“Não foi agradável ler alguns comentários nos jornais onde, após o suspirado decreto, escreveram: “As irmãs salesianas de Cremisã derrotam um exército”, e sem violência! Não se trata de haver derrotado, acreditamos que seja a graça recebida por intercessão do Santo Papa João Paulo II, e com toda certeza da querida irmã Adriana Grasso, FMA, que subiu para o Pai há dois anos e a quem confiamos o problema da Obra de Cremisã, inclusive o muro.
Nestes nove anos não faltaram os contatos com os militares, que mesmo querendo o muro, nunca usaram de violência para conosco, e muitas vezes se perguntavam por que os trabalhos foram interrompidos. A certeza de que o muro não seria construído, a constante oração e testemunho de fé, também por meio do mosaico escrito na parede na entrada da escola e dentro da escola, favoreceram o caminho para a fraternidade e a paz, a justiça e a verdade.
Muitas foram também as ajudas recebidas, antes de tudo dos advogados de St. Yves e os de Beitjala, depois outros que se dedicaram a estudar e procurar caminhos alternativos, a Igreja e a diplomacia, com frequentes encontros para criar mentalidade e influenciar o governo de Israel: com os bispos de várias partes do mundo, embaixadores e cônsules dos diversos países europeus e americanos, representantes da Comunidade Europeia.
O Decreto, publicado no dia 2 de abril diz: “A Corte Suprema Israelita, depois de ter considerado os vários percursos do muro de proteção na zona de Cremisã, declara que “não há outra opção senão a de mudar o percurso do muro, que deixe as irmãs salesianas e os padres salesianos unidos entre eles e seus respectivos terrenos. A Corte Suprema pede ao Exército e ao Ministério da Defesa israelita que considere outras alternativas menos prejudiciais para a população local e para os institutos que se encontram no vale”.
Uma vitória de todos. Ninguém perdeu! “Recebi a notícia com grande alegria", disse a irmã Ibtissam Kassis, FMA, "mas especialmente com muita admiração pela Corte Suprema. Quando no tribunal de Tel Aviv a causa tinha sido perdida, recorremos à Corte Suprema em Jerusalém, tínhamos muito medo de não conseguir, e dizer que hoje venceu a Corte Suprema, é verdade, porque olhou com olhos humanos um problema humano bastante grave, sobretudo, para a obra educativa por nós realizada, que goza muito de seu apreço, mas também pelas muitas famílias que frequentam nossa escola e sofriam com esta causa absurda.
O maior fruto desta graça será para os nossos alunos, que todos os dias ouvem falar de paz e de amor por todas as pessoas e ficam perplexos diante de tudo o que são obrigados a viver cada dia: lutas e injustiças. Este será um sinal de que a Paz é possível porque há tanta gente que deseja a paz e defende os interesses e o bem dos outros. A Justiça existe e triunfa!”.