Os rótulos de Marega, que devem evidentemente o seu nome ao religioso salesiano que os achou, provêm do arquivo cívico de Bungo, na Prefeitura de Oita, Japão, onde o padre Marega viveu e trabalhou por muitos anos. Astuto e apaixonado colecionador, o religioso reuniu aproximadamente 10.000 documentos, escritos em papel de arroz, de grande valor. O mais antigo deles reporta a nada menos que a chegada do cristianismo ao Japão, em 1549, graças aos missionários jesuítas.
Tais documentos foram recentemente ‘reencontrados’, graças aos trabalhos de reestruturação da Biblioteca Vaticana, feitos entre 2007 e 2010. “Começamos estudando que tipo de documentos eram e do volume do material, mas inicialmente não tínhamos dado conta da sua amplitude” – referiu o cardeal salesiano Raffaele Farina, bibliotecário e arquivista emérito da Santa Igreja Romana, em uma entrevista ao ‘Catholic News Service’.
Na mesma entrevista o cardeal Farina agradece a Delio Proverbio, estudioso orientalista da Biblioteca Vaticana, e ao bispo emérito de Takamatsu, dom Francis Xavier Mizobe, também salesiano, por ter-lhe feito ver quão extraordinários eram os documentos achados no Vaticano.
Mas para completar a análise sobre como esses importantes documentos chegaram do Japão à Biblioteca Vaticana é preciso ainda considerar uma última ‘peça’ - essa também de matriz salesiana. Muito provavelmente, na verdade, a trazer, pelo menos alguns dos “ tesouros” do padre Marega a Roma e a estabelecer um contato entre o apaixonado arqueólogo salesiano e o Vaticano, foi o venerável padre Vicente Cimatti, primeiro superior da presença salesiana no Japão e, de 1935 a 1945, prefeito Apostólico da Prefeitura de Miyazáki, que compreendia também a Prefeitura Apostólica de Oita.
Entre as mais de 6.000 cartas do padre Cimatti, disponíveis na Biblioteca Digital Salesiana (SDL, em inglês) encontrou-se uma, redigida pelo venerável e expedida ao padre Marega. A carta está disponível no site da InfoANS, clique aqui para ler.