Desde o anúncio oficial da realização da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, ocorrido em agosto de 2011, um dos temas que mais preocupa os peregrinos é a segurança. Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 21 de maio, o tema foi objeto de debate por parte de especialistas em segurança pública.
O general José Alberto Abreu, comandante da 1ª divisão do Exército, afirmou que a ideia é garantir aos jovens no Brasil o mesmo conforto com relação à segurança das Jornadas de Colônia, em 2005, e Madri, em 2011. De acordo com dados do Exército brasileiro, Madri contou com 8.000 agentes de segurança; já, no Brasil, serão 12.000.
Uma das preocupações é o terrorismo, como ocorrido em Boston (EUA) recentemente. O general afirmou que, embora as possibilidades sejam remotas, deve-se considerar hipóteses de atentados contra a segurança dos peregrinos. O oficial garantiu que todas as ações necessárias já estão sendo tomadas para prevenir o terrorismo, “como a varredura em volta do altar”.
O general Abreu explicou que em Guaratiba, durante a vigília e a missa de encerramento, os peregrinos serão divididos em bolsões, nos quais haverá postos de atendimento de saúde e de sanitários e alimentação. As ações das Forças Armadas serão prioritariamente voltadas à proteção da presidente Dilma Rousseff e dos jovens no Campus Fidei. A segurança do Papa será de responsabilidade da Polícia Federal. Em Guaratiba, haverá, também, paraquedistas e cavalaria disponíveis.
Outra ação divulgada na comissão é a proteção, pelo Exército, de pontos de captação e abastecimento de água, de energia, de telecomunicações e transporte. De acordo com o general, não deve haver problemas porque “a atitude dos peregrinos é pacífica, ordeira”.
O tenente-coronel da Polícia Militar, Luciano de Souza, superintendente de planejamento e normatização da Subsecretaria Especial de Grandes Eventos da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, lembrou que, além dos atos centrais, há também atos protocolares, catequeses, hospedagem, semana missionária, peregrinação dos símbolos da JMJ e a viagem do Papa a Aparecida. Por isso, disse, deverá haver forte policiamento na cidade. Segundo Luciano, os policiais militares e civis do Rio de Janeiro não terão férias e nem participarão de cursos ou treinamentos durante o período da Jornada. O governo do estado também decretará feriado do dia 25 (quinta-feira) ao meio-dia do dia 29 de julho (segunda-feira).
Controle da segurança
De 27 de maio a 4 de agosto, haverá um “centro tático de controle” para monitorar as ações de segurança na cidade do Rio de Janeiro para a Copa das Confederações e para a JMJ. O primeiro evento servirá de teste para o segundo. Cerca de 700 câmeras serão utilizadas para monitorar o trânsito na cidade, e as imagens serão transmitidas em um telão de cerca de 80 metros, no centro de controle. Haverá, também, um centro de defesa cibernética, para proteger sistemas de informação brasileiros de eventuais ataques virtuais.
O delegado da Polícia Federal, Felipe Seixas, informou ainda que a polícia brasileira fará testes com a guarda vaticana e que há representantes da Polícia Federal em outros países buscando a cooperação internacional, principalmente em regiões de fronteira.
O deputado autor do requerimento da audiência pública, Otávio Leite (PSDB-RJ), afirmou que os peregrinos da JMJ desfrutarão de outros benefícios dados pela Lei Geral da Copa, como a facilidade para tirar vistos para o Brasil.
Dom Orani, arcebispo do Rio de Janeiro, está otimista com relação à preparação para a JMJ. O arcebispo disse que já estão inscritos 240 mil jovens – desses, 60% são do Brasil; 20%, da América Latina e os 20%, de outros países.
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