Tecnologia e ciência cidadã: uma nova forma de aprender

Terça, 06 Julho 2021 19:01 Escrito por  Natalielli do Socorro Maia, Thais Helena Castro e Gisely Maciel
Tecnologia e ciência cidadã: uma nova forma de aprender iStock.com
Projeto de Ciências realizado em 2019 com os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental no Colégio Dom Bosco Leste, em Manaus, AM, permitiu o engajamento dos alunos na construção de projetos científicos e abriu portas para novas possibilidades no uso da tecnologia. Conheça essa experiência!    

O termo “ciência cidadã” surgiu na década de 1990, nos Estados Unidos e Reino Unido, a partir de projetos executados pela comunidade com o apoio de cientistas. A ciência cidadã é ainda pouco explorada no Brasil e tem como objetivo a difusão científica, ou seja, a ciência ao alcance de todos. Os cientistas obtêm ajuda da comunidade que, em contrapartida, vivencia uma experiência científica significativa. No contexto do Colégio Dom Bosco Leste, em Manaus, AM, a ciência cidadã foi utilizada para encontrar o engajamento dos alunos salesianos na construção de projetos científicos.

 

Tecnologia a serviço da educação

A tecnologia está sendo cada vez mais utilizada nas diversas áreas da sociedade, e na escola ele é efetivado através de aplicativos educacionais que têm a capacidade de tornar as práticas do educador e do educando mais prazerosas. No ambiente salesiano, o uso da tecnologia se dá durante as aulas, inclusive com o material didático digital, fazendo o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC em aulas mais interativas, com o uso de vídeos, audiobooks, sites educacionais, pesquisas em plataformas digitais, aplicativos de conversação em grupo e aplicativos voltados para smartphones.

 

No caso do projeto de Ciências para os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, em setembro de 2019, utilizamos um aplicativo chamado “i Naturalist” durante as aulas, tendo como objetivo promover um ambiente de aprendizagem e interação entre os alunos. O “i Naturalist” é um aplicativo voltado para o uso em celulares, tanto com a tecnologia Android como IOS. Foi criado no ano de 2008, na Universidade de Berkeley, com o objetivo de identificar espécies de animais e vegetais através da análise de fotos enviadas para a plataforma digital, destacando-se, portanto, a sua utilização em projetos de ciência cidadã. A comunidade do “i Naturalist “é formada por cientistas e pessoas comuns das mais diversas áreas do conhecimento, trabalhando de forma conjunta e colaborativa na construção de projetos científicos.

 

O projeto no Dom Bosco

O estudo foi desenvolvido no Colégio Dom Bosco Leste, escola da capital do Amazonas que dispõe de uma ampla cobertura vegetal. A área utilizada para o projeto foi o entorno da escola, que possui mata secundária, onde os alunos tinham acesso a uma boa área de exploração para o desenvolvimento das atividades.

 

Foram realizadas mini-excursões na companhia da professora de Ciências e uma auxiliar permanente da turma, nas quais os alunos realizaram a coleta e o registro das espécies encontradas individualmente ou em grupo, reforçando assim o espírito científico necessário para a construção do projeto científico.

 

O mapeamento dessa área teve como finalidade ampliar a concepção dos alunos a respeito da conscientização ambiental e da apropriação de termos científicos. Além disso, os alunos puderam perceber como o ambiente foi transformado pela ação humana. Após essa fase de coleta, os dados foram reunidos e descritos em forma de gráficos. Foram capturadas 580 fotos, das quais 280 foram incorporadas ao “i Naturalist”, sendo 187 de vegetais (66,8 %) e 93 de animais (33,2%).

 

Envolvimento e participação

Das espécies vegetais, 128 (68,4%) pertencem ao grupo das angiospermas, o mais frequentemente encontrado nas excursões. Das espécies animais, 64 (68,8%) pertenciam à Classe dos Insetos. Durante as excursões, foi explicado que a área do entorno da escola foi transformada pela ação humana, logo seria pouco provável a presença de maior diversidade.

 

Como resultado do projeto, as educadoras observaram maior envolvimento e participação dos estudantes, e creditam isso a terem aliado às aulas um recurso tecnológico com uma finalidade específica. “Ao participar de um projeto científico, suscitamos neles a motivação em aprender. Quando aplicamos a ciência cidadã no contexto educacional, trazemos para a sala de aula experiências que, na maioria das vezes, são vividas apenas no campo científico e isso possui grande significância na vida dos alunos, que vivenciaram algo novo, aprenderam mais e participaram ativamente na construção de um modelo de projeto científico”, considera Natalielli do Socorro Galdino Maia Ferreira, professora de Ciências do Ensino Fundamental no Colégio Dom Bosco.

 

Leia no BS Digital

O carisma salesiano em formato podcast

Cultura: História on-line

Futebol de Rua: Protagonismos e igualdade de gênero

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Tecnologia e ciência cidadã: uma nova forma de aprender

Terça, 06 Julho 2021 19:01 Escrito por  Natalielli do Socorro Maia, Thais Helena Castro e Gisely Maciel
Tecnologia e ciência cidadã: uma nova forma de aprender iStock.com
Projeto de Ciências realizado em 2019 com os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental no Colégio Dom Bosco Leste, em Manaus, AM, permitiu o engajamento dos alunos na construção de projetos científicos e abriu portas para novas possibilidades no uso da tecnologia. Conheça essa experiência!    

O termo “ciência cidadã” surgiu na década de 1990, nos Estados Unidos e Reino Unido, a partir de projetos executados pela comunidade com o apoio de cientistas. A ciência cidadã é ainda pouco explorada no Brasil e tem como objetivo a difusão científica, ou seja, a ciência ao alcance de todos. Os cientistas obtêm ajuda da comunidade que, em contrapartida, vivencia uma experiência científica significativa. No contexto do Colégio Dom Bosco Leste, em Manaus, AM, a ciência cidadã foi utilizada para encontrar o engajamento dos alunos salesianos na construção de projetos científicos.

 

Tecnologia a serviço da educação

A tecnologia está sendo cada vez mais utilizada nas diversas áreas da sociedade, e na escola ele é efetivado através de aplicativos educacionais que têm a capacidade de tornar as práticas do educador e do educando mais prazerosas. No ambiente salesiano, o uso da tecnologia se dá durante as aulas, inclusive com o material didático digital, fazendo o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC em aulas mais interativas, com o uso de vídeos, audiobooks, sites educacionais, pesquisas em plataformas digitais, aplicativos de conversação em grupo e aplicativos voltados para smartphones.

 

No caso do projeto de Ciências para os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, em setembro de 2019, utilizamos um aplicativo chamado “i Naturalist” durante as aulas, tendo como objetivo promover um ambiente de aprendizagem e interação entre os alunos. O “i Naturalist” é um aplicativo voltado para o uso em celulares, tanto com a tecnologia Android como IOS. Foi criado no ano de 2008, na Universidade de Berkeley, com o objetivo de identificar espécies de animais e vegetais através da análise de fotos enviadas para a plataforma digital, destacando-se, portanto, a sua utilização em projetos de ciência cidadã. A comunidade do “i Naturalist “é formada por cientistas e pessoas comuns das mais diversas áreas do conhecimento, trabalhando de forma conjunta e colaborativa na construção de projetos científicos.

 

O projeto no Dom Bosco

O estudo foi desenvolvido no Colégio Dom Bosco Leste, escola da capital do Amazonas que dispõe de uma ampla cobertura vegetal. A área utilizada para o projeto foi o entorno da escola, que possui mata secundária, onde os alunos tinham acesso a uma boa área de exploração para o desenvolvimento das atividades.

 

Foram realizadas mini-excursões na companhia da professora de Ciências e uma auxiliar permanente da turma, nas quais os alunos realizaram a coleta e o registro das espécies encontradas individualmente ou em grupo, reforçando assim o espírito científico necessário para a construção do projeto científico.

 

O mapeamento dessa área teve como finalidade ampliar a concepção dos alunos a respeito da conscientização ambiental e da apropriação de termos científicos. Além disso, os alunos puderam perceber como o ambiente foi transformado pela ação humana. Após essa fase de coleta, os dados foram reunidos e descritos em forma de gráficos. Foram capturadas 580 fotos, das quais 280 foram incorporadas ao “i Naturalist”, sendo 187 de vegetais (66,8 %) e 93 de animais (33,2%).

 

Envolvimento e participação

Das espécies vegetais, 128 (68,4%) pertencem ao grupo das angiospermas, o mais frequentemente encontrado nas excursões. Das espécies animais, 64 (68,8%) pertenciam à Classe dos Insetos. Durante as excursões, foi explicado que a área do entorno da escola foi transformada pela ação humana, logo seria pouco provável a presença de maior diversidade.

 

Como resultado do projeto, as educadoras observaram maior envolvimento e participação dos estudantes, e creditam isso a terem aliado às aulas um recurso tecnológico com uma finalidade específica. “Ao participar de um projeto científico, suscitamos neles a motivação em aprender. Quando aplicamos a ciência cidadã no contexto educacional, trazemos para a sala de aula experiências que, na maioria das vezes, são vividas apenas no campo científico e isso possui grande significância na vida dos alunos, que vivenciaram algo novo, aprenderam mais e participaram ativamente na construção de um modelo de projeto científico”, considera Natalielli do Socorro Galdino Maia Ferreira, professora de Ciências do Ensino Fundamental no Colégio Dom Bosco.

 

Leia no BS Digital

O carisma salesiano em formato podcast

Cultura: História on-line

Futebol de Rua: Protagonismos e igualdade de gênero

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.