O título faz alusão à condição de ser autista e se refere ao próprio relevo que é perceptível nas obras. São, ao todo, 15 pinturas sobre tela no estilo abstrato desenvolvido com as tintas guache, acrílica, pastel e aquarela. Todo o trabalho foi acompanhado e orientado pelo professor do curso de pintura, Elpídio de Paula. “As pessoas tendem a pensar que quem tem alguma necessidade especial é um incapaz. Uma visão muito preconceituosa que as pessoas têm. A Anna Beatriz é uma menina que se despertou muito forte para a arte. Enquanto os outros alunos estão pintando dois ou três quadros, ela pinta 15. O trabalho dela precisa ser visto”, ressalta ele.
Os trabalhos da aluna já têm circulado como exposição pedagógica por várias escolas na região Sul. Depois de passar pelo Salão de Exposições da FCP, os quadros serão expostos na Escola Municipal Maria Rosa, onde ela estuda.
Segundo Elpídio, não é atrativo para a Anna ficar muito tempo em sala de aula. Ele precisou, então, moldar sua forma de educá-la artisticamente para ter bons resultados. “Comecei a levá-la em outros espaços, como ao curso de teatro, aos ensaios da FCP Big Band, à sala de desenho, à sala de artesanato, e percebi o quanto a arte consegue criar um processo socializador na vida dela”, conta.
Acontece/Inspetoria São João Bosco