Todo o material didático da Rede foi reformulado e adaptado, houve um grande investimento na compra de tecnologias e no suporte técnico, as equipes das duas entidades e de todas as comunidades educativo-pastorais da RSE se empenharam fortemente no processo de treinamento para as novas ferramentas... Em 2016, esse processo fecha um ciclo, com a implantação do MDD nos anos finais dos ensinos médio e fundamental. O sucesso alcançado entre educadores, alunos e suas famílias é fruto desse empenho na inovação e de um enorme amor pela missão de educar.
O caminho não foi fácil, e foi preciso enfrentar desafios como a própria velocidade imposta pela “era digital” e a necessidade de adaptação dos professores a uma nova realidade. Mas, para o padre Nivaldo Luiz Pessinatti, que acompanhou todo o processo como diretor-executivo tanto da RSE e da Edebê Brasil até o final de 2015, “nesta transição (inevitável) da era impressa para a era digital, o ensinar e o aprender continuam sendo os grandes desafios”. Mudaram os processos e as plataformas, o que só contribui para intensificar a missão educativa salesiana: “As plataformas adaptativas, os objetos digitais e os livros interativos democratizaram e facilitaram estes processos de aprendizagem, ampliando e incentivando a pesquisa. Mais do que nunca: a escola tornou-se o ambiente no qual TODOS aprendem”, completa.
Renovação constante
Essa mudança é sentida e bem aceita nas escolas. Principalmente pelos alunos, que receberam com grande empolgação a possibilidade de usar a tecnologia na sala de aula. “Agora vai ficar mais fácil estudar porque vou ter acesso a links que vão me ajudar a entender melhor, a jogos educativos, e poderei também fazer minhas tarefas de onde estiver, levando apenas um tablet. É uma nova era que chega ao nosso colégio”, avalia Alexandre Souza, 11 anos, aluno do Colégio Dom Bosco de Manaus, AM. No final do ano passado, ele participou de um treinamento promovido pelo colégio para alunos que iniciariam em 2016 o uso do MDD, trocando cadernos e livros por conteúdos digitais acessados por meio de tablets e computadores. A orientadora educacional do Colégio, Dayse Anne Flôres, considera que o MDD tem sido importante para os alunos: “O uso do material provoca a interatividade, amplia a visão de mundo e instiga-os a buscar, a conhecer mais”.
O MDD não se restringe aos livros didáticos. É um material completo, que inclui caderno digital, possibilidade de pesquisas e navegação no Portal Futurum e outras ferramentas. A cada ano, mediante o Laboratório de Avaliação e Pesquisa (LAP), a Edebê faz uma ampla avaliação junto aos membros das comunidades educativas. Este material é lido, acolhido e torna-se uma orientação importante para o enriquecimento e a melhoria do material didático. Isso significa que, para os alunos do ensino fundamental II e do ensino médio, a cada ano o MDD passa por mudanças, inclusive para que os links e softwares estejam sempre atualizados.
Em 2016, outra novidade será o lançamento do novo material didático para o ensino fundamental I. Assim como o MDD, ele será implantado paulatinamente, iniciando com o 1º e o 2º ano. Nesta idade, ainda é necessária a priorização do material didático impresso, mas a Edebê preparou subsídios digitais para que os professores possam utilizar em sala de aula.
Formação continuada
As equipes do Centro Salesiano de Formação, da RSB, e da Editora Edebê, estão investindo na qualificação dos educadores para o uso do material didático. Em 2015, foram oferecidos aos educadores da RSE diversos subsídios por meio do ambiente virtual de aprendizagem do CSF. “A expectativa é que estes subsídios sejam utilizados pelas escolas, de forma autônoma e criativa, nas formações locais, com vistas a potencializar o projeto do MDD”, afirma Ana Paula Costa e Silva, coordenadora executiva do CSF. Para 2016, serão realizados também encontros presenciais, tanto para educadores iniciantes quanto para aqueles que já utilizam o material, com foco nas propostas metodológicas.
A proposta, sempre, é ampliar as possibilidades abertas para que o educador desenvolva sua missão da melhor maneira. Para explicar a importância disso, padre Pessinatti retoma as palavras do professor Paulo Blikstein, da escola de educação da Universidade Stanford, na Califórnia, e diretor do Stanford Lemann Center: “Há 100 anos tentamos substituir o professor por tecnologia e nunca deu certo. É como querer substituir o médico na sala de cirurgia, não faz sentido. É o jeito errado de pensar tecnologia educacional. O que faz sentido é dar ferramentas tecnológicas para o professor melhorar o que ele faz na sala de aula, assim como um médico usa tecnologia para melhorar o diagnóstico e o tratamento. Mas o professor precisa ser extremamente bem treinado no uso dessas tecnologias”, finaliza.
Relembre aqui a matéria especial do RSE Informa sobre a experiência de uso do MDD no Colégio Auxilium de Anápolis-GO.
Colaboraram: Vivian Marler/COMSOCDB, equipe Colégio Auxilium