Foi realizado no início de março, entre os dias 1º e 5, no Colégio de Santa Inês, em São Paulo, o Encontro de Formação para coordenadoras da Pastoral Juvenil nas inspetorias das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil. Com o tema “A missão educativa das FMA: lugar de encontro para uma vida plena”, o encontro foi assessorado pela irmã Runita Galve Borja, coordenadora geral da Pastoral Juvenil no Instituto Internacional das FMA, e reuniu 25 representantes das nove inspetorias brasileiras. Além das coordenadoras, também foram convidados outros participantes da PJ, entre religiosas e leigos. O encontro teve ainda a participação de três inspetoras.
O evento realizou-se como continuidade às reflexões feitas no 23º Capítulo Geral do Instituto das FMA e insere-se na programação do âmbito da PJ para o período 2015-2020. Os objetivos foram: promover e reforçar a corresponsabilidade na animação pastoral; reforçar o sentimento de pertença e a unidade de intenções; e clarificar a própria identidade e tarefa, sobretudo na coordenação de obras, presenças, ambientes e atenções pastorais diversificadas da Pastoral Juvenil.
“Esse encontro foi muito importante, porque ele trouxe as linhas do Capítulo Geral para a nossa realidade. No sentido de sermos ‘casa que acolhe’ para os jovens, sermos referência. E a irmã Runita disse no início do encontro: ‘eu não vim ensinar vocês, eu vim colher’. É aquilo que Jesus fez com os discípulos de Emaús: escutar a realidade nossa e iluminar com as reflexões do Capítulo e dos nossos documentos”, afirma a irmã Solange Sanches, da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida, de Porto Alegre, e referente nacional da Pastoral Juvenil. “Para nós foi também um momento de partilha de vida, para ficarmos sabendo toda a realidade do Brasil. E esse encontro coloca metas ao final, então saímos com propostas”, considera ela. Irmã Solange destaca que as inspetorias já têm metas estabelecidas para a PJ no âmbito local, mas o encontro permitiu apontar perspectivas em âmbito nacional.
Religiosas e leigos, jovens e educadores
“A proposta desses encontros é ajudar as responsáveis pela Pastoral Juvenil nas inspetorias e outras pessoas de referência, sejam irmãs ou leigos, para que possamos ter uma maior clareza da PJ, para dividir experiências e para levantar propostas. Isso é necessário para concretizar a programação desses seis anos do ponto de vista pastoral”, explica irmã Runita Borja.
Irmã Runita, que fez sua primeira visita ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude Rio-2013, ressaltou a qualidade e a importância do trabalho das FMA com a Pastoral Juvenil no país, especialmente na ação conjunta com os Salesianos de Dom Bosco, com os educadores leigos e com os próprios jovens. Para ela, esse é um caminho que ajuda a enfrentar os grandes desafios colocados para a PJ, entre os quais o principal é “recuperar a identidade própria do ambiente educativo salesiano”.
“Mais que estar no oratório ou no grupo de jovens, para nós isso significa recuperar o coração oratoriano. Ou seja: é recuperar a paixão de Dom Bosco, a paixão por ajudar o mais pobre, por ser mais criativo, por se juntar a outros e agir pelo bem dos jovens, por descobrir junto com os jovens sua vocação e por fim é a paixão por criar comunidades, porque o trabalho educativo não é de uma pessoa só. A comunidade, o ambiente, é o que forma o jovem”, completa ela.
Palavra dos participantes
Para irmã Maria de Nazaré G. de Lima, coordenadora de Pastoral Juvenil e Comunicação na Inspetoria Nossa Senhora da Paz (Inspaz), encontros como o que foi realizado em março são fundamentais para que se possa reviver o carisma salesiano. “Em uma formação como a que realizamos há um aprofundamento maior. E dentro da realidade do sistema preventivo é bom que a gente veja essa perspectiva do jovem como transformador, alguém que vai deixar-se transformar pela palavra de Deus e ao mesmo tempo também ser um agente transformador da realidade”, considera. Para irmã Nazaré, o trabalho com a Pastoral Juvenil é sempre algo vivo, em movimento. “O bonito é a gente perceber que essa espiritualidade juvenil salesiana não tem como envelhecer. Enquanto a gente tiver essa força motora dentro de nós, que é levar o Evangelho de Deus para o jovem, a gente está sempre cheia de vida. E ao mesmo tempo essa conversa, essa partilha com o jovem, também nos rejuvenesce. Esperança e alegria são características próprias da vida religiosa salesiana”.
Já para a gestora do Polo Campo Grande da Rede Salesiana de Escolas, Sílvia Lima, participar do encontro foi uma oportunidade de aprofundar a reflexão sobre a escola em pastoral: “Entender melhor a Pastoral Juvenil vai nos auxiliar bastante no desenvolvimento do Polo, integrando mesmo a Pastoral e o Pedagógico nas escolas. Para a RSE, isso é fundamental. Então estar aqui nesse momento é um privilégio, porque posso perceber um pouco mais como os responsáveis de Pastoral veem essa questão para poder ter melhores resultados no trabalho conjunto”, afirma.
“Está sendo bom conhecer um pouco de outras realidades e contribuir com a minha experiência de leigo engajado na missão salesiana como educador”, considera Gilmar Miranda, coordenador de Pastoral e educador no Instituto Coração de Jesus, em Santo André, SP, e um dos leigos a participarem do encontro. Para ele, um dos pontos de destaque no evento foi a questão da espiritualidade. “Cada região trouxe seus contextos e desafios e fomos fazendo a releitura à luz da espiritualidade salesiana. Espero levar para minha comunidade educativa um olhar mais alargado sobre os desafios e a realidade que enfrentamos lá”, finaliza.
Formação
Os encontros de formação da Pastoral Juvenil são feitos por grupos de inspetorias ou conferências inspetoriais. Depois do Brasil, irmã Runita realizou encontros também com as responsáveis inspetoriais pela PJ na América Central, na Europa, nos Países bolivarianos e na América Cone Sul.