Boletim Salesiano – Como surgiu o grupo Cantores de Deus e a proposta de unir música e evangelização?
Dalva Tenório –O grupo Cantores de Deus existe há quase 16 anos. Nós começamos com o padre Zezinho, scj - ele sempre fazia shows com a participação de jovens e nós passamos a acompanhá-lo. Nos anos de 1994 a 1995, passaram a fazer parte do Grupo o Luan, a Vanessa e a Suely Ferreira. Depois, nós conhecemos a Karla Fioravante e o grupo se solidificou. Em 1997, gravamos o primeiro CD: Em verso e em canção. O nome do grupo surgiu quando fomos fazer um show e uma das pessoas que ia assistir trazia escritos em uma faixa os dizeres: “Padre Zezinho e os Cantores de Deus”. Padre Zezinho gostou do nome e nós o adotamos para o grupo. Nós trabalhamos junto com o padre Zezinho durante mais três anos e depois partimos para a carreira solo. A formação atual é composta por mim (Dalva Tenório), Karla Fioravante e Andréia Zanardi.
BS – Em 2012, o grupo Cantores de Deus foi indicado ao Grammy Latino como melhor álbum cristão. Como vocês receberam essa notícia?
Dalva –A indicação foi um presente para a música católica porque, até então, não havia uma cultura de estar presente nessas premiações. Essa indicação mostrou que a música católica tem avançado e ido a lugares que a gente nem imagina, ou mesmo a lugares que nós ainda nem estivemos presentes fisicamente.
Boletim Salesiano – O grupo Cantores de Deus já soma 15 anos de história. Quais foram os acontecimentos mais marcantes nesse período?
Dalva –Além da indicação ao Grammy Latino, outro momento marcante foi a gravação do nosso DVD Mulheres, lançado em dezembro de 2011, antes da indicação ao Grammy. Quando nós gravamos o CD (em 2009), a Karla e eu compusemos uma canção chamada “Mulheres” e colocamos esse título também no álbum. Esse trabalho firmou a nova identidade do grupo, formada por três mulheres, e nele há canções que marcaram os 15 anos da história do grupo, com muitas participações especiais, como a do padre Zezinho, scj; da Eliana Ribeiro, da Canção Nova; do Walmir Alencar; da Ziza Fernandes e da Suely Façanha.
BS – Como vocês enxergam a possibilidade de evangelizar por meio da música?
Dalva – Com a maior responsabilidade. Falar de Deus para as pessoas, independentemente da religião, é falar desse Deus que é aberto a todos. A maior missão do Grupo é falar aos outros, através da música, o que é ser e ter família. Principalmente nos dias de hoje, em que a violência toma conta da sociedade e nossos filhos precisam, mais do que nunca, saber que têm não apenas pais, mas principalmente amigos.
BS – Qual é a ligação de vocês com as obras salesianas? Vocês são ex-alunas?
Dalva –Eu sou ex-aluna salesiana. Estudei no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, dos 10 aos 15 anos. Antes de ser aluna do Liceu eu era uma das crianças que participavam dos momentos de festividades/recreação que eram oferecidos na escola (oratório), e um grupo de música chamado “Canarinhos do Liceu Coração de Jesus” se apresentava nessas festividades. Em uma dessas ocasiões, após a apresentação dos Canarinhos, eu entrei no teatro vazio, subi no palco e comecei a cantarolar. O salesiano “seu João Ferreira” (como é conhecido) me viu cantando e me chamou para fazer um teste e participar dos Canarinhos do Liceu. Na época, apenas alunos da escola poderiam participar do grupo e foi quando eu ganhei uma bolsa de estudos para ingressar no Liceu. A Karla e a Andréia não estudaram em escolas salesianas, mas desde pequenas também tiveram contato com a música. Os pais das duas eram catequistas.
BS – Qual foi a influência da pedagogia salesiana para você?
Dalva –Tudo o que eu faço e vivencio hoje, não apenas como cantora, mas como mãe e esposa, é fruto do que eu aprendi em cada ano em que estive no Liceu Coração de Jesus. Eu levo esse aprendizado para onde vou e sempre tento colocar em prática tudo o que aprendi no período em que estudei em uma escola salesiana.
BS – Como surgiu o convite para participar da gravação do CD em homenagem aos 200 anos de nascimento de Dom Bosco?
Dalva –Foi através do padre Gildásio Mendes, SDB. E por conta desse convite eu tive a oportunidade e a felicidade de reencontrá-lo e relembrar um passado muito marcante para mim. Participar da gravação do CD foi uma alegria e a possibilidade de reviver muitas histórias que fizeram parte da minha vida. Todas nós, integrantes do grupo, participamos da gravação como solistas, em várias canções.
BS – Quais são os projetos que vocês têm para o futuro?
Dalva –Agora nós estamos caminhando para a Jornada Mundial da Juventude. Vamos participar da Jornada nos dias 27 e 28 de julho, cantando no palco principal, e estaremos na Vigília. Também iniciamos o projeto de um novo CD, previsto para sair no próximo ano.