A forma e o conteúdo desta exortação revelam o coração respeitoso, paternal e pastoral do papa Francisco: com o seu tom autenticamente evangélico, inicia o texto repassando os fundamentos bíblicos da alegria e evidenciando “a doce e reconfortante alegria de evangelizar”.
Em seguida, propõe uma Igreja “em saída”: permanentemente missionária; neste segundo capítulo sobre a transformação missionária da Igreja, o papa avalia e propõe corajosa e profeticamente novos rumos para uma pastoral em conversão, partindo do coração do Evangelho.
Após essa análise interna das fragilidades e possibilidades da Igreja, com simplicidade de pastor, se propõe a uma análise dos sinais dos tempos: com um olhar de discípulo de Jesus Cristo procura fazer um discernimento evangélico sobre a “crise do compromisso comunitário”.
Nessa reflexão sobre o mundo atual, o papa levanta sua voz dizendo “não” para todas as formas que alimentam a cultura da morte, convidando os discípulos de Jesus Cristo para enfrentarem, com os valores evangélicos, estes grandes desafios.
Depois de ter avaliado a Igreja e a sociedade com clareza e firmeza, apresenta a necessidade do anúncio explícito de Jesus Cristo, fundamentado solidamente em sua Palavra e na percepção da verdadeira necessidade das pessoas.
Antes de apresentar o perfil espiritual da pessoa do evangelizador, no último capítulo da exortação, o papa Francisco oferece para a humanidade uma contribuição valiosa sobre a “a Dimensão Social da Evangelização”.
Neste capítulo IV, a nossa Família Salesiana, envolvida pela espiritualidade do humanismo otimista de São Francisco de Sales, encontra reflexões e orientações confortantes para sua missão pastoral: “Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo... Já não se pode afirmar que a religião deve limitar-se ao âmbito privado e que serve apenas para preparar as almas para o céu. Sabemos que Deus deseja a felicidade dos seus filhos também nesta terra...”.
“Até o meu último suspiro darei para a salvação dos meus pobres jovens”, afirmava Dom Bosco. Ao iniciarmos um novo ano, este presente enviado pelo papa Francisco poderá ser recebido por cada um de nós como um dom que iremos desenvolver e reapresentar para Dom Bosco como um especial “mimo de aniversário” em seu bicentenário.