Mudanças nas rotinas de trabalho e estudo, atividades de lazer, de convivência e o medo do desconhecido, como a Covid-19, geram inquietações que podem impactar a nossa saúde emocional. Conhecer as próprias emoções e saber o que fazer com cada sensação é um desafio para gerir conflitos internos e externos que possam surgir não só neste período.
Segundo a psicóloga do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), Denise Matias, devido a este cenário, “muitas pessoas se sentem inseguras, com medo em relação ao futuro e se apropriam desses sentimentos, que impactam diretamente na qualidade de vida e bem-estar cotidiano”, afirma. Foi pensando nesses impactos sociais da pandemia, que o Unileste passou a disponibilizar plantões psicológicos de forma on-line, exclusivos aos seus estudantes e colaboradores. Os atendimentos individuais são realizados de segunda a sexta pela Denise, das 8h às 18h e cada acolhimento tem aproximadamente 1h de duração.
Para a profissional, esse bem-estar está atrelado à saúde emocional. Por isso, quando estamos felizes, temos facilidade para realizar atividades e gerenciar e resolver problemas do dia a dia com mais leveza. “Mas quando a nossa saúde emocional está comprometida, o nosso olhar se torna míope. Temos dificuldades para ver a real dimensão das dificuldades e, em muitos casos, potencializamos as adversidades, nos colocando em situações as quais as resoluções não são possíveis”, acrescenta Denise.
Dicas
Com o intuito de reverter esses gatilhos da mente e aumentar os cuidados com a saúde emocional, principalmente em tempos de pandemia, a profissional dá dicas para que as atividades, angústias e incertezas não tomem conta da mente e nem tenham reflexos para a saúde física.
- Analisar sensações e canalizar os sentimentos
Compreender o que sentimos, as reações do corpo e o surgimento das emoções negativas é o início do processo de autocontrole das emoções e de resposta a esses sentimentos. Observar a causa de estresse e perceber como reagimos a isso é fundamental.
- Mantenha a calma
Diante de um problema, tente se acalmar e espairecer a mente. Procure sair do ambiente que te faça lembrar a situação desagradável. Ouça músicas para relaxar, leia algum livro. Depois disso, retome o assunto/atividade para buscar soluções. Não se desespere.
- Mantenha contato com familiares e amigos
O convívio social é importante para o bem-estar. Por isso, mantenha a conexão com a sua família e amigos e divida as angústias, mesmo que seja por ligação, aplicativos de mensagem ou videochamada.
- Pratique exercícios físicos e de respiração
Corpo saudável, mente saudável. Pode ser um clichê, mas pesquisa publicada pela revista científica da Associação Americana para o Avanço da Ciência, Science, afirma que, ao se exercitar, o corpo produz mais neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e que auxiliam na redução de ansiedade e estresse: a endorfina e a serotonina.
- Tenha bons momentos
Não se prenda às excessivas notícias e acontecimentos ruins que temos acesso todos os dias. Manter-se informado sobre o que acontece à nossa volta é fundamental, mas reserve um tempo também para realizar leituras, seja de um livro encostado na cabeceira, gibi, entre outros. Assista a um filme e/ou seriado que lhe agrade e cultive bons momentos consigo mesmo.
- Busque ajuda profissional
Se medos e inseguranças vierem de forma descontrolada, procure ajuda profissional de um psicólogo, se possível.
Dados
De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. O transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações ou medos excessivos e que provocam sensações de que algo ruim está para ocorrer. Além disso, sintomas físicos podem aparecer, como dores musculares, suor exagerado, dores de cabeça, palpitação, enjoos e insônia, segundo o Ministério da Saúde.
Fonte: Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais