Protagonismo juvenil e consciência política

Quarta, 28 Setembro 2016 10:26 Escrito por  Comunicação Rede Salesiana de Escols
Dois projetos em escolas salesianas desenvolvem a consciência crítica, estimulam a participação cidadã e mostram que atuar politicamente vai muito além de votar.

A cada dois anos, a população brasileira é convocada a exercer seu direito à manifestação política por meio do voto. E nos intervalos entre as eleições? Não há reflexão ou envolvimento político? Nas escolas salesianas, várias atividades são realizadas todos os anos para desenvolver a liderança estudantil e a participação política. Entre elas, estão a escolha e a valorização dos representantes de classe, a eleição de direções para grêmios estudantis, palestras e debates com os alunos sobre questões relevantes para a escola ou para a comunidade. Além disso, há projetos específicos, que procuram mostrar como a participação política pode ultrapassar os limites do período eleitoral.

Neste ano de 2016, dois projetos bem diferentes são exemplos de incentivo à reflexão política em escolas. Projetos que estão bem sintonizados com a proposta salesiana de formar “bons cristãos e honestos cidadãos”.

 

Projeto PENSA

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Campo Grande, MS, está desenvolvendo um projeto inovador. Nomeada com a sugestiva sigla PENSA (Projeto Eleitoral Nossa Senhora Auxiliadora), a proposta vem estimulando a consciência política dos educandos do 9º ano do ensino fundamental II ao 3º ano do ensino médio.

O projeto tem três fases: na primeira, os alunos foram divididos em grupos e tiveram de criar um partido político, seu estatuto e formas de divulgação da campanha, além de um cadastro para a filiação partidária. Na segunda fase, foram feitas a indicação dos candidatos a cargos legislativos, a campanha eleitoral, a eleição e a diplomação dos candidatos eleitos. Na terceira e última fase, os candidatos eleitos apresentarão projetos concretos, que visem melhorias para a comunidade escolar. Haverá, para tanto, um espaço de discussão: um “parlamento escolar”.

O engajamento dos alunos no PENSA pode ser visto na internet, já que os jovens candidatos utilizam o YouTube e um blog para apresentar as propostas e estatutos de seus partidos. “O objetivo é fazer com que os alunos tenham um conhecimento maior sobre a política, podendo assim exercer seus direitos e sua cidadania”, afirma Júlia, presidente do PRE (Partido da Revolução Estudantil).

O desenvolvimento das atividades do PENSA pode ser acompanhado no blog http://pensauxiliadora.blogspot.com.br

 

Diálogo com a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em 2016, pela primeira vez, um diálogo com membros da sociedade civil de todo o mundo para a escolha do novo secretário-geral da entidade. Os candidatos responderam a perguntas selecionadas entre questões enviadas de toda parte do mundo.

Um grupo de alunos do Colégio Dom Bosco, unidade da Rede Salesiana de Escolas em Rio do Sul, SC, se destacou nesse projeto. Liderados pelo professor de História, Cleiton R. Baldo, os alunos tiveram suas perguntas selecionadas e divulgadas pela ONU, tanto nas fases iniciais do diálogo, que foram gravadas, como na etapa presencial, que ocorreu 12 a 15 de julho, em Nova York, Estados Unidos.

O incentivo à participação no projeto veio do próprio professor Cleiton, que soube da proposta da ONU por acompanhar a instituição e tudo o que se refere ao tema. Foram selecionadas as questões dos alunos salesianos Cristian Piehowiak, Leonardo Buzzi e Letícia Meyer, na primeira fase; e Laura Sofia Zandonai e Guilherme Fronza, na segunda fase. Eles levantaram discussões acerca do Conselho de Segurança, da desigualdade social e da violência contra a mulher. Em cada fase, as perguntas dos alunos ficaram entre as 30 selecionadas, entre mais de mil participantes de todo o mundo. Leonardo e Letícia tiveram seus questionamentos gravados e apresentados para os candidatos, assim como Laura e Guilherme. Já o aluno Cristian pode fazer sua pergunta pessoalmente, durante a Assembleia Geral da ONU.

 

História e participação

“A experiência foi fantástica. Não é só o fato de ter seu trabalho reconhecido pela ONU, mas você perceber uma ressignificação do processo de ensino-aprendizagem de História. Nunca, em toda minha atividade profissional, vi alunos sentindo uma História tão viva, não mais desconectada do presente e internalizando sua extrema significância para a construção de um futuro melhor”, avalia o professor Cleiton.

O entusiasmo dos alunos corrobora a fala do educador. “Levo dessa experiência maior aprendizado, maior conhecimento de mundo e das pessoas, maior entendimento da História e seus processos e especialmente participação efetiva em decisões tão importantes para o mundo”, afirma o aluno Leonardo Buzzi.

Já Cristian Piehowiak diz ter descoberto um caminho para a mudança da realidade com base na participação social. “Fiquei muito mais interessado em saber sobre as decisões tomadas em âmbito mundial, além de despertar a vontade de criticar e participar de algumas ações realizadas pelos órgãos municipais, estaduais, federais e mundiais. Compreendi que uma verdadeira mudança é possível. Começamos pelo Colégio Dom Bosco, quando tomamos essa iniciativa de enviar nossos questionamentos para a ONU. Acredito que são essas pequenas atitudes que podem mudar o mundo”.

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Protagonismo juvenil e consciência política

Quarta, 28 Setembro 2016 10:26 Escrito por  Comunicação Rede Salesiana de Escols
Dois projetos em escolas salesianas desenvolvem a consciência crítica, estimulam a participação cidadã e mostram que atuar politicamente vai muito além de votar.

A cada dois anos, a população brasileira é convocada a exercer seu direito à manifestação política por meio do voto. E nos intervalos entre as eleições? Não há reflexão ou envolvimento político? Nas escolas salesianas, várias atividades são realizadas todos os anos para desenvolver a liderança estudantil e a participação política. Entre elas, estão a escolha e a valorização dos representantes de classe, a eleição de direções para grêmios estudantis, palestras e debates com os alunos sobre questões relevantes para a escola ou para a comunidade. Além disso, há projetos específicos, que procuram mostrar como a participação política pode ultrapassar os limites do período eleitoral.

Neste ano de 2016, dois projetos bem diferentes são exemplos de incentivo à reflexão política em escolas. Projetos que estão bem sintonizados com a proposta salesiana de formar “bons cristãos e honestos cidadãos”.

 

Projeto PENSA

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Campo Grande, MS, está desenvolvendo um projeto inovador. Nomeada com a sugestiva sigla PENSA (Projeto Eleitoral Nossa Senhora Auxiliadora), a proposta vem estimulando a consciência política dos educandos do 9º ano do ensino fundamental II ao 3º ano do ensino médio.

O projeto tem três fases: na primeira, os alunos foram divididos em grupos e tiveram de criar um partido político, seu estatuto e formas de divulgação da campanha, além de um cadastro para a filiação partidária. Na segunda fase, foram feitas a indicação dos candidatos a cargos legislativos, a campanha eleitoral, a eleição e a diplomação dos candidatos eleitos. Na terceira e última fase, os candidatos eleitos apresentarão projetos concretos, que visem melhorias para a comunidade escolar. Haverá, para tanto, um espaço de discussão: um “parlamento escolar”.

O engajamento dos alunos no PENSA pode ser visto na internet, já que os jovens candidatos utilizam o YouTube e um blog para apresentar as propostas e estatutos de seus partidos. “O objetivo é fazer com que os alunos tenham um conhecimento maior sobre a política, podendo assim exercer seus direitos e sua cidadania”, afirma Júlia, presidente do PRE (Partido da Revolução Estudantil).

O desenvolvimento das atividades do PENSA pode ser acompanhado no blog http://pensauxiliadora.blogspot.com.br

 

Diálogo com a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em 2016, pela primeira vez, um diálogo com membros da sociedade civil de todo o mundo para a escolha do novo secretário-geral da entidade. Os candidatos responderam a perguntas selecionadas entre questões enviadas de toda parte do mundo.

Um grupo de alunos do Colégio Dom Bosco, unidade da Rede Salesiana de Escolas em Rio do Sul, SC, se destacou nesse projeto. Liderados pelo professor de História, Cleiton R. Baldo, os alunos tiveram suas perguntas selecionadas e divulgadas pela ONU, tanto nas fases iniciais do diálogo, que foram gravadas, como na etapa presencial, que ocorreu 12 a 15 de julho, em Nova York, Estados Unidos.

O incentivo à participação no projeto veio do próprio professor Cleiton, que soube da proposta da ONU por acompanhar a instituição e tudo o que se refere ao tema. Foram selecionadas as questões dos alunos salesianos Cristian Piehowiak, Leonardo Buzzi e Letícia Meyer, na primeira fase; e Laura Sofia Zandonai e Guilherme Fronza, na segunda fase. Eles levantaram discussões acerca do Conselho de Segurança, da desigualdade social e da violência contra a mulher. Em cada fase, as perguntas dos alunos ficaram entre as 30 selecionadas, entre mais de mil participantes de todo o mundo. Leonardo e Letícia tiveram seus questionamentos gravados e apresentados para os candidatos, assim como Laura e Guilherme. Já o aluno Cristian pode fazer sua pergunta pessoalmente, durante a Assembleia Geral da ONU.

 

História e participação

“A experiência foi fantástica. Não é só o fato de ter seu trabalho reconhecido pela ONU, mas você perceber uma ressignificação do processo de ensino-aprendizagem de História. Nunca, em toda minha atividade profissional, vi alunos sentindo uma História tão viva, não mais desconectada do presente e internalizando sua extrema significância para a construção de um futuro melhor”, avalia o professor Cleiton.

O entusiasmo dos alunos corrobora a fala do educador. “Levo dessa experiência maior aprendizado, maior conhecimento de mundo e das pessoas, maior entendimento da História e seus processos e especialmente participação efetiva em decisões tão importantes para o mundo”, afirma o aluno Leonardo Buzzi.

Já Cristian Piehowiak diz ter descoberto um caminho para a mudança da realidade com base na participação social. “Fiquei muito mais interessado em saber sobre as decisões tomadas em âmbito mundial, além de despertar a vontade de criticar e participar de algumas ações realizadas pelos órgãos municipais, estaduais, federais e mundiais. Compreendi que uma verdadeira mudança é possível. Começamos pelo Colégio Dom Bosco, quando tomamos essa iniciativa de enviar nossos questionamentos para a ONU. Acredito que são essas pequenas atitudes que podem mudar o mundo”.

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