A atleta Marcelly da Silva Trindade, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, de Campo Grande, conseguiu um feito inédito para a ginástica rítmica de Mato Grosso do Sul. O estado, pela primeira vez, estará na final da modalidade na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude (JEJ).
A vaga na decisão foi conquistada no dia 27 de novembro, no primeiro dia do Bloco 3 de modalidades na edição 2019 do maior evento esportivo-escolar do Brasil, que acontece em Blumenau, SC. Esta “leva” de atletas permanece na cidade catarinense até sexta-feira, dia 29.
As disputas gerais, desde o grupo inicial, tiveram início no dia 16. A delegação sul-mato-grossense é apoiada pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).
Marcelly Trindade levará o nome de Mato Grosso do Sul na briga por medalhas no aparelho maças, após assegurar o sétimo lugar na fase classificatória, com 7.600 pontos, na categoria B (15 a 17 anos). Ao todo, classificaram-se oito ginastas, de 12. As provas da modalidade ocorrem sempre no Ginásio de Esportes Sebastião Cruz, o "Galegão".
Esta é a primeira vez que o Estado terá uma representante na busca de pódio, desde a primeira realização da etapa nacional dos JEJ, em 1969, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Naquela época, o evento recebia o nome de Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs).
A técnica Maria Justina Gimenez vibrou com o lugar garantido na finalíssima no aparelho em específico, cujo formato se assemelha a balizas ou pinos de boliche. “Mato Grosso do Sul sempre vai aos Jogos Escolares e nunca pensamos que iríamos nos classificar entre as oito melhores, porque realmente é muito difícil, é uma competição acirrada, que envolve campeãs sul-americanas e pan-americanas”.
Feito inédito estimula as próximas gerações
“Essa conquista tem de ser muito valorizada, estamos entre as oito melhores do Brasil. É para comemorar, porque acho que é devagar que o resultado vem. Estou muito feliz. Meu coração acelerou”, diz a técnica. A ideia é estimular a base para que outras meninas em desenvolvimento possam melhorar o feito atingido por Marcelly. “É uma cobrança. Se já tem o resultado, as próximas não podem deixar cair este posto”, acrescenta.
De acordo com Maria Gimenez, estes são os frutos colhidos do que classificou de “dedicação exacerbada”. Mesmo classificada à final, a treinadora acredita que a jovem atleta não alcançou o ápice de seu potencial. “Trabalho muito firme com ela, treinamos até no final de semana. Confio no meu trabalho, sou uma das pioneiras da ginástica no Estado, isso tem de ter algum peso, algum dia tem de surgir o resultado desse trabalho de muitos anos”.
“Vim amadurecendo isso com a Marcelly. Esperava um bom resultado dela, ela está bem segura, mas acho que a série poderia ser melhor, ela ainda não deu tudo de si. Ela tem a possibilidade de fazer uma grande final”, avalia Maria Gimenez.
As provas com as maças são caracterizadas por equilíbrios coordenados a rotações, círculos e batidas rítmicas. As ginastas executam lançamentos e recuperações do aparelho, tanto das duas maças ao mesmo tempo quanto em cascata. Segundo Maria Gimenez, para a decisão é preciso “afinar” alguns detalhes. “Preciso ajustar alguns exercícios que não saíram e que ela tem de estar firme para a final, não pode dar bobeira, sem tremer no equilíbrio e sem aparelho no chão".
"Eu filmei, vamos estudar o vídeo e arrumar as falhas para que a final seja perfeita e saia da quadra com o sentimento de dever cumprido. Estando na etapa final, todas têm de ser cobradas, porque foram classificadas para representar Mato Grosso do Sul e elas têm de querer muito, ter dedicação”, finaliza.
O grupo de atletas de ginástica rítmica em Blumenau-SC ainda é formado por Gabriela Almeida Isidoro, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e Samira Ferreira, da Escola Raul Sans de Matos, da Fundação Lowtons de Educação e Cultura (Funlec).
Fonte: Lucas Castro - Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte)