Liderança, política e cidadania

Segunda, 15 Setembro 2014 17:25 Escrito por 
Liderança, política e cidadania O projeto “Liderança na Escola”, do Colégio Dom Bosco de Parnamirim, RN
Para incentivar a participação da juventude na política, é necessário desenvolver a cidadania, confiar no poder transformador dessa parcela da população e mostrar que a responsabilidade social vai muito além do voto nas próximas eleições.

No próximo mês de outubro, os brasileiros terão a tarefa de escolher os representantes para os principais cargos políticos do país. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 29 de julho, são 142,8 milhões de eleitores aptos a irem às urnas, dos quais 23 milhões são jovens entre 16 e 24 anos de idade. Algo que chama a atenção nas pesquisas é que o número de eleitores com 16 e 17 anos (que não são obrigados a votar) caiu 31% em relação às eleições de 2010. Atualmente, o país tem 1,63 milhão de jovens eleitores nessa faixa de idade. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, declarou que essa redução é em grande medida fruto do envelhecimento da população brasileira, mas na grande imprensa os dados foram divulgados como um sinal da desilusão da juventude com os políticos e com a política em geral.

O fato é que, se há uma preocupação de que a juventude participe mais da política brasileira, ela não pode aparecer somente às vésperas das eleições. Votar é apenas uma parte do processo político, que envolve a educação para a cidadania, a vivência cotidiana da democracia e a abertura de espaços concretos de atuação dos jovens na sociedade.

 

Pensando o Brasil

Para a Igreja Católica no Brasil, participar da política é um dever e uma responsabilidade de todos. O documento Pensando o Brasil: Desafios diante das eleições 2014, produzido pela 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), orienta os cristãos a se fazerem presentes na vida política do país. Mas entende que essa participação não se restringe ao voto. A atividade política cristã tem continuidade na fiscalização dos representantes eleitos e do poder público, bem como na atuação em esferas de diálogo e participação social, de maneira a contribuir para uma sociedade verdadeiramente democrática.

A preocupação com a juventude é demonstrada no documento, que indica a participação democrática dos jovens no interior da própria Igreja como caminho para incentivar seu envolvimento social e político: “A Igreja deposita especial confiança na força transformadora que brota dos jovens. Nesse sentido, insiste para que se abram a eles ‘canais de participação e envolvimento nas decisões, que possibilitem uma experiência autêntica de corresponsabilidade, de diálogo, de escuta e o envolvimento no processo de renovação contínua da Igreja’”. Para a CNBB, valorizar a participação da juventude na comunidade é o que vai “motivar um envolvimento real dos jovens na construção de uma sociedade mais justa, impulsionando-os a uma participação mais efetiva nas decisões políticas”.

 

Política na escola

Formar “bons cristãos e honestos cidadãos” sempre foi uma preocupação dos salesianos e salesianas, que se reflete nos colégios da Rede Salesiana de Escolas (RSE). E assim como as eleições nacionais são momento propício para incentivar uma participação política mais ampla na vida brasileira, as eleições dos representantes de turma permitem, nas escolas, trabalhar valores como honestidade, compromisso, responsabilidade, participação e democracia.

“O cargo de representante de turma deve ser assumido como um privilégio e um serviço: uma chance de desenvolver as habilidades de um bom líder e um ofício de trabalhar pelo bem da turma, da escola e da educação”, considera Sergio Baruffi, diretor-executivo do Colégio Salesiano Região Oceânica (CSRO), em Niterói, RJ. Na escola, a eleição de representantes permitiu aos alunos vivenciarem todo o processo, desde a definição das candidaturas e campanha, até o voto-secreto e tomada de posse do eleito. Também no Colégio São José de Natal, RN, a eleição de representantes de turma foi precedida de palestras e encenações teatrais organizadas dentro do projeto “Liderança: construindo a cidadania”.

No Colégio Dom Bosco de Parnamirim, RN, o projeto “Liderança na Escola” incentivou a participação cidadã dos alunos, com orientações sobre a atuação do líder de turma, construção das propostas e elaboração de campanhas. Em paralelo, a Equipe de Pastoral do colégio deu início a atividades com a missão de envolver alunos e ex-alunos, formando agentes de evangelização por meio da capacitação e do trabalho voluntário. Nessas atividades, a pastoral incentiva que os alunos participem efetivamente, sendo autores dos projetos de evangelização, das ações sociais e de atividades de comunicação.

Da mesma forma, o “Projeto Liderança”, desenvolvido no Instituto São José de Resende, RJ, conduziu o processo para escolha de alunos representantes de turma ressaltando a participação juvenil e as responsabilidades de um líder. Kátia Roseli Fontes, orientadora do turno da tarde, destacou o envolvimento dos alunos e a importância da atividade para a formação do estudante: “A escolha dos representantes é um compromisso para o bem-estar da turma e eles precisam estar atentos se os objetivos estão sendo alcançados e se todos estão sendo respeitados. É um projeto fundamental para auxiliar na formação do comportamento futuro da pessoa na comunidade da qual participa”.

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Última modificação em Segunda, 15 Setembro 2014 17:30

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Liderança, política e cidadania O projeto “Liderança na Escola”, do Colégio Dom Bosco de Parnamirim, RN
Para incentivar a participação da juventude na política, é necessário desenvolver a cidadania, confiar no poder transformador dessa parcela da população e mostrar que a responsabilidade social vai muito além do voto nas próximas eleições.

No próximo mês de outubro, os brasileiros terão a tarefa de escolher os representantes para os principais cargos políticos do país. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 29 de julho, são 142,8 milhões de eleitores aptos a irem às urnas, dos quais 23 milhões são jovens entre 16 e 24 anos de idade. Algo que chama a atenção nas pesquisas é que o número de eleitores com 16 e 17 anos (que não são obrigados a votar) caiu 31% em relação às eleições de 2010. Atualmente, o país tem 1,63 milhão de jovens eleitores nessa faixa de idade. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, declarou que essa redução é em grande medida fruto do envelhecimento da população brasileira, mas na grande imprensa os dados foram divulgados como um sinal da desilusão da juventude com os políticos e com a política em geral.

O fato é que, se há uma preocupação de que a juventude participe mais da política brasileira, ela não pode aparecer somente às vésperas das eleições. Votar é apenas uma parte do processo político, que envolve a educação para a cidadania, a vivência cotidiana da democracia e a abertura de espaços concretos de atuação dos jovens na sociedade.

 

Pensando o Brasil

Para a Igreja Católica no Brasil, participar da política é um dever e uma responsabilidade de todos. O documento Pensando o Brasil: Desafios diante das eleições 2014, produzido pela 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), orienta os cristãos a se fazerem presentes na vida política do país. Mas entende que essa participação não se restringe ao voto. A atividade política cristã tem continuidade na fiscalização dos representantes eleitos e do poder público, bem como na atuação em esferas de diálogo e participação social, de maneira a contribuir para uma sociedade verdadeiramente democrática.

A preocupação com a juventude é demonstrada no documento, que indica a participação democrática dos jovens no interior da própria Igreja como caminho para incentivar seu envolvimento social e político: “A Igreja deposita especial confiança na força transformadora que brota dos jovens. Nesse sentido, insiste para que se abram a eles ‘canais de participação e envolvimento nas decisões, que possibilitem uma experiência autêntica de corresponsabilidade, de diálogo, de escuta e o envolvimento no processo de renovação contínua da Igreja’”. Para a CNBB, valorizar a participação da juventude na comunidade é o que vai “motivar um envolvimento real dos jovens na construção de uma sociedade mais justa, impulsionando-os a uma participação mais efetiva nas decisões políticas”.

 

Política na escola

Formar “bons cristãos e honestos cidadãos” sempre foi uma preocupação dos salesianos e salesianas, que se reflete nos colégios da Rede Salesiana de Escolas (RSE). E assim como as eleições nacionais são momento propício para incentivar uma participação política mais ampla na vida brasileira, as eleições dos representantes de turma permitem, nas escolas, trabalhar valores como honestidade, compromisso, responsabilidade, participação e democracia.

“O cargo de representante de turma deve ser assumido como um privilégio e um serviço: uma chance de desenvolver as habilidades de um bom líder e um ofício de trabalhar pelo bem da turma, da escola e da educação”, considera Sergio Baruffi, diretor-executivo do Colégio Salesiano Região Oceânica (CSRO), em Niterói, RJ. Na escola, a eleição de representantes permitiu aos alunos vivenciarem todo o processo, desde a definição das candidaturas e campanha, até o voto-secreto e tomada de posse do eleito. Também no Colégio São José de Natal, RN, a eleição de representantes de turma foi precedida de palestras e encenações teatrais organizadas dentro do projeto “Liderança: construindo a cidadania”.

No Colégio Dom Bosco de Parnamirim, RN, o projeto “Liderança na Escola” incentivou a participação cidadã dos alunos, com orientações sobre a atuação do líder de turma, construção das propostas e elaboração de campanhas. Em paralelo, a Equipe de Pastoral do colégio deu início a atividades com a missão de envolver alunos e ex-alunos, formando agentes de evangelização por meio da capacitação e do trabalho voluntário. Nessas atividades, a pastoral incentiva que os alunos participem efetivamente, sendo autores dos projetos de evangelização, das ações sociais e de atividades de comunicação.

Da mesma forma, o “Projeto Liderança”, desenvolvido no Instituto São José de Resende, RJ, conduziu o processo para escolha de alunos representantes de turma ressaltando a participação juvenil e as responsabilidades de um líder. Kátia Roseli Fontes, orientadora do turno da tarde, destacou o envolvimento dos alunos e a importância da atividade para a formação do estudante: “A escolha dos representantes é um compromisso para o bem-estar da turma e eles precisam estar atentos se os objetivos estão sendo alcançados e se todos estão sendo respeitados. É um projeto fundamental para auxiliar na formação do comportamento futuro da pessoa na comunidade da qual participa”.

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