Um ano para acolher a juventude com fé e esperança

Terça, 12 Fevereiro 2013 13:30 Escrito por 
  A Igreja Católica no Brasil tem uma história de trabalho com e para a juventude. Mas este ano de 2013 será marcado por uma maior aproximação da Igreja com os jovens e pela oportunidade de colaborar para que “os jovens se tornem agentes de um mundo novo”. É o que afirma nesta entrevista ao Boletim Salesianoo padre Luiz Carlos Dias, responsável pela Campanha da Fraternidade no Secretariado Geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).   Boletim Salesiano – Qual é a importância de uma Campanha da Fraternidade com o tema juventude nesse momento? Pe. Luiz Carlos Dias – Nesse ano a Igreja tem a oportunidade de se aproximar da juventude com uma ação evangelizadora eficaz, pois tem encontrado dificuldade nesse trabalho. No entanto, os jovens estão entre as opções preferenciais da Igreja, que em passado recente desenvolveu projetos marcantes com a juventude, como: a Ação Católica Especializada (JAC, JEC, JIC, JOC, JUC), os encontros de jovens, as PJs etc. No atual contexto, os jovens precisam ser acolhidos, compreendidos e auxiliados, pois algumas instituições, até pouco tempo importantes para os jovens, encontram-se fragilizadas. A família está fragmentada; a escola nem sempre forma, se contenta mais em informar; as políticas públicas ainda não atendem as grandes necessidades dos jovens e temos uma grande massa em difíceis situações sociais, vítimas de violências e mortes. Enfim, muitos são os desafios no trabalho com os jovens, mas o Senhor providenciou este ano para que nossos olhares se voltem para a juventude e possamos contribuir para que eles, com a sua fé e a esperança que os caracteriza, possam ter as condições necessárias para viver e edificar um mundo novo.  

BS – Como a CF 2013 pode auxiliar na preparação da Jornada Mundial da Juventude?

Pe. Luiz Carlos – A realização da JMJ no Brasil foi determinante para a escolha do tema da CF deste ano, mas a Campanha não será realizada em função da Jornada. A CF cooperará a seu modo com o encontro dos jovens com Sua Santidade, chamando a atenção da Igreja e da sociedade para a realidade dos jovens no mundo atual. A CF, com sua metodologia, quer levar toda a Igreja e setores da sociedade a se voltarem para os jovens, a refletirem sobre a realidade deles; a identificarem suas dificuldades e necessidades, para ajudá-los a exercerem um protagonismo sadio na construção de novas estruturas que gerem vida em todas as dimensões. No processo de realização da Campanha, que se realiza sob o convite à conversão em vista da Páscoa de Nosso Senhor, não podemos deixar de considerar as condições de vida encontradas pelos jovens das periferias, do mundo rural, dos quilombolas e dos povos indígenas. É fazer ecoar ainda mais o grito dos jovens que estão sendo sistematicamente assassinados, fenômeno que já chegou às pequenas localidades. A CF, com essa ótica, a cada tema abordado, sempre provoca uma reflexão sobre as estruturas da sociedade e coopera com a Igreja para a “conversão pastoral”, apelo advindo das Conclusões de Aparecida e presente nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

 

BS – Como a Campanha da Fraternidade pode contribuir para a adoção de políticas públicas voltadas para a juventude?

Pe. Luiz Carlos – É claro que não é função da Igreja a adoção de políticas públicas, mas as Campanhas da Fraternidade têm a característica de extrapolar as fronteiras da Igreja e incorporar uma reflexão do ponto de vista socioeconômico, político e cultural. A CF instiga outros setores da sociedade a pensarem sobre os temas tratados. Nesse sentido, a CF 2013 quer fazer ecoar os grandes problemas da juventude para que eles sejam ouvidos pela sociedade como um todo, e para que em função disso suscitem uma reflexão sobre a qualidade das políticas públicas voltadas para a juventude em diversas áreas como, por exemplo, a educação e o âmbito do trabalho.

 

BS – O Texto-baseda Campanha fala sobre o uso das redes sociais e dos meios de comunicação para a promoção do bem comum. Por que a Igreja optou por essa perspectiva da comunicação?

Pe. Luiz CarlosB – Vivemos hoje na sociedade da comunicação. A partir das tecnologias da informação aparecem novas ambiências de relações – as chamadas comunidades virtuais –, e os jovens são afeitos a essa comunicação. Por isso abordamos essa realidade com o intuito de ajudar os jovens a se nortearem, fazendo bom uso desses meios, pois existem muitas situações errôneas, e para que evangelizem por esses meios, como discípulos missionários.

 

BS – A participação dos jovens tem sido bem intensa na preparação da JMJ 2013. Isso também acontece na Campanha da Fraternidade? De que modo?

Pe. Luiz Carlos – A participação dos jovens existiu na escolha do tema da Campanha da Fraternidade deste ano (feita após a apresentação de um abaixo-assinado), no desenvolvimento dos materiais e agora nós esperamos que eles se envolvam nas atividades da CF em suas paróquias e irradiem a reflexão pelos ambientes nos quais transitam.

 

BS – O Texto-basefala também sobre o desejo da Igreja de que os jovens evangelizem os próprios jovens. Podemos considerar o tema da CF deste ano como um convite para os jovens se colocarem a serviço da evangelização?

Pe. Luiz Carlos – Hoje a Igreja tem procurado despertar todas as pessoas para a necessidade de serem discípulos missionários, e os jovens também são convidados a assumirem essa postura. Eles são chamados a assumirem uma atuação dinâmica, e não passiva. São chamados a participarem ativamente da ação evangelizadora da Igreja como discípulos missionários.

 

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Última modificação em Quinta, 28 Agosto 2014 17:51

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Um ano para acolher a juventude com fé e esperança

Terça, 12 Fevereiro 2013 13:30 Escrito por 
  A Igreja Católica no Brasil tem uma história de trabalho com e para a juventude. Mas este ano de 2013 será marcado por uma maior aproximação da Igreja com os jovens e pela oportunidade de colaborar para que “os jovens se tornem agentes de um mundo novo”. É o que afirma nesta entrevista ao Boletim Salesianoo padre Luiz Carlos Dias, responsável pela Campanha da Fraternidade no Secretariado Geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).   Boletim Salesiano – Qual é a importância de uma Campanha da Fraternidade com o tema juventude nesse momento? Pe. Luiz Carlos Dias – Nesse ano a Igreja tem a oportunidade de se aproximar da juventude com uma ação evangelizadora eficaz, pois tem encontrado dificuldade nesse trabalho. No entanto, os jovens estão entre as opções preferenciais da Igreja, que em passado recente desenvolveu projetos marcantes com a juventude, como: a Ação Católica Especializada (JAC, JEC, JIC, JOC, JUC), os encontros de jovens, as PJs etc. No atual contexto, os jovens precisam ser acolhidos, compreendidos e auxiliados, pois algumas instituições, até pouco tempo importantes para os jovens, encontram-se fragilizadas. A família está fragmentada; a escola nem sempre forma, se contenta mais em informar; as políticas públicas ainda não atendem as grandes necessidades dos jovens e temos uma grande massa em difíceis situações sociais, vítimas de violências e mortes. Enfim, muitos são os desafios no trabalho com os jovens, mas o Senhor providenciou este ano para que nossos olhares se voltem para a juventude e possamos contribuir para que eles, com a sua fé e a esperança que os caracteriza, possam ter as condições necessárias para viver e edificar um mundo novo.  

BS – Como a CF 2013 pode auxiliar na preparação da Jornada Mundial da Juventude?

Pe. Luiz Carlos – A realização da JMJ no Brasil foi determinante para a escolha do tema da CF deste ano, mas a Campanha não será realizada em função da Jornada. A CF cooperará a seu modo com o encontro dos jovens com Sua Santidade, chamando a atenção da Igreja e da sociedade para a realidade dos jovens no mundo atual. A CF, com sua metodologia, quer levar toda a Igreja e setores da sociedade a se voltarem para os jovens, a refletirem sobre a realidade deles; a identificarem suas dificuldades e necessidades, para ajudá-los a exercerem um protagonismo sadio na construção de novas estruturas que gerem vida em todas as dimensões. No processo de realização da Campanha, que se realiza sob o convite à conversão em vista da Páscoa de Nosso Senhor, não podemos deixar de considerar as condições de vida encontradas pelos jovens das periferias, do mundo rural, dos quilombolas e dos povos indígenas. É fazer ecoar ainda mais o grito dos jovens que estão sendo sistematicamente assassinados, fenômeno que já chegou às pequenas localidades. A CF, com essa ótica, a cada tema abordado, sempre provoca uma reflexão sobre as estruturas da sociedade e coopera com a Igreja para a “conversão pastoral”, apelo advindo das Conclusões de Aparecida e presente nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

 

BS – Como a Campanha da Fraternidade pode contribuir para a adoção de políticas públicas voltadas para a juventude?

Pe. Luiz Carlos – É claro que não é função da Igreja a adoção de políticas públicas, mas as Campanhas da Fraternidade têm a característica de extrapolar as fronteiras da Igreja e incorporar uma reflexão do ponto de vista socioeconômico, político e cultural. A CF instiga outros setores da sociedade a pensarem sobre os temas tratados. Nesse sentido, a CF 2013 quer fazer ecoar os grandes problemas da juventude para que eles sejam ouvidos pela sociedade como um todo, e para que em função disso suscitem uma reflexão sobre a qualidade das políticas públicas voltadas para a juventude em diversas áreas como, por exemplo, a educação e o âmbito do trabalho.

 

BS – O Texto-baseda Campanha fala sobre o uso das redes sociais e dos meios de comunicação para a promoção do bem comum. Por que a Igreja optou por essa perspectiva da comunicação?

Pe. Luiz CarlosB – Vivemos hoje na sociedade da comunicação. A partir das tecnologias da informação aparecem novas ambiências de relações – as chamadas comunidades virtuais –, e os jovens são afeitos a essa comunicação. Por isso abordamos essa realidade com o intuito de ajudar os jovens a se nortearem, fazendo bom uso desses meios, pois existem muitas situações errôneas, e para que evangelizem por esses meios, como discípulos missionários.

 

BS – A participação dos jovens tem sido bem intensa na preparação da JMJ 2013. Isso também acontece na Campanha da Fraternidade? De que modo?

Pe. Luiz Carlos – A participação dos jovens existiu na escolha do tema da Campanha da Fraternidade deste ano (feita após a apresentação de um abaixo-assinado), no desenvolvimento dos materiais e agora nós esperamos que eles se envolvam nas atividades da CF em suas paróquias e irradiem a reflexão pelos ambientes nos quais transitam.

 

BS – O Texto-basefala também sobre o desejo da Igreja de que os jovens evangelizem os próprios jovens. Podemos considerar o tema da CF deste ano como um convite para os jovens se colocarem a serviço da evangelização?

Pe. Luiz Carlos – Hoje a Igreja tem procurado despertar todas as pessoas para a necessidade de serem discípulos missionários, e os jovens também são convidados a assumirem essa postura. Eles são chamados a assumirem uma atuação dinâmica, e não passiva. São chamados a participarem ativamente da ação evangelizadora da Igreja como discípulos missionários.

 

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