A Família Salesiana foi representada na Assembleia por um grupo de nove salesianos, entre esses os cardeais Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Santiago de Chile, presidente da Conferência Episcopal; Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon; Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos; Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, presidente da Conferência Episcopal de Honduras; e dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, secretário especial do Sínodo. O cardeal Rodríguez Maradiaga apresentou uma reflexão no primeiro dia do Sínodo (clique aqui e leia).
Metodologia
Os padres sinodais sugeriram modificações para tornar o Sínodo mais dinâmico. Isso foi feito por meio da distribuição dos discursos pronunciados pelos membros em tempo breve, para poder dedicar mais atenção a cada contribuição. Além disso, os padres sinodais pediram a valorização do trabalho nos círculos menores.
Os trabalhos foram divididos entre congregações gerais e círculos menores. Nas congregações gerais tiveram direito a se pronunciar 318 participantes (entre padres sinodais, delegados fraternos e auditores), com três minutos à disposição. Foram cerca de 70 pronunciamentos por dia. Ao final de cada sessão, foi reservado um período de uma hora para pronunciamentos livres dos padres sinodais. Já os círculos menores foram 13 no total, sem limite de tempo para os discursos.
Durante o Sínodo o Terço foi rezado diariamente, às 17h, com a celebração da Missa às 18h. Na primeira semana se rezou pelos filhos, na segunda pelos pais e na terceira pelos avós.
A gratuidade do amor de Deus
No encerramento dos trabalhos do Sínodo, o Papa Francisco disse que as últimas três semanas abriram “novos horizontes” na vida da Igreja, que recusam uma linguagem condenatória. “Procuramos abrir os horizontes para superar qualquer hermenêutica conspiratória ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível.”
O Papa também declarou que “o primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus”. “A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão”, ressaltou.
Em conclusão, Francisco sustentou que, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa “voltar realmente a ‘caminhar juntos’ para levar a toda parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia de Deus”.
Clique aquipara ler a íntegra do discurso do Papa Francisco
O relatório final do Sínodo tem 94 pontos, todos aprovados pela maioria necessária de 2/3 dos participantes. Os padres sinodais presentes na votação eram 265. Neste caso, era considerada maioria a aprovação a partir de 177 votos. Acesse aquio relatório.
Comemoração dos 50 anos do Sínodo dos Bispos
Em 2015, comemoraram-se os 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos. Ele foi estabelecido pelo Papa Paulo VI, em 15 de setembro de 1965. Trata-se de uma instituição permanente em resposta ao desejo dos padres do Concílio Vaticano II de manter vivo o espírito positivo gerado pela experiência conciliar.
O Sínodo, em geral, pode ser definido como uma assembleia de bispos que representam o episcopado católico e que têm o dever de ajudar o Papa no governo da Igreja mediante seus conselhos. Sua principal característica consiste no serviço à comunhão e à colegialidade dos bispos com o Santo Padre.
O beato Paulo VI definia o Sínodo da seguinte forma: “É uma instituição eclesiástica, que nós - interrogando os sinais dos tempos, e ainda mais procurando interpretar em profundidade os desígnios divinos e a constituição da Igreja católica - estabelecemos após o Concílio Vaticano II, para favorecer a união e a colaboração dos bispos de todo o mundo com essa Sé Apostólica, através de um estudo comum das condições da Igreja e a solução concorde das questões relativas à sua missão. Não se trata de um Concílio, nem de um Parlamento, mas um Sínodo de particular natureza”.
Fontes:Rádio Vaticana, Agência Ecclesia, Canção Nova, Zenit, InfoANS