Em mais de meio século de existência esta jovem inspetoria, historicamente falando, mantém-se fiel ao carisma de seus fundadores, fazendo jus à coragem e ousadia das primeiras Filhas de Maria Auxiliadora que lançaram as sementes da pedagogia de Dom Bosco em terras amazônidas. Hoje, as FMA que constituem essa inspetoria redescobrem, no cotidiano, a audácia e a intrepidez missionária do “Da mihi animas cetera tolle” e do “A ti as confio”.
A realidade amazônica e os desafios atuais juvenis constituem um sinal profético que impulsiona a consolidar forças, trabalhar em sinergia, em rede, em comunhão com todos quantos têm a juventude como campo principal da missão. Acreditando na riqueza da diversidade dos carismas, a FMA procura ser com os jovens, casa que evangeliza, e segundo os Atos do Capítulo Geral XXIII deve “alargar o olhar com os jovens missionários de esperança e de alegria” para os novos contextos, os pátios emergentes, e ir ao encontro do jovem lá onde ele está.
As FMA da “floresta” dão continuidade à missão de Dom Bosco, quer nas escolas, nas obras sociais, nos oratórios festivos, nas capitais e nas cidades do interior, na zona rural às margens dos rios e igarapés, porque os jovens não são somente destinatários da missão salesiana, mas protagonistas da evangelização, do anúncio de Jesus Cristo entre outros jovens.
O triênio de preparação ao bicentenário de Dom Bosco com a proposta do conhecimento da História, da Pedagogia e da Espiritualidade de Dom Bosco, educador para todos os tempos, suscitou na inspetoria a realização de experiências significativas com os jovens, das quais duas merecem destaque.
O Projeto Páscoa Jovem vem se tornando um espaço propício e uma oportunidade ímpar oferecida aos jovens, a partir de 15 anos, para vivenciar uma experiência significativa da pessoa e ação de Jesus Cristo; na experiência missionária, aprendem a servir na gratuidade aos mais necessitados, ao mesmo tempo, em que se tornam dóceis para a descoberta do projeto de Deus sobre suas vidas.
O Campo Bosco caracteriza-se como uma grande experiência oratoriana no estilo salesiano. O primeiro, realizado em Manaus, envolveu aproximadamente 200 jovens, que durante três dias vivenciaram salesianamente o espírito do oratório.
A voz dos jovens
Para Tiago da Silva Braga, “a Páscoa Missionária é, simplesmente, uma experiência maravilhosa! A comunidade nos ensina muito a valorizar o dom da vida, a partir de sua caridade, humildade, animação, participação, dedicação, ajudando-nos a nos tornar cada vez mais ‘bons cristãos e honestos cidadãos’”.
A jovem Dândara da Silva Vieira assim se referiu em relação aoCampo Bosco: “Sem dúvida, foi uma experiência única para todos os jovens, colaboradores, irmãs e todas as pessoas que fizeram parte deste grande evento. Foram três dias, onde pudemos viver intensamente o carisma salesiano perante as duas grandes referências: Dom Bosco e Madre Mazzarello, que não podiam ser vistos, mas com certeza podiam ser sentidos no coração de cada jovem ou irmã que realizavam suas ações no Campo Bosco”.
Gustavo Sousa deu seu depoimento nestes termos: “O que mais me marcou foi quando nós, animadores de oratório, tivermos a oportunidade de vivenciar os diferentes tipos de oratório que se localizam nas periferias de Manaus. Foi muito gratificante quando as crianças espontaneamente expressavam: ‘Tio, quando vocês irão voltar?’. ‘Nós gostamos muito de vocês!’. Podem parecer simples palavras, mas ficarão marcadas na minha caminhada missionária”.
Dom Bosco continua e continuará sempre vivo no coração da Amazônia, enquanto tiver a presença de um dos membros da Família Salesiana. Dar continuidade à missão de Dom Bosco é mais que um legado: é uma honra!
Testemunho
“Tanto a missão como a pastoral são a alma de uma inspetoria salesiana, foi assim que Dom Bosco fez e Mazzarello deu continuidade. Ser colaboradora salesiana é também viver o seu carisma, sair de onde estamos no dia a dia e fazer missão em outros lugares. Sinto uma grande alegria em ser jovem missionária, principalmente na minha própria região. Em todas essas experiências percebi a emoção, sobretudo, nos momentos litúrgicos. É a certeza de que a missão deve continuar, somos os continuadores de Dom Bosco e Mazzarello”.
(Daysse de Freitas Passos)