Você sabia que, em média, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo? No Brasil, o suicídio é a terceira causa de mortes em jovens do sexo masculino.
O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial, portanto não podemos atribuir-lhe causas específicas ou fornecer respostas simplistas. Se o problema é complexo, não há soluções simples. Há uma série de elementos que precisam ser considerados e cuidados, como a presença de transtornos mentais, aspectos sociais, culturais, entre outros.
Sabemos que homens de 14 a 24 anos e acima dos 70 são a população mais vulnerável, e que indivíduos que já fizeram uma tentativa possuem o dobro de risco de realizar uma nova tentativa. No entanto, é importante saber que pessoas de diferentes classes sociais, idades e gêneros podem ser afetadas.
É por isso que a divulgação de informações corretas, feita de forma cuidadosa e responsável, com o envolvimento de toda a sociedade, é tão importante para a mudança deste quadro.
Existem diversos mitos e informações falsas que dificultam o auxílio às pessoas que se encontram em risco potencial para o suicídio. Frases como “quem quer se matar não avisa”; “é só para chamar atenção”, são um grande equívoco. A crença de que falar sobre o tema estimula as pessoas ao suicídio é parcialmente verdadeira, pois uma divulgação irresponsável pode ser um gatilho para uma tentativa, sim, mas falar sobre o assunto de forma cuidadosa é fundamental e pode salvar vidas.
Muitas vezes, os pensamentos sobre morte passam despercebidos. A pessoa pode não falar diretamente, mas pode se expressar de forma indireta dizendo, por exemplo: “tenho vontade sumir e não voltar mais”, “os outros ficariam melhor sem mim”, “eu sou um peso, seria melhor não existir”, etc.
Você deve prestar atenção aos seguintes sinais:
Mudanças drásticas de humor e comportamento
Diminuição do autocuidado (alimentação, higiene, etc)
Isolamento social
Deixar de fazer as coisas que gosta
Situações de ruptura (perdas, separações, desemprego, etc)
Desfazer-se de objetos de estima
Desespero, desamparo, desesperança
Automutilação
Abuso de drogas
O que fazer?
Não tenha medo de falar abertamente sobre o assunto
Escute, não julgue. Lembre-se que a pessoa que pensa em suicídio está sofrendo, ela não quer acabar com a vida e sim com sua dor.
Mesmo que a pessoa peça segredo, não aceite. Disponha-se a ajudá-la a procurar a ajuda especializada de um profissional de saúde mental (psicólogos e psiquiatras)
Restrinja o acesso dessa pessoa a meios letais
Verifique como está a rede de apoio dessa pessoa
Procure um CAPS
Ligue no CVV – 188
Caso se depare com uma pessoa prestes a fazer uma tentativa, chame os bombeiros ou a PM, eles são preparados para lidar com esse tipo de situação. Não tente resolver tudo sozinho!
Nadini Brandão Takaki - UNISAL