No próximo dia 27 de abril – primeiro domingo após a Páscoa – será celebrada no Vaticano a solene Eucaristia da canonização dos papas João Paulo II e João XXIII. A celebração em que os dois papas serão oficialmente declarados santos da Igreja Católica será presidida pelo papa Francisco e concelebrada por cardeais e bispos de vários países. Fiéis de todos os continentes também participarão da cerimônia – a Rádio Vaticana divulgou que 5 milhões de pessoas devem comparecer, sendo 2 milhões de fiéis italianos e cerca de 1 milhão de peregrinos poloneses.
Desde o dia 30 de setembro do ano passado, quando o papa Francisco anunciou a data das canonizações, o momento tem sido aguardado com grande expectativa pelos católicos em todo o mundo. João XXIII e João Paulo II tiveram enorme importância histórica e contribuíram para grandes transformações na Igreja. Como afirmou o atual sumo pontífice ao explicar a decisão de unir no mesmo dia a canonização de seus predecessores: “os dois são bons, são dois bons”.
João Paulo II
Karol Jozef Wojtyla nasceu em Wadowice, na Polônia, em 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, em 2 de abril de 2005. Foi eleito papa no dia 16 de outubro de 1978, assumindo o nome de João Paulo II.
Em seus quase 27 anos de pontificado, João Paulo II escreveu 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. A grande marca de seu pontificado, entretanto, foi o grande número de viagens apostólicas, especialmente as internacionais.
João Paulo II liderou a Igreja na passagem para o novo milênio. Ele fortaleceu a fé da Igreja promulgando o Catecismo da Igreja Católica e promoveu um intenso itinerário de vida espiritual com o Ano da Redenção, o Ano Mariano, o Ano da Eucaristia e o Jubileu do Ano 2000. Também criou as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), aproximando a Igreja dos jovens, e fortaleceu como nunca antes o diálogo inter-religioso.
O primeiro milagre do papa João Paulo II foi o da irmã francesa Marie Simon-Pierre, que ficou curada da doença de Parkinson. O pontífice polonês foi proclamado beato pelo papa Bento XVI em 1º de maio de 2011, e a Igreja celebra a memória litúrgica de João Paulo II no dia 22 de outubro, data que assinala o dia de início de seu pontificado em 1978.
João XXIII
Angelo Giuseppe Roncalli, o papa João XXIII, nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bergamo, Itália, onde foi pároco e professor no seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.
Iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.
No dia 28 de outubro de 1958 foi eleito papa, sucedendo a Pio XII. Ficou conhecido como o “Papa Bom”, em decorrência de seu caráter de pastor carinhoso e sempre disposto a auxiliar os que mais precisavam. Fruto de uma grande intuição histórica, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II. Iniciado em 11 de outubro de 1962, o Concílio foi o ponto de partida para as grandes transformações pelas quais passou a Igreja no século XX.
João XXIII morreu um ano depois, em 3 de junho de 1963, e foi declarado beato por João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000. Seu processo de canonização tem uma particularidade considerada rara na história da Igreja: ficou isento do reconhecimento de um segundo milagre – condição necessária para que um beato seja elevado a santo.
Com informações da Rádio Vaticana