“O livro nasceu na França e foi lançado com o título ‘O homem de chumbo’, pelo fato de eu ter levado um tiro há muito tempo e ter muito chumbo no meu ‘esqueleto’. Na Itália, foi lançado com o nome ‘Um bispo que veio da periferia para o Vaticano’ e no Brasil, “Sou João – verdade e diálogo por uma Igreja-comunhão”, porque não gosto muito dos títulos 'eminência', 'excelência' etc.”, explicou o cardeal.
Sobre os elementos que englobam a temática do livro (verdade, diálogo e comunhão), dom João destacou a importância do testemunho da comunhão no momento pelo qual a sociedade passa atualmente. Para ele, agravam-se os problemas da violência, da pobreza, da corrupção e a própria sociedade não aceita mais as desigualdades que marcam o cotidiano das pessoas como a diferença de direitos entre homem e mulher, ricos e pobres, a exposição de crianças a todo tipo de situações. “Queremos um mundo onde, partindo de uma dignidade única de todos nós, possamos construir a paz, a dignidade que a gente quer”, frisou.
Outra situação que o cardeal apontou foi a impossibilidade de organização de uma sociedade baseada no lucro e na exploração das pessoas. O cardeal considera frutos de um “mundo profundamente doentio” os fatos relacionados ao poder e ao dinheiro nos relacionamentos interpessoais e nas grades estruturas. “Sigo de perto pelos jornais o problema da corrupção em nosso país. Isso é triste demais! Estamos numa baixa. Em nome de que? O povo não deixou de pagar imposto. Fato é que tem gente indigna no lugar que está. Por isso, a comunhão é importante, pois a mudança parte de nós”, comentou sobre o contexto político-social do Brasil.
Ainda em sua fala, dom João criticou a violência dos grupos religiosos extremistas. “Não acreditamos numa religião que puxe pela violência pois não tem nada a ver com Deus, com tradição religiosa”, afirmou. Clique aqui para ler a íntegra da notícia.
CNBB com informações da CRB Nacional