Hoje mais do que nunca somos testemunhas da importância dos profissionais de saúde. A vida do Bem-aventurado Artêmides Zatti (1880-1951), irmão salesiano e enfermeiro que durante 40 anos se dedicou aos cuidados dos pobres e doentes de Viedma, na Patagônia Argentina, nos ensina que a assistência na área da saúde é um ato de grande amor e que, diante da adversidade, devemos fazer tudo o que é humanamente possível, sabendo que Deus nunca nos abandona.
Para quem deseja conhecer mais sobre a história e o legado desse personagem tão marcante da Família Salesiana, já está disponível gratuitamente no YouTube, com legendas em português, o curta-metragem “Zatti, nosso irmão”. O filme é a primeira narrativa cinematográfica salesiana na Argentina e foi produzido pelo Boletim Salesiano daquele país, com o apoio das duas inspetorias salesianas argentinas, da Procuradoria Missionária Salesiana de Madri (Espanha) e dos Salesianos de Dom Bosco em todo o mundo.
“O momento histórico que estamos vivendo nos convida a sermos criativos e a não desistir. A figura do salesiano coadjutor Artêmides Zatti assume uma dimensão especial devido ao seu carisma e atenção aos mais pobres entre os doentes. Sua história nos inspira a enfrentar as dificuldades com fé e esperança”, afirmam os produtores de “Zatti, nosso irmão”.
Produção
O filme se passa em Viedma, 1941, quando o enfermeiro e religioso Artémides Zatti é obrigado a desalojar o hospital onde trabalhou durante décadas, o que coloca sua fé e sua integridade à prova. A ideia original do filme é dos salesianos padre Ricardo Cámpoli e padre Pedro Narambuena. Em 2018, Cámpoli, que é formado em Produção e Direção de Audiovisual, escreveu o roteiro, enquanto a equipe do Boletim Salesiano da Argentina realizou a pré-produção. As filmagens começaram em março de 2019. Participaram do projeto cerca de 50 pessoas, incluindo a Equipe do BS, técnicos em audiovisual, atores e atrizes.
O curta-metragem, que representa um marco para a comunicação social salesiana na Argentina, contou desde o início com o apoio do Reitor-mor dos Salesianos, padre Ángel Fernández Artime. Na apresentação do filme, padre Ángel Artime ressalta a grande contribuição de Artêmides Zatti: “Um irmão salesiano que entendia seu serviço como homem de Deus, como cristão no cotidiano dos mais pobres, dos enfermos, em um lugar, naquele tempo, longínquo. Eu os convido a acolher com alegria esse testemunho porque vivemos em tempos nos quais necessitamos do exemplo de grandes figuras”.
A produção é uma motivação para conhecer a santidade e a espiritualidade do salesiano Artêmides Zatti. Sua experiência como enfermeiro e religioso trazem um olhar renovado sobre a exigente tarefa de estar atento à vida dos outros. Para assistir ao filme, acesse o canal do Boletín Salesiano da Argentina no YouTube ou o link: https://bit.ly/Zattinossoirmao.
Quem é o Bem-aventurado Artêmides Zatti
Artêmides Zatti nasceu em Boretto, Itália, no dia 12 de outubro de 1880, em uma família de agricultores. Em 1897, a família Zatti, obrigada pela pobreza, emigrou para a Argentina. Ali Artêmides começou a frequentar a paróquia dirigida pelos Salesianos e tornou-se colaborador do pároco, padre Carlos Cavalli.
Sentiu o desejo de ser salesiano e já com 20 anos entrou na Casa de Bernal. Começou a estudar com afinco para recuperar os anos perdidos. A Providência confiou-lhe a tarefa de assistir um jovem sacerdote, doente de tuberculose, que morreu em 1902. Zatti também contraiu a doença e o padre Cavalli destinou-o ao hospital missionário de Viedma, na época dirigido pelo padre Evarisio Garrone. Com ele, Artêmides pediu e obteve de Maria Auxiliadora a graça da cura com a promessa de dedicar toda a vida ao cuidado dos doentes.
Curou-se e manteve a promessa. De início, ocupava-se da farmácia anexa ao hospital, onde aprendeu a lógica do padre Garrone: só paga quem pode. Falecendo o padre Garrone, recebeu a total responsabilidade pelo hospital.
Em 1908 emitiu os votos perpétuos. Foi de uma dedicação absoluta aos seus doentes. O povo o procurava e estimava. Para o pessoal qualificado do hospital era não só um ótimo dirigente, mas sobretudo um grande cristão. Além do cuidado com os pacientes do hospital, visitava, com sua bicicleta, os doentes espalhados pela cidade – que era na época um local pobre e distante de tudo.
Conseguiu o diploma de enfermeiro. Em 1913, trabalhou na construção do novo hospital que, depois, infelizmente, foi demolido. Sem se desencorajar, organizou um outro. Em 1950, tendo caído da escada, foi obrigado ao repouso. Depois de alguns meses manifestaram-se os sintomas de um câncer.
Faleceu em 15 de março de 1951. João Paulo II beatificou-o em 14 de abril de 2002. Seus restos mortais repousam na capela dos Salesianos em Viedma, na Argentina.
Leia também
Comunicar no estilo salesiano significa ser sempre fiel aos jovens
Equipe Suporte de Comunicação lança série “Minha casa, minha igreja”
Visite o Museu das Culturas Dom Bosco sem sair de casa