“Domingo à noite, pelas 21h47, ouviu-se uma fortíssima explosão, seguida de tiros de revólver. Segunda-feira pela manhã estávamos dando aulas como de costume, e ainda ouviam-se disparos esporádicos vindos da cidade. Pelas 10h30 tivemos de suspender as aulas e pedir aos alunos que voltassem para casa. A partir das 11h00 Maridi estava sob ataque. Todos fugiram na direção de Rastigi, Civicon e outras vilas. Um bom número fugiu para as matas”, contam os salesianos presentes no lugar.
Ao que parece uma das duas facções em luta no Sudão do Sul chegou bem armada, mas desta vez a população local saiu com a intenção de se defender por si. A maior parte com arcos e flechas.
“Às 12h30 o bispo chamou para informar-se acerca de nós e das irmãs, prometendo acompanhar a situação", prosseguem os religiosos. "Às 14h00 Maridi não era mais a Maridi que conhecemos. O nosso motorista chamou para dizer-nos que Maridi estava sob ataque. Uma hora depois, desceram da ambulância do Hospital de Maridi dois feridos com projéteis pelo corpo (…). Soubemos igualmente que um dos membros do Coro da nossa Paróquia fora morto”.
Também as Irmãs da Visitação de Dom Bosco, presentes em Maridi, mandaram as meninas para casa. Atualmente as irmãs cuidam também dos doentes que são trazidos do Hospital de Maridi; e para garantir um mínimo de segurança às religiosas e aos feridos, na noite de segunda-feira, alguns aspirantes salesianos passaram a ficar no dispensário dirigido pelas religiosas.
Na noite entre segunda e terça-feira, dias 8 e 9, continuaram os disparos de pistola, não longe da comunidade das irmãs. Na terça-feira cedo a situação parecia calma. Mas não havia ninguém pelas ruas: Maridi estava deserta.