Com suor e sangue, salesianos realizam o sonho missionário

Sexta, 24 Julho 2015 00:03 Escrito por  Fládima Christofari
Com suor e sangue, salesianos realizam o sonho missionário Abertura do bicentenário em Meruri
A manifestação de Deus a Dom Bosco por meio de sonhos é uma das recordações mais expressivas na história do Pai e Mestre da Juventude. Os sonhos registrados por ele são a fonte de inspiração para atuação de seus discípulos por todo o mundo. “Ele sonhou, e seus filhos, ao longo destes 200 anos, realizaram e continuam realizando seus anseios e utopias”, destaca o secretário geral e arquivista da Inspetoria Salesiana de Campo Grande, padre João Bosco Monteiro Maciel.

Em seu grande sonho missionário, datado de 30 de agosto de 1883, Dom Bosco vislumbrou a chegada dos salesianos entre altíssimas montanhas ao oriente do mar, entre os paralelos 15 e 20. Essa era a Cordilheira dos Andes da América do Sul, local em que muitos ainda não conheciam a Boa-Nova de Cristo. Eram inúmeras as dúvidas de Dom Bosco sobre a evangelização de uma região tão distante da cultura europeia. Como resposta, dom Angel Lago mostrava a ele, em sonho, uma cesta de figos não-maduros, instruindo-o a passar os frutos entre o vinho e a água, dizendo: “Com o suor e com o sangue, os selvagens ficarão de novo unidos à planta e serão gratos ao dono da vida”.

De acordo com o padre João Bosco, nos seus sonhos Dom Bosco via a intervenção de Deus que lhe revelava a sua vontade e o futuro missionário de sua Congregação. Foi assim que, em 1875, ele decidiu enviar o primeiro grupo de salesianos à América do Sul, pela Argentina, Uruguai e Brasil, consecutivamente. Em 1894, chega a Cuiabá um grupo de cinco salesianos, iniciando uma verdadeira aventura missionária em Mato Grosso à custa de suor – ao fundar as missões na Colônia Teresa Cristina, Sagrado Coração do Rio Barreiro, Imaculada no Rio Garças e São José no Sangradouro, entre os índios bororo – e de sangue, quando quatro salesianos perdem a vida no trabalho missionário: padre José Thannhuber (assassinado em Palmeiras em 19 de agosto de 1920), padre João Fuchs e padre Pedro Sacilotti (massacrados no Rio das Mortes no dia 1º de novembro de 1934) e padre Rodolfo Lunkenbein (assassinado em Meruri no dia 16 de julho de 1976).

No decorrer de 121 anos, completados dia 18 de junho, a obra salesiana se expandiu em várias vertentes da ação educativo-pastoral: missões indígenas, casas de formação, colégios, escolas profissionais, internatos, escolas agrícolas, oratórios festivos, paróquias e recentemente faculdades, universidade e centros universitários, além das obras sociais e dos centros de formação profissional. Porém, o trabalho missionário marcou o seu início e continua sendo a sua identidade.

Em visita recente à Inspetoria, o conselheiro geral para as Missões Salesianas, padre Guilhermo Basañes, destacou a presença missionária dos salesianos atualmente nas comunidades Bororo e Xavante, em Sangradouro, Meruri e São Marcos. Para ele, “essa variedade de culturas é um grande instrumento de educação e de evangelização”.

Segundo o padre Eloir Inácio de Oliveira, que atuou durante dez anos nas missões em Meruri e Sangradouro, Dom Bosco sempre esteve presente por meio dos salesianos e das salesianas que enfrentaram esse desafio com forte espírito evangelizador. “Ele foi conhecido e amado por incontáveis gerações que se admiraram com a sua vida e o seu projeto educativo cristão. Bororos e xavantes encontraram, nas missões salesianas, a presença amiga, o fortalecimento das suas espiritualidades, a segurança e os bens materiais, principalmente a posse legalizada da terra”, ressalta.

A Missão Salesiana de Mato Grosso mantém quatro presenças missionárias entre as etnias Bororo e Xavante, em Mato Grosso (MT). São as comunidades salesianas Sagrado Coração de Meruri, São José de Sangradouro, São Marcos e Casa Filipi Rinaldi, em Nova Xavantina. Atualmente 15 salesianos – entre padres e irmãos (chamados carinhosamente por mestres) - desenvolvem atividades de cidadania, educação, evangelização e de sustentabilidade, em sintonia com essas culturas. Muitas delas assumiram o cristianismo em suas histórias e a devoção mariana foi incorporada com muito fervor. “Dom Bosco está vivo nas comunidades indígenas. Isso podemos ver na continuação do carisma salesiano entre os Bororo e Xavante. Desde os primeiros contatos, passando pelos diversos modos de trabalho missionário, Dom Bosco foi sendo conhecido e os exemplos de sua vida foram incorporados à vida dessas comunidades”, concluiu o padre Eloir.

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Com suor e sangue, salesianos realizam o sonho missionário

Sexta, 24 Julho 2015 00:03 Escrito por  Fládima Christofari
Com suor e sangue, salesianos realizam o sonho missionário Abertura do bicentenário em Meruri
A manifestação de Deus a Dom Bosco por meio de sonhos é uma das recordações mais expressivas na história do Pai e Mestre da Juventude. Os sonhos registrados por ele são a fonte de inspiração para atuação de seus discípulos por todo o mundo. “Ele sonhou, e seus filhos, ao longo destes 200 anos, realizaram e continuam realizando seus anseios e utopias”, destaca o secretário geral e arquivista da Inspetoria Salesiana de Campo Grande, padre João Bosco Monteiro Maciel.

Em seu grande sonho missionário, datado de 30 de agosto de 1883, Dom Bosco vislumbrou a chegada dos salesianos entre altíssimas montanhas ao oriente do mar, entre os paralelos 15 e 20. Essa era a Cordilheira dos Andes da América do Sul, local em que muitos ainda não conheciam a Boa-Nova de Cristo. Eram inúmeras as dúvidas de Dom Bosco sobre a evangelização de uma região tão distante da cultura europeia. Como resposta, dom Angel Lago mostrava a ele, em sonho, uma cesta de figos não-maduros, instruindo-o a passar os frutos entre o vinho e a água, dizendo: “Com o suor e com o sangue, os selvagens ficarão de novo unidos à planta e serão gratos ao dono da vida”.

De acordo com o padre João Bosco, nos seus sonhos Dom Bosco via a intervenção de Deus que lhe revelava a sua vontade e o futuro missionário de sua Congregação. Foi assim que, em 1875, ele decidiu enviar o primeiro grupo de salesianos à América do Sul, pela Argentina, Uruguai e Brasil, consecutivamente. Em 1894, chega a Cuiabá um grupo de cinco salesianos, iniciando uma verdadeira aventura missionária em Mato Grosso à custa de suor – ao fundar as missões na Colônia Teresa Cristina, Sagrado Coração do Rio Barreiro, Imaculada no Rio Garças e São José no Sangradouro, entre os índios bororo – e de sangue, quando quatro salesianos perdem a vida no trabalho missionário: padre José Thannhuber (assassinado em Palmeiras em 19 de agosto de 1920), padre João Fuchs e padre Pedro Sacilotti (massacrados no Rio das Mortes no dia 1º de novembro de 1934) e padre Rodolfo Lunkenbein (assassinado em Meruri no dia 16 de julho de 1976).

No decorrer de 121 anos, completados dia 18 de junho, a obra salesiana se expandiu em várias vertentes da ação educativo-pastoral: missões indígenas, casas de formação, colégios, escolas profissionais, internatos, escolas agrícolas, oratórios festivos, paróquias e recentemente faculdades, universidade e centros universitários, além das obras sociais e dos centros de formação profissional. Porém, o trabalho missionário marcou o seu início e continua sendo a sua identidade.

Em visita recente à Inspetoria, o conselheiro geral para as Missões Salesianas, padre Guilhermo Basañes, destacou a presença missionária dos salesianos atualmente nas comunidades Bororo e Xavante, em Sangradouro, Meruri e São Marcos. Para ele, “essa variedade de culturas é um grande instrumento de educação e de evangelização”.

Segundo o padre Eloir Inácio de Oliveira, que atuou durante dez anos nas missões em Meruri e Sangradouro, Dom Bosco sempre esteve presente por meio dos salesianos e das salesianas que enfrentaram esse desafio com forte espírito evangelizador. “Ele foi conhecido e amado por incontáveis gerações que se admiraram com a sua vida e o seu projeto educativo cristão. Bororos e xavantes encontraram, nas missões salesianas, a presença amiga, o fortalecimento das suas espiritualidades, a segurança e os bens materiais, principalmente a posse legalizada da terra”, ressalta.

A Missão Salesiana de Mato Grosso mantém quatro presenças missionárias entre as etnias Bororo e Xavante, em Mato Grosso (MT). São as comunidades salesianas Sagrado Coração de Meruri, São José de Sangradouro, São Marcos e Casa Filipi Rinaldi, em Nova Xavantina. Atualmente 15 salesianos – entre padres e irmãos (chamados carinhosamente por mestres) - desenvolvem atividades de cidadania, educação, evangelização e de sustentabilidade, em sintonia com essas culturas. Muitas delas assumiram o cristianismo em suas histórias e a devoção mariana foi incorporada com muito fervor. “Dom Bosco está vivo nas comunidades indígenas. Isso podemos ver na continuação do carisma salesiano entre os Bororo e Xavante. Desde os primeiros contatos, passando pelos diversos modos de trabalho missionário, Dom Bosco foi sendo conhecido e os exemplos de sua vida foram incorporados à vida dessas comunidades”, concluiu o padre Eloir.

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