida”.

 

A educação do século XXI exige práticas inovadoras de ensino, e a RSE responde a essa exigência com uma proposta pedagógica que está inserida no contexto real dos alunos e que valoriza o desenvolvimento das habilidades e competências para a vida. É uma proposta que está enraizada na tradição educacional salesiana, que acredita no protagonismo das crianças, dos adolescentes e dos jovens, e coloca o educador como parceiro e como mediador no processo de aprendizagem.

 

 

O ano de 2016 foi o primeiro em que a RSE teve o Material Didático Digital adotado em todas as séries do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Apesar de ser algo tão recente, de todas as regiões do país chegam informações sobre os resultados positivos do MDD, as iniciativas inovadoras implementadas pelos educadores da RSE a partir do material, a motivação e o entusiasmo com que os alunos participam das aulas por meio dos recursos interativos.

As informações chegaram à RSE nas apresentações de boas práticas e depoimentos dos educadores nos encontros nacionais da RSE, por meio das visitas frequentes realizadas nos seis polos da RSE ao longo do ano; nos eventos de formação continuada de educadores e equipes pedagógicas e, também, nas notícias sobre os projetos realizados nas escolas, enviadas pelas unidades ou publicadas nos sites e redes sociais.

Diante desses resultados positivos, a RSE retoma as palavras do Papa Francisco, que têm direcionado as instituições católicas de ensino em todo o mundo: educar hoje e amanhã é uma paixão que se renova.

 

Rede Salesiana de Escolas

 

 

 

 

 

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Última modificação em Segunda, 03 Outubro 2016 01:02

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A escola necessária para o século XXI

Sexta, 30 Setembro 2016 11:25 Escrito por  Rede Salesiana de Escolas
Atualmente, as crianças e os adolescentes têm um amplo acesso à informação: tudo está disponível, a qualquer hora, na internet, na televisão, nas redes sociais, nos conteúdos compartilhados por smartphones ou computadores. Isso traz, para muitos pais e educadores, uma questão fundamental: qual é o papel da escola hoje em dia? Ou mais que isso: qual é a escola necessária para a educação das crianças e dos jovens de hoje?

A Rede Salesiana de Escolas (RSE) tem buscado responder a essa questão de uma forma objetiva. Baseada nos princípios pedagógicos de Dom Bosco e Madre Mazzarello, fundadores da Família Salesiana, a RSE acredita que a escola deve formar cidadãos para a vida, para exercerem seu papel de protagonistas e agentes de mudança na sociedade. Isso significa oferecer uma educação que vai além da simples transmissão de conteúdos: a RSE quer uma educação integral, que desenvolva as competências socioemocionais, a criatividade, o espírito empreendedor, entre outros. Nas escolas da RSE, o foco é dar ao estudante as condições necessárias para que ele faça uso das informações e conhecimentos adquiridos em sua vida, dentro ou fora da escola.

Para oferecer essa qualidade educacional, é possível e necessário lançar mão das novas tecnologias disponíveis e que já fazem parte do universo de estudantes e professores, de maneira a auxiliar esse processo.

Ao longo dos últimos anos, a RSE impulsionou uma série de modificações em suas unidades, marcadamente com a adoção do Material Didático Digital da editora Edebê e a adaptação das salas de aula para o uso de tecnologias digitais. Mas as mudanças não se resumem a adquirir equipamentos ou a liberar o uso de tablets e celulares nos ambientes educativos.

O MDD foi implantado aos poucos, ao longo de três anos. Nesse período, além do suporte tecnológico adquirido paulatinamente pelas escolas, houve um forte investimento na formação dos professores e equipes pedagógicas. Em todos os polos da RSE, foram realizadas formações, cursos, encontros e palestras com educadores renomados no Brasil e no Exterior, como a doutora Luciana Allan, a doutora Martha Gabriel e o pesquisador Gregory B. Whitby (diretor da Escola Diocesana de Parramatta/Austrália e presidente da Rede de Educação Católica Australiana), para citar apenas alguns palestrantes em eventos deste ano de 2016. As escolas da RSE também realizaram palestras com pais e alunos.

Esse investimento na formação dos educadores, que terá continuidade nos próximos anos, é realizado porque a RSE sabe que não basta oferecer tecnologia: é preciso que os professores saibam como utilizar esses recursos em uma prática pedagógica nova, que seja realmente condizente com as necessidades educacionais da atualidade. O objetivo, como afirma a doutora Luciana Allan no livro “Escola.Com – Como as novas tecnologias estão transformando a educação na prática” (Novo Século Editora, 2015), é “transformar de fato a educação em um instrumento de formação para a vida toda”.

 

O que dizem as pesquisas

 

Pesquisas recentes demonstram que não basta ter recursos tecnológicos para garantir um bom ensino. A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) divulgou, em 2015, um estudo feito com base nos resultados da pesquisa PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) de 2012. No estudo, fica claro que o simples investimento em computadores e o uso da tecnologia nas escolas não resultaram necessariamente em um melhor desempenho das habilidades dos alunos.

 

Isso não significa que as escolas devem abandonar o uso de computadores. A conclusão da OCDE é que os professores precisam ser preparados para usar a tecnologia criativamente. O autor do relatório "Students, Computers and Learning: Making the Connection" (Estudantes, Computadores e Aprendizado: Fazendo a Conexão), Francesco Avvisati, explicou à Agência Efe que “a tecnologia é apenas um meio, não uma varinha mágica”, e que isso não significa que as escolas devam renunciar às novas tecnologias, e sim que devem se preocupar em como utilizá-las de maneira eficiente.

 

“É necessário que os sistemas escolares encontrem formas mais eficazes de integrar a tecnologia ao ensino e à aprendizagem para proporcionar aos professores recursos de instrução que apoiem as pedagogias do século XXI”, também afirmou o diretor de Educação e Habilidades da Organização, Andreas Schleicher (fonte: Portal Terra).

 

Outro estudo, realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology e divulgado em 2016, comparou durante dois anos três grupos de estudantes de uma mesma escola, a Academia Militar dos Estados Unidos, interessados em tirar boas notas para galgar melhores postos no Exército. Os alunos do primeiro grupo não podiam usar notebooks ou tablets. O segundo tinha acesso irrestrito a esses meios e um terceiro conjunto de estudantes poderia usar o tablet, mas com restrições. O resultado foi que os alunos do primeiro grupo alcançaram notas 18% maiores que os dos outros grupos.

 

Os responsáveis pelo estudo ressaltaram que o levantamento feito não levou em consideração aulas em que os dispositivos eram usados para fazer exercícios de matérias específicas, mas apenas em que computador ou tablet eram utilizados para fazer notas em sala de aula ou navegação livre na internet (no caso do grupo dois). Isso deixa claro o quanto é importante a mediação do professor para que o uso das novas tecnologias seja eficaz: não basta permitir o uso dos recursos. É necessário integrá-los à prática pedagógica, de maneira que eles façam parte da aula, e não sejam apenas elementos acessórios. (Estudo do MIT completo disponível aqui)

 

A ação da Rede Salesiana de Escolas

 

Na Rede Salesiana de Escolas (RSE), o uso das novas tecnologias é mais do que incentivado: ele faz parte da metodologia de ensino. O Material Didático Digital e os recursos tecnológicos existentes em cada sala de aula das escolas da RSE são utilizados para ampliar as possibilidades pedagógicas. Os conteúdos são aprendidos e apreendidos de maneira nova, e não se perdem em meio ao turbilhão de informações às quais os jovens têm de fato acesso hoje em dia. A troca de saberes entre os alunos e entre estudantes e educadores é intensificada. Retomando os questionamentos feitos no início deste artigo, a escola hoje precisa de uma nova forma de ensinar e de aprender, na qual o educador tem o papel primordial de ser o mediador no processo de aprendizagem dos estudantes.

 

Segundo Michel Fullan, professor emérito da Universidade Toronto, e Maria Langworthy, PhD em sociologia pela Universidade de Boston, o conceito de Nova Pedagogia é “aquela que envolve a aprendizagem em parceria entre professores e alunos, com professores como agentes de mudança, e estudantes construindo seu próprio aprendizado sob a orientação dos seus professores”. Completa Luciana Allan: “A necessidade de revisão das metodologias de ensino surge não apenas do fato de que as tecnologias digitais estão cada vez mais disponíveis, mas também porque hoje temos crianças e jovens que aprendem de uma forma diferente. Além disso, o mercado de trabalho requer novas competências  nesse cenário, leitura, escrita e raciocínio lógico deixam de ser consideradas as competências principais básicas. A elas também se juntam as competências para criar, inovar, empreender, colaborar, interagir, ser capaz de resolver problemas, exercer sua cidadania e ter caráter. No fundo, estamos falando de um modelo de ensino que tira o foco do conteúdo e passa a valorizar o desenvolvimento de competências e habilidades para a vida”.

 

A educação do século XXI exige práticas inovadoras de ensino, e a RSE responde a essa exigência com uma proposta pedagógica que está inserida no contexto real dos alunos e que valoriza o desenvolvimento das habilidades e competências para a vida. É uma proposta que está enraizada na tradição educacional salesiana, que acredita no protagonismo das crianças, dos adolescentes e dos jovens, e coloca o educador como parceiro e como mediador no processo de aprendizagem.

 

 

O ano de 2016 foi o primeiro em que a RSE teve o Material Didático Digital adotado em todas as séries do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Apesar de ser algo tão recente, de todas as regiões do país chegam informações sobre os resultados positivos do MDD, as iniciativas inovadoras implementadas pelos educadores da RSE a partir do material, a motivação e o entusiasmo com que os alunos participam das aulas por meio dos recursos interativos.

As informações chegaram à RSE nas apresentações de boas práticas e depoimentos dos educadores nos encontros nacionais da RSE, por meio das visitas frequentes realizadas nos seis polos da RSE ao longo do ano; nos eventos de formação continuada de educadores e equipes pedagógicas e, também, nas notícias sobre os projetos realizados nas escolas, enviadas pelas unidades ou publicadas nos sites e redes sociais.

Diante desses resultados positivos, a RSE retoma as palavras do Papa Francisco, que têm direcionado as instituições católicas de ensino em todo o mundo: educar hoje e amanhã é uma paixão que se renova.

 

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Última modificação em Segunda, 03 Outubro 2016 01:02

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