Missionário em Angola
“Vivi a experiência missionária a partir de um despertar vocacional somado ao convite da Inspetoria São João Bosco (ISJB), que me acompanhou nas obras em Vitória, ES, e no voluntariado missionário em Campos dos Goytacazes, RJ. A missão em Angola foi uma experiência única, magnífica. Retornei como novo cristão e novo homem. Fui designado para viver na província de Benguela (litoral sul de Angola). Lá a Congregação Salesiana tem um Instituto de Formação de professores de Educação Física. Deparei-me com uma realidade social lastimável. Pessoas extremamente pobres, abandonadas, doentes e esquecidas pelo poder público. Um nível de miséria enorme, mas que se torna pequeno diante da vontade de crescer e da alegria de viver que, especialmente os jovens e as crianças, possuem. Como cristão, senti na pele e testemunhei uma ‘fé de verdade’. Pessoas que vão à missa pelo desejo de ser melhor, por acreditar que Deus é capaz de transformar suas misérias em felicidade. Tenho o sonho de um dia poder voltar junto com minha família para aquela terra”.
Raphael Cutis, 25 anos, casado, professor de Educação Física em Vitória, ES, foi missionário em Angola em 2012.
Interação entre nações
“A Semana Missionária, que antecedeu a Jornada Mundial da Juventude, nos fez refletir sobre a evangelização, principalmente dos jovens. Vieram 12 jovens italianos para a nossa paróquia e houve uma maravilhosa interação entre nós. Foi uma semana inteira de convivência. Fizemos visitas, participamos de celebrações eucarísticas, refletimos e partilhamos. Nestes dias, descobri que o idioma não é o mais importante, pois a melhor linguagem é a de Deus, a do amor. Dias felizes, mais do que convivência... serão eternos em nossos corações. Aprendi que a vida de cada jovem é importante e que vale a pena buscar ser um cristão cada vez melhor. Viva a juventude!”
Ramom Trindade Silva é da Paróquia São João Batista de Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, GO, e participou da Semana Missionária 2013.
Chamado a ser missionários
“A Semana Missionária teve início no dia 16 de julho e se estendeu até o dia 21. Foi um evento que envolveu toda a Arquidiocese de Goiânia e do qual eu tive a oportunidade de participar na Paróquia São Batista de Colina Azul. Nós recebemos 12 jovens italianos, que ficaram hospedados em casas das famílias dos paroquianos. Durante a semana, uniram-se a eles cerca de 70 a 80 jovens das comunidades locais e juntos realizamos todas as atividades propostas, como: visitas às famílias das micros (comunidades), ao Abrigo Comendador Valmor, noite Gastronômica, Arraial da Juventude, uma oportunidade para os italianos conhecerem um pouco mais a cultura goiana. Um momento especial foi visita ao Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade. Tivemos também momentos de adoração e celebrações Eucarísticas. Foi, sem dúvida, uma ótima experiência, uma oportunidade de conhecer pessoas novas e, acima de tudo, um chamado a sermos missionários como o próprio nome já diz. A Semana Missionária, de fato, deixou frutos e cabe a nós, que participamos, colhê-los.”
Bruna Carrijo é da Paróquia São João Batista de Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, GO, e participou da Semana Missionária 2013.
Uma missionária indígena
“Em São Gabriel da Cachoeira, infelizmente, há muitos jovens envolvidos com drogas e prostituição. Hoje se vê muitas irmãs salesianas nas áreas indígenas. A minha missão é um pouco diferente. Sinto o peso da responsabilidade nas minhas costas porque sei da importância que é ser uma irmã indígena. A maioria dos religiosos que vão para as nossas comunidades são de Manaus ou até de outros países. Sei que é importante ter uma irmã salesiana que tenha crescido na cultura indígena e que possa atuar na evangelização das comunidades!”
Sonia Bitencourt Fontes é da Etnia Baniwa, natural de Distrito Rio Içana, São Gabriel da Cachoeira, AM. É aspirante no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), na Casa de Formação São José (Manaus) - Inspetoria Laura Vicuña.
É preciso saber ouvir
“Em outubro de 2010, fui com um grupo de 30 jovens para a comunidade Anveres, distrito de Careiro da Várzea, AM, e percebi a importância que é, muitas vezes, escutar o que as pessoas têm a dizer. Muita gente pensa que missão é só colocar a Bíblia debaixo do braço e visitar as casas. Isso é importante, claro, mas é preciso também aprender a ouvir as pessoas. Tem gente que está precisando de alguém para desabafar, isso também é missão. Outra coisa interessante, como se diz, é que a gente acaba recebendo muito mais bênçãos do que pensa quando sai em missão.”
Ranna Campos é aspirante no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), na Casa de Formação São José (Manaus) - Inspetoria Laura Vicuña.
Diário de um voluntário
“O legado dessa experiência, para minha vida pessoal, é incalculável. Estar em contato com as crianças e os pacientes do centro médico foi uma experiência de autoconhecimento, de valorização da minha vida e da minha experiência. Senti uma alegria enorme em receber o carinho das pessoas com as quais convivi (as crianças, as irmãs, os outros voluntários) e que fizeram com que de fato eu me sentisse em casa. As atividades realizadas foram muito importantes em meu desenvolvimento naquilo que será meu futuro trabalho como médico. Mas o que percebi de maneira mais forte foi a grande naturalidade com que me saí no trabalho com as crianças, algo que considerava um tanto complicado pela minha ‘pouca paciência’. Ao invés disso, aprendi muito com elas e consegui lidar com as situações buscando compreende-las a partir do seu ponto de vista”.
Thiago, estudante de Medicina, é membro do VIDES Brasil – Belo Horizonte, MG, e nos meses de fevereiro e março esteve na região de Chiapas, México, atendendo as crianças do Albergue Infantil Salesiano e do Colégio Chapas MJC e os pacientes da Casa dos Enfermos Bom Samaritano (relato feito para o VIDES Internacional).
Conhecer outras realidades
“A experiência da missão foi muito diferente, com ela você aprende a dar mais valor à vida e isso muda muito os seus atos e jeito de pensar. Depois dessa experiência você sai diferente daqui. Foram momentos marcantes, em que você conhece o outro lado da vida, outras realidades.”
Tatiane Pívaro, 12 anos, é de Cambé, PR, e participou da Missão Jovem, realizada pela Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (FMA) de 14 a 18 de novembro de 2012 na cidade de Ibirama, pertencente à Diocese de Rio do Sul.
Alegria e esperança
“Dentro de uma missão jovem, há vários fatores que podem ser destacados. Pode-se falar dos dias fora de casa, da convivência com pessoas novas e da missão propriamente dita. Muitos moradores que foram visitados declararam estarem surpresos por verem jovens que se dispuseram a gastar o seu tempo em uma atividade religiosa, o que de fato é algo trabalhoso, tendo em conta os outros compromissos da escola, casa, entre outros. Nas visitações, o que foi mais marcante foi o sentimento de levar alegria e esperança para as pessoas. Alegria esta visível nos gestos e olhares dos moradores.”
Renan Demeterko, 17 anos, é de Rio do Sul e participou da Missão Jovem, realizada pela Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (FMA) de 14 a 18 de novembro de 2012 na cidade de Ibirama, pertencente à Diocese de Rio do Sul.
A missão é um desafio
“O nome já diz, uma missão é um desafio. Experiência que muda a vida de uma pessoa para melhor, você passa por inúmeras situações, muitas vezes de felicidade e outras tantas de dificuldades. Você convive com o hoje, com a realidade. O mais importante de tudo, em minha opinião, é a união, o companheirismo em estarmos fazendo isso, e um simples olhar e sorriso conquistado por cada um. Criamos uma grande família, são laços marcados por momentos inesquecíveis. Levamos a compreensão, os ensinamentos de cada história, e espero que esta família continue sempre unida. Vamos levar esta missão para sempre, mudou nossa vida, não tem palavras para descrever. Felicidade e saudade, AJS é tudo de bom. Vale muito a pena, pode acreditar”.
Caroline Pereira, 14 anos, é de Campos Novos e participou da Missão Jovem, realizada pela Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (FMA) de 14 a 18 de novembro de 2012 na cidade de Ibirama, pertencente à Diocese de Rio do Sul.
Bote fé!
“Lógico que eu não posso deixar de citar as Semanas Missionárias que tive a oportunidade de participar. Foi nelas que pude vivenciar desafios e experiências maravilhosas que a vida missionária nos proporciona. Sair do comodismo e enfrentar a verdadeira realidade através de cada pessoa que encontrávamos pelo caminho me mostrou como é bom ser discípulo e missionário de Jesus Cristo vivendo na alegria, como nosso Pai e Mestre Dom Bosco, nos ensinou. Termino com as palavras do nosso Papa Francisco em um dos discursos durante a Jornada Mundial da Juventude: ‘Bote Fé!: o que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então ‘bota’ o sal; falta o azeite, então ‘bota’ o azeite... ‘Botar’, ou seja, colocar, derramar. É assim também a nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: ‘bote fé’ e a vida terá um sabor novo...’ Querida juventude salesiana, sejamos esse ‘tempero’ na vida de nossas crianças e jovens e nunca esqueçamos daquela frase que Dom Bosco sempre dizia e que hoje levo comigo: ‘Eu não disse que seria fácil, disse que valeria a pena’”.
Mariana Chirelli, 20 anos, estudou no Colégio Salesiano Dom Bosco – Cidade Alta, em Piracicaba, SP Hoje é funcionária do Colégio Salesiano Dom Bosco – São Mário, Piracicaba, SP, e cursa o 3º ano da faculdade de Serviço Social no Unisal – Campus Maria Auxiliadora em Americana, SP.
Testemunhar o Evangelho no dia a dia
“Como sempre ouvimos, Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Desde quando conheci os salesianos senti uma vontade imensa de ir para uma missão, ver o que era ser um jovem missionário, sentir o porquê tantos jovens mudavam depois de realizar uma semana missionária. Graças a Deus ele meu deu uma oportunidade de fazer essa experiência, uma experiência rica, uma demonstração de amor pelo próximo. Esse tempo como jovem missionário transformou minha forma de enxergar o mundo e as pessoas, me enriqueceu como pessoa e ensinou a realmente a priorizar o que é verdadeiramente importante em nossas vidas. Nunca me senti capacitada para ir levar a palavra de Deus ao próximo, mais ele me capacitou e sinto que sou seu instrumento até hoje. Ser um jovem missionário é testemunhar o amor sempre, em qualquer circunstância e lugar. É buscar a santidade como jovem, seja no trabalho, com os amigos, com a família. ‘É testemunhar o Evangelho no dia-a-dia e buscar ‘ser Cristo’ para as outras pessoas’.”
Paula Macedo é coordenadora do Grupo de Ação Missionária (GAM) Bom Retiro, em São Paulo, SP.