Educar hoje e amanhã

Segunda, 07 Dezembro 2015 22:16 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
Representantes da Rede Salesiana de Escolas (RSE) e da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) participaram do Congresso Mundial de Educação Católica.

Nos dias 18 a 21 de novembro, realizou-se em Roma, Itália, o Congresso Mundial de Educação Católica, com o tema “Educar hoje e amanhã: uma paixão que se renova”. O congresso foi convocado pela Congregação para a Educação Católica para celebrar o 50º aniversário da declaração Gravissimum Educationis, do Concílio Vaticano II, e o 25º aniversário da constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae. Teve como objetivo refletir sobre a contribuição que a comunidade cristã pode dar na educação, em contextos multiculturais e multirreligiosos em rápida transformação.

Cerca de sete mil educadoresde todas as partes do mundo participaram do congresso, composto por palestras, depoimentos e mesas redondas com especialistas internacionais.

 

Participação da ANEC

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) foi representada no evento pelo presidente, o professor doutor Paulo Fossatti, e pela primeira-secretária, irmã Marli Araújo da Silva. No dia 19, o presidente da Anec falou sobre “A missão partilhada, a participação e coordenação, a colaboração e o trabalho em rede: exigências, formação e orientações”. Na oportunidade, Fossatti apresentou a Anec, destacando o papel da entidade nos eixos político, pastoral, institucional e acadêmico, e de gestão. Irmã Marli participou da mesa-redonda de 20 de novembro, na qual tratou sobre “Programas, modalidades e estratégias de formação para diretores, professores e famílias”.

O Portal Futurum também marcou presença no congresso, representado pelo superintendente, Leandro Klein. Ele ressaltou que o portal visa realizar um trabalho de colaboração e compartilhamento online: “A possibilidade de compartilhar é o grande diferencial da nossa plataforma”.

 

“Valores, não só conceitos"

Na manhã do sábado, 21 de novembro, os milhares de educadores e estudantes participantes do congresso se reuniram com o Papa Francisco. O evento que encerrou o congresso mundial foi organizado de modo a que, além da palavra do Papa, também houvesse espaço para testemunhos e perguntas feitas por estudantes e professores ao Sumo Pontífice.

O Papa Francisco afirmou que não se pode falar de educação católica sem falar de humanismo. “Educar de modo cristão não é fazer uma catequese, proselitismo; é levar avante os jovens e as crianças nos valores humanos em toda a realidade. E uma dessas realidades é a transcendência”, disse o Papa.

Francisco lamentou que ainda hoje exista uma educação seletiva e elitista, que não oferece a todos os mesmos direitos. O Papa falou ainda da exclusão e da ruptura do pacto educativo entre a família e a escola, e entre a família e o Estado. “Os trabalhadores mais mal pagos são os educadores. Isso significa que o Estado não tem interesse”, criticou.

Para Francisco, o trabalho do educador é buscar novos caminhos. Ao exemplificar como isso é realizado, ele citou implicitamente o educador brasileiro Paulo Freire: “Um grande educador brasileiro dizia que na escola formal devia-se evitar cair somente no ensino de conceitos. A verdadeira escola deve ensinar conceitos, hábitos e valores. Quando uma escola não é capaz de fazer isso, esta escola é seletiva, excludente e para poucos”, afirmou o Papa.

 

A cabeça, o coração e as mãos

Quanto à figura do educador, o Pontífice considerou que este deve saber arriscar; caso contrário, não pode educar. Muitos desafios são hoje colocados à educação e o Papa Francisco, perante cerca de sete mil participantes, deu o exemplo de Dom Bosco, “que procurou caminhos novos” e sugeriu uma “educação de emergência”.

Francisco falou ainda da necessidade de ir às periferias. “A maior falência de um educador é educar ‘dentro dos muros’: muros de uma cultura seletiva, muros de uma cultura de segurança, os muros de um setor social elevado.” E afirmou que a educação deve seguir por três caminhos: a linguagem da cabeça (racionalidade), a linguagem do coração (sentimento) e a linguagem das mãos (a prática).

Por fim, o Papa deu como “lição de casa” aos presentes que repensem as obras de misericórdia na educação e pediu que eles se questionem: “Como posso fazer para que este amor do Pai, que é especialmente ressaltado neste Ano da Misericórdia, chegue às nossas obras educativas?”.

Fontes: Telma Martes, jornalista ANEC; Zenit; Agência Ecclesia e Vaticano News/Rádio Vaticana

 

Leia a tradução da audiência do Papa Francisco com os participantes do Congresso Mundial de Educação Católica, feita pela agência Zenit, tocando aqui.

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Última modificação em Quinta, 04 Julho 2024 09:57

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Segunda, 07 Dezembro 2015 22:16 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
Representantes da Rede Salesiana de Escolas (RSE) e da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) participaram do Congresso Mundial de Educação Católica.

Nos dias 18 a 21 de novembro, realizou-se em Roma, Itália, o Congresso Mundial de Educação Católica, com o tema “Educar hoje e amanhã: uma paixão que se renova”. O congresso foi convocado pela Congregação para a Educação Católica para celebrar o 50º aniversário da declaração Gravissimum Educationis, do Concílio Vaticano II, e o 25º aniversário da constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae. Teve como objetivo refletir sobre a contribuição que a comunidade cristã pode dar na educação, em contextos multiculturais e multirreligiosos em rápida transformação.

Cerca de sete mil educadoresde todas as partes do mundo participaram do congresso, composto por palestras, depoimentos e mesas redondas com especialistas internacionais.

 

Participação da ANEC

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) foi representada no evento pelo presidente, o professor doutor Paulo Fossatti, e pela primeira-secretária, irmã Marli Araújo da Silva. No dia 19, o presidente da Anec falou sobre “A missão partilhada, a participação e coordenação, a colaboração e o trabalho em rede: exigências, formação e orientações”. Na oportunidade, Fossatti apresentou a Anec, destacando o papel da entidade nos eixos político, pastoral, institucional e acadêmico, e de gestão. Irmã Marli participou da mesa-redonda de 20 de novembro, na qual tratou sobre “Programas, modalidades e estratégias de formação para diretores, professores e famílias”.

O Portal Futurum também marcou presença no congresso, representado pelo superintendente, Leandro Klein. Ele ressaltou que o portal visa realizar um trabalho de colaboração e compartilhamento online: “A possibilidade de compartilhar é o grande diferencial da nossa plataforma”.

 

“Valores, não só conceitos"

Na manhã do sábado, 21 de novembro, os milhares de educadores e estudantes participantes do congresso se reuniram com o Papa Francisco. O evento que encerrou o congresso mundial foi organizado de modo a que, além da palavra do Papa, também houvesse espaço para testemunhos e perguntas feitas por estudantes e professores ao Sumo Pontífice.

O Papa Francisco afirmou que não se pode falar de educação católica sem falar de humanismo. “Educar de modo cristão não é fazer uma catequese, proselitismo; é levar avante os jovens e as crianças nos valores humanos em toda a realidade. E uma dessas realidades é a transcendência”, disse o Papa.

Francisco lamentou que ainda hoje exista uma educação seletiva e elitista, que não oferece a todos os mesmos direitos. O Papa falou ainda da exclusão e da ruptura do pacto educativo entre a família e a escola, e entre a família e o Estado. “Os trabalhadores mais mal pagos são os educadores. Isso significa que o Estado não tem interesse”, criticou.

Para Francisco, o trabalho do educador é buscar novos caminhos. Ao exemplificar como isso é realizado, ele citou implicitamente o educador brasileiro Paulo Freire: “Um grande educador brasileiro dizia que na escola formal devia-se evitar cair somente no ensino de conceitos. A verdadeira escola deve ensinar conceitos, hábitos e valores. Quando uma escola não é capaz de fazer isso, esta escola é seletiva, excludente e para poucos”, afirmou o Papa.

 

A cabeça, o coração e as mãos

Quanto à figura do educador, o Pontífice considerou que este deve saber arriscar; caso contrário, não pode educar. Muitos desafios são hoje colocados à educação e o Papa Francisco, perante cerca de sete mil participantes, deu o exemplo de Dom Bosco, “que procurou caminhos novos” e sugeriu uma “educação de emergência”.

Francisco falou ainda da necessidade de ir às periferias. “A maior falência de um educador é educar ‘dentro dos muros’: muros de uma cultura seletiva, muros de uma cultura de segurança, os muros de um setor social elevado.” E afirmou que a educação deve seguir por três caminhos: a linguagem da cabeça (racionalidade), a linguagem do coração (sentimento) e a linguagem das mãos (a prática).

Por fim, o Papa deu como “lição de casa” aos presentes que repensem as obras de misericórdia na educação e pediu que eles se questionem: “Como posso fazer para que este amor do Pai, que é especialmente ressaltado neste Ano da Misericórdia, chegue às nossas obras educativas?”.

Fontes: Telma Martes, jornalista ANEC; Zenit; Agência Ecclesia e Vaticano News/Rádio Vaticana

 

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