A sociedade e a Igreja não seriam as mesmas sem a contribuição de tantas mulheres. Mas tal contribuição só é possível quando as mulheres se reconhecem e os seus direitos são, realmente, preservados.
Infelizmente a violência sobre as mulheres é uma realidade cotidiana em todas as latitudes do Globo e se manifesta por meio de violência física, sexual, psicológica; ou mediante coerção, exercida pelos homens sobre as próprias irmãs, filhas e colegas, em evidente contraste com a vocação de amar e custodiar, que compete a cada um dos seres humanos.
A Família Salesiana, que se originou em Dom Bosco, e que “não se pode compreender sem Mamãe Margarida (Mãe de Dom Bosco)”, como recordou o Papa Francisco, em Turim, no último mês de junho, está fortemente empenhada em promover a tutela e o desenvolvimento da mulher e o exercício efetivo dos seus direitos.
Em Serra Leoa, por exemplo, os Salesianos animam um abrigo para meninas/jovens vítimas de violência, amparando e acompanhando as jovens com caminhadas de elaboração de traumas e de reconstrução da própria vida.
Na Índia, as Irmãs Catequistas de Maria Imaculada Auxiliadora (SMI) – 17° Grupo da Família Salesiana, levam avante “invasões”, junto com a polícia, pelos bordéis de Calcutá, a fim de libertar mulheres e meninas das garras dos seus exploradores.
A voz dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora é também levada às Instituições da ONU (Organização das Nações Unidas), para unir colaborações e sinergias com outras instituições e trabalhar em conjunto contra essa selvagem praga social.
Conscientes do valor da educação feminina para quebrar os círculos viciosos da violência e da negação dos direitos, os vários ramos da Família Salesiana atuam em todo o mundo favorecendo a escolarização das mulheres, o empreendedorismo feminino, as atividades e as conferências para tornar as mulheres conscientes dos seus direitos, e promovendo a formação de mulheres como líderes de comunidades locais.
A Família Salesiana, em comunhão com toda a Igreja, “rende graças por todas e cada uma das mulheres: pelas mães, pelas irmãs, pelas esposas; pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade; pelas mulheres que se dedicam a tantos e tantos seres humanos, que esperam o amor gratuito de outra pessoa; pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, que é o sinal fundamental da sociedade humana; pelas mulheres que trabalham profissionalmente, mulheres que, às vezes, carregam uma grande responsabilidade social; pelas mulheres « perfeitas » e pelas mulheres « fracas » — por todas: tal como saíram do coração de Deus, com toda a beleza e riqueza da sua feminilidade” (Mulieris Dignitatem, n. 31).