A ideia da pesquisa de doutorado nasceu de um trabalho exercido por Mirella no projeto “Voluntariado Missionário”, promovido pelo UniSALESIANO, desde 2017, nas aldeias indígenas do Mato Grosso.

“Nessas visitas me despertou o desejo de compreender as culturas originárias do Brasil e das Américas e como elas enfrentam os desafios atuais. Então, há cinco anos, mergulhei na fascinante cultura Xavante, que nos ensina, principalmente, a abertura para se apropriar de novos conhecimentos e resolver os problemas de forma produtiva”, explicou.

Para compor a pesquisa, realizada com o apoio da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Mirella realizou nove visitas à terra indígena de São Marcos, MT. No período do isolamento, devido à pandemia, os contatos ocorriam pelo celular entre os anos de 2020 e 2022.

Os protagonistas de seu trabalho foram dois professores da etnia Xavante, moradores de São Marcos, um homem e uma mulher que atuam há mais de dez anos na docência, na escola local e que participaram da história da escolarização na comunidade estudada.

“O que se viu na narrativa foram características marcantes, em que a posição dos protagonistas indica uma consciência da necessidade de lutar para não ser colonizado e uma aderência à ação comunicativa pois, em vez de orientarem seus projetos de vida para as políticas de identidade impostas, os Xavante mostram que conseguem manter o foco em seus projetos coletivos de vida, exercendo uma política própria consistente”, definiu.

Defesa

A defesa do estudo de Mirella aconteceu, recentemente, com a presença de membros do grupo Xavante. Entre eles, estavam o cacique e educadores da terra indígena de São Marcos.

“Agradeço aos Salesianos por me apresentarem Dom Bosco e o mundo indígena, me reaproximarem da dimensão transcendental e colaborarem para a realização do meu sonho missionário”, afirmou Mirella.

Fonte: Monique Bueno - UniSALESIANO