Padre José Rodolpho Hess recebeu este troféu e diploma por vários motivos. Eu apenas vou citar três.

1. Ele é conhecido como José Mobral. Foi um lutador pela alfabetização de jovens e adultos nas décadas de 60-80. Embora seu apelido tenha o nome de Mobral, no entanto nada tem a ver com as orientações e filosofia desta cria da ditadura. Seu método de alfabetização foi criado por um salesiano de Minas Gerais chamado padre Tiago de Almeida, que se inspirou em Paulo Freire.

2. Ele trabalhou muito com a Pastoral da Juventude. Fez parte do Instituto de Pastoral da Juventude (IPJ), que assumiu atitudes de formação de uma juventude participativa na Igreja e nos movimentos sociais. Também foi assessor da Pastoral da Juventude do RS.

3. Trabalhou junto com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos coordenado pelo Dr. Jair Krischke, que lhe entregou o prêmio conforme se vê na foto. A casa dos salesianos de Porto Alegre acolheu muitos procurados pela polícia da ditadura, sempre no anonimato. Vários deles ficaram meses em nossa casa. Alguns depois se exilaram e se refugiaram no Uruguai e na Argentina. Outros infelizmente foram eliminados pelo DOPS.

Acredito eu que estes foram alguns motivos que levaram a esta justa homenagem.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi ratificada pelo Brasil através do Congresso e da Presidência da República. Então, quem diz que vai abolir com os direitos humanos fará algo ilegal e estará na contramão da história. O importante não é abolir a Declaração, mas implementá-la. Ao mesmo tempo, é preciso saber trabalhar para criar consensos, como foi feito na Declaração em 1948.

Vida longa ao Padre José Rodolpho Hess.