Dizer "Salesianos" é dizer educação e evangelização dos jovens. Outrora com Dom Bosco, hoje como Dom Bosco, renovados nas formas, nos processos, nas metodologias para fazer viver a oportunidade de uma nova humanidade. O melhor que podemos oferecer às novas gerações é a educação, pensando no futuro da humanidade com e para os jovens.
Quando pensamos na ação educativa e pastoral salesiana, no centro está o jovem, a sua formação integral, as suas necessidades, com as suas esperanças e ansiedades, com as suas alegrias e dificuldades, com a sua dinâmica e vitalidade capaz de processos educativos alternativos aos da cultura da rejeição, da cultura do conformismo, ajudando-os a olhar em frente, reavivando o nosso compromisso "para e com as novas gerações", investindo as nossas "melhores energias" com "criatividade e responsabilidade" para "formar pessoas dispostas a colocar-se ao serviço da comunidade", como dizemos, formando e educando "cidadãos honestos e bons cristãos".
Educar, para nós, é reanimar, inspirar, encorajar: fazer as pessoas sonharem! Fazer as pessoas sonharem com o sonho de Deus. Por esta razão, a educação anda de mãos dadas com a evangelização. Uma educação que propõe um horizonte de sentido e uma evangelização que se torna anúncio e encontro com Jesus, com a Igreja, com o Evangelho, com a vida em Deus.
Como atitude, tudo isto pressupõe a capacidade de estar presente entre os jovens, como "companheiros de viagem" numa "escuta paciente, num diálogo construtivo e com compreensão mútua" que leva a uma "aliança educativa", fazendo de cada jovem um protagonista da transformação do mundo. Os jovens pedem-nos para estar com eles, para habitar a sua realidade, a sua cultura, os seus lugares. É um convite a "habitar" a complexidade da vida do jovem e a "humanizá-la", num caminho de vida e de fé que leva a educar para as questões, "prioridade sobre dar respostas", para "um pensamento novo, capaz de manter juntos unidade e diversidade, igualdade e liberdade, identidade e alteridade", ouvindo, acompanhando e discernindo "o grito que nasce do mais profundo do coração dos nossos jovens". Uma presença em que a disponibilidade, a escuta, a alegria e a dedicação são notas essenciais para suscitar processos, acolhendo-os e familiarizando-nos com a sua história; passando de fazer qualquer coisa "por eles" para viver em comunhão "com eles".
A imagem do Papa Francisco de uma educação que liga "a cabeça, o coração e as mãos" (ChV, 222) é verdadeiramente bela. Vemo-la muito presente na dimensão e na força educativa da formação profissional: primeira escolha da educação integral salesiana, aplicada como antídoto para a discriminação cultural e social, oferecendo uma oportunidade, especialmente aos mais pobres, de poder responder com competência e competências técnicas, humanas e de trabalho. A excelência das propostas de formação no campo profissional é um pilar da construção de pontes com o mundo do trabalho e, portanto, uma possibilidade para crescer e ser uma pessoa que pode ter mais futuro, oferecendo aos jovens uma garantia adicional de integração, socialização, comunhão com a realidade do futuro, também numa perspectiva que atualiza as competências durante toda a vida na "aprendizagem ao longo da vida" (“life long learning”).
Educar para crescer na "aldeia educativa" para nós chama-se "comunidade educativo pastoral" onde a relação educativa é sinônimo de abertura, acolhimento, construindo juntos a realidade futura do jovem. Juntos, jovens e educadores (pessoas consagradas, leigos e famílias), levando adiante o sonho de um futuro sempre novo.
Para nós, a educação também tem uma dimensão de "cidadania global" "chamada a criar uma "cidadania ecológica"", o que hoje nos torna membros da "casa comum" que devemos cuidar, e, portanto, também uma educação para uma ecologia integral, com um olhar de fé sobre a Criação e o lugar do homem nela, para nos tornarmos protagonistas diretos e construtores do bem comum e da paz, respeitando e construindo juntos em comunicação com toda a criação, a grandeza e beleza das criaturas de Deus, co-responsáveis na construção do sentido humano da ecologia - elementos indispensáveis para o Pacto Educativo Global.
Nesta perspectiva também nós, ouvindo o convite do Papa Francisco, queremos deixar-nos questionar sobre os objetivos e métodos com que realizamos a nossa missão educativo-pastoral, renovando a nossa paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, fazendo os jovens sonharem com um futuro de felicidade, aqui e na eternidade. É por isso que também estamos aqui para colaborar num "pacto educativo global" juntamente com a Igreja e as pessoas de boa vontade com aquelas dinâmicas que "dão sentido à história e a transformam em forma positiva”, para o bem dos jovens de hoje e de amanhã.
Escola e Formação Profissional – Dicastério Pastoral Juvenil