Aproximadamente 50 mil pessoas participaram do funeral, entre as quais inúmeras autoridades e chefes de Estado. Celebraram com o Pontífice, além do cardeal-decano Giovanni Battista Re no altar, mais de 120 cardeais, 400 bispos e quase quatro mil sacerdotes.
Às 8h45 (UTC+1) o caixão de Bento XVI foi transportado da basílica para o adro da Praça de São Pedro. Seguiu-se a oração do santo terço e, às 9h30, a missa solene.
Estiveram presentes as duas delegações oficiais da Alemanha, terra natal do Papa emérito, encabeçadas pelo presidente federal, Frank-Walter Steinmeier; e a da Itália, sua segunda pátria, como costumava dizer, guiada pelo presidente da República, Sergio Mattarella.
Também acompanharam o funeral o presidente da Polônia, Andrzej Duda, a Rainha Sofia da Espanha, os reis da Bélgica Philip e Mathilde, o presidente de Portugal Marcelo N. D. Rebelo de Sousa e a presidente da Hungria, Katalin Novak.
Durante a missa, as leituras escolhidas orientaram a celebração para a compreensão da relação entre as criaturas e o Criador, da finitude humana e da Misericórdia Divina, bem como da esperança que ancora na fé da vida eterna.
Dedicação
Em sua homilia, o Papa Francisco escolheu o termo "dedicação" como palavra-chave do pontificado e da vida de Joseph Ratzinger. Dedicação ao estudo, como teólogo que havia décadas marcava a vida e o magistério da Igreja; dedicação ao povo universal de Deus, em seus aproximadamente oito anos de pontificado; e dedicação à oração, na comunidade orante que ele mesmo criou no Mosteiro Mater Ecclesiae, do Vaticano, durante seus quase dez anos como Papa Emérito.
Dedicação que o Papa Francisco define como “serviço agradecido a Deus e a seu Povo que nasceu da aceitação do dom totalmente gratuito”; "orante, que se plasma e aperfeiçoa silenciosamente por entre as encruzilhadas e contradições que o pastor deve enfrentar (cf.1Pd 1,6-7) e o esperançado convite a apascentar o rebanho"; e, por fim, "sustentada pela consolação do Espírito, que sempre o precede na missão".
Entre as quatro citações de seu predecessor presentes na homilia do Papa Francisco, destaca-se a da homilia da missa inaugural do Pontificado de Bento XVI, em 24 de abril de 2005, onde Joseph Ratzinger recordou que "Pastorear significa amar, e amar significa também estar pronto para sofrer”. Um sofrimento enfrentado, aceito e oferecido por Bento XVI para o bem da Igreja.
Ao concluir a homilia, o Papa Francisco afirmou com convicção: “Bento, fiel amigo do Esposo, que a tua alegria seja perfeita escutando - definitivamente e para sempre - a Sua voz!”.
No final da missa, o Pontífice presidiu o rito da ‘Ultima Commendatio et Valedictio’, com as quais confiou definitivamente Bento XVI à Divina Misericórdia.
O corpo do Papa Emérito foi levado à presença do Papa Francisco, que se deteve por alguns momentos em oração. Depois foi introduzido, pelos ministros pontifícios, na Basílica Vaticana, para depois ser transferido a um segundo ataúde de chumbo e, por fim, para o caixão definitivo, de madeira.
O caixão, que também leva as medalhas do pontificado, os pálios e a escritura pública foi, por fim, sepultado nas grutas Vaticanas.
Fonte: Com informações Agência Info Salesiana e Vaticanan News