Contudo, em contrapartida, votar é também um dever de cidadania. A renúncia ao voto pode significar cansaço e impotência diante de mudanças necessárias e urgentes. Mas, delegar a decisão somente aos que desejam continuar manipulando e utilizando o poder para se perpetuar no exercício de seus interesses particulares parece não ser a melhor solução.
Além disso, votar exige compreensão e entendimento do momento histórico em que o país vive. Exige, também, conhecimento das propostas apresentadas e do currículo dos candidatos. Enfim, exige esforço.
Sabemos, também, que não existem candidatos ou partidos perfeitos.
Existe algo, porém, que deve ser recordado sempre, e não somente neste curtíssimo (embora enfadonho...) tempo de propaganda “obrigatória” eleitoral.
Trata-se de oportunizar uma “cultura política”. As convicções políticas geradas na superficialidade ou na satisfação de interesses mesquinhos e pessoais colaboram de forma cruel para a manutenção de políticos (e políticas) manipuladores e descomprometidos com o bem de todos.
A corrupção existe em todos os países. Ela se perpetua e corrói a dignidade humana nos lugares onde a indignação desaparece e o exercício político, transformado em “emprego muito rentável”, encontra apoio na omissão silenciosa de milhões de eleitores.
Votar ou não votar não é a questão!
O grande desafio continua sendo, então, o enfrentamento necessário para mudar a mentalidade e os sentimentos que perpetuam a crença de que “política não presta”.
Como Família Salesiana, muitas vezes ouvimos dizer que, para Dom Bosco, sua política era a do “Pai Nosso...”. Por isso, dedicou toda sua vida para o bem, para a promoção integral de seus jovens. Essa é a atitude política mais coerente e consequente que podemos imaginar. Porque somos filhos e filhas do mesmo Pai... então não haverá espaços humanos para quem negar essa fraternidade universal e essa paternidade garantida.
A política do Pai Nosso nos mobiliza para que todos sejam irmãos respeitados e felizes: eis a questão!
Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti
Diretor do Boletim Salesiano – Brasil