"Já nos conhecem e sabem que queremos o melhor para eles"

Quinta, 16 Novembro 2017 12:51 Escrito por  ANS - Florian Ripka
Na Bulgária aproximadamente um milhão de pessoas são de origem cigana. Ninguém sabe o número exato, mas não há emprego para eles. O preconceito contribui para segregá-los, abrindo brechas para a  criminalidade e a mendicância,  alimentando antigos estereótipos e novos obstáculos para a conquista de uma vida digna.  
 
Em Stara Zagora, uma cidade a 230 quilômetros a leste da Capital, Sófia, vivem perto de 28000 ciganos. A maioria é composta por  crianças e adolescentes que sobrevivem em barracões, casas semidestruídas ou inacabadas. São desprezados, odiados, expulsos do convívio social. A formação escolar é rudimentar para a maioria. Graças aos Salesianos e ao apoio da ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (ACN), agora têm uma igreja e uma sede para  lhes oferecer maiores oportunidades.
 
 
“Se não fizermos nada, o destino dessas crianças está decidido",  diz o salesiano Martin Jilek. Aos 14 anos, o clã os casa. Logo logo terão filhos e viverão do subsídio familiar estatal por número de filhos, que chega a uns 40 ‘lev’ (20 euros por filho): para muitas famílias ciganas, única fonte de... renda”.
 
Os Salesianos organizaram um reforço escolar para as crianças, aliás, muito mais do que isso, porque os menores ali vêm depois das aulas, comem juntos, jogam e aprendem. Ensinam-se ali também regras elementares de comportamento. “Depois de algumas semanas", explica o P. Martin, "começam a dizer ‘por favor’, ‘com licença’ e ‘obrigado’”.
 
Os Salesianos de Stara Zagora não conhecem horários. “Dedicamos tempo às crianças, e os pais começam a ouvir falar do que fazem no centro, e começam a aparecer por aqui”,  garante o missionário salesiano. Os ciganos entram e saem livremente durante todo o dia. Assistem à Santa Missa, pedem conselho e com simplicidade, visitam os religiosos.
 
Um novo projeto dos Salesianos é abrir um refeitório. “Assim teremos a possibilidade de falar com eles. Queremos convencê-los a nos enviar seus filhos à nossa escola”,  comenta o  missionário salesiano. Este é precisamente o principal problema: muitos pais NÃO deixam seus filhos irem além da escola elementar, porque aí não poderiam casar... imediatamente. Apesar disso, já começam a produzir-se os primeiros frutos: “Muitos dos  ciganos  nos conhecem e já sabem que desejamos o melhor para eles”.
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"Já nos conhecem e sabem que queremos o melhor para eles"

Quinta, 16 Novembro 2017 12:51 Escrito por  ANS - Florian Ripka
Na Bulgária aproximadamente um milhão de pessoas são de origem cigana. Ninguém sabe o número exato, mas não há emprego para eles. O preconceito contribui para segregá-los, abrindo brechas para a  criminalidade e a mendicância,  alimentando antigos estereótipos e novos obstáculos para a conquista de uma vida digna.  
 
Em Stara Zagora, uma cidade a 230 quilômetros a leste da Capital, Sófia, vivem perto de 28000 ciganos. A maioria é composta por  crianças e adolescentes que sobrevivem em barracões, casas semidestruídas ou inacabadas. São desprezados, odiados, expulsos do convívio social. A formação escolar é rudimentar para a maioria. Graças aos Salesianos e ao apoio da ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (ACN), agora têm uma igreja e uma sede para  lhes oferecer maiores oportunidades.
 
 
“Se não fizermos nada, o destino dessas crianças está decidido",  diz o salesiano Martin Jilek. Aos 14 anos, o clã os casa. Logo logo terão filhos e viverão do subsídio familiar estatal por número de filhos, que chega a uns 40 ‘lev’ (20 euros por filho): para muitas famílias ciganas, única fonte de... renda”.
 
Os Salesianos organizaram um reforço escolar para as crianças, aliás, muito mais do que isso, porque os menores ali vêm depois das aulas, comem juntos, jogam e aprendem. Ensinam-se ali também regras elementares de comportamento. “Depois de algumas semanas", explica o P. Martin, "começam a dizer ‘por favor’, ‘com licença’ e ‘obrigado’”.
 
Os Salesianos de Stara Zagora não conhecem horários. “Dedicamos tempo às crianças, e os pais começam a ouvir falar do que fazem no centro, e começam a aparecer por aqui”,  garante o missionário salesiano. Os ciganos entram e saem livremente durante todo o dia. Assistem à Santa Missa, pedem conselho e com simplicidade, visitam os religiosos.
 
Um novo projeto dos Salesianos é abrir um refeitório. “Assim teremos a possibilidade de falar com eles. Queremos convencê-los a nos enviar seus filhos à nossa escola”,  comenta o  missionário salesiano. Este é precisamente o principal problema: muitos pais NÃO deixam seus filhos irem além da escola elementar, porque aí não poderiam casar... imediatamente. Apesar disso, já começam a produzir-se os primeiros frutos: “Muitos dos  ciganos  nos conhecem e já sabem que desejamos o melhor para eles”.
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