Menina acusada de bruxaria é salva por crianças

Terça, 09 Dezembro 2014 14:09 Escrito por  InfoANS
Menina acusada de bruxaria é salva por crianças InfoANS
Cilanda é uma criança congolesa, que foi abandonada na rua, depois de ter sido torturada pela família, por ser considerada bruxa. Recolhida pela polícia e deixada no hospital, sem ninguém saber, foi confiada, graças à intervenção de uma enfermeira e de um tribunal, ao padre Mario Pérez, missionário salesiano, em Mbuji-Mayi. Mas os verdadeiros responsáveis pela salvação de Cilanda, confidenciou padre Pérez, são outras crianças, também acusadas de bruxaria, residentes na casa salesiana, que a acudiram com paciência e amor.

Padre Pérez fora chamado com urgência ao hospital: tinham-lhe dito até que se tratava de um menino. E que não podiam fazer nada para salvar aquela miudeza, mais morta que viva, toda suja e provavelmente surda-muda, visto que, desde quando fora entregue, não dissera uma palavra sequer, nem reagira a estímulos.
 

Perante tal situação, a comunidade salesiana decidiu assumir a responsabilidade de levar a criança embora do hospital, antes mesmo de receber a autorização do tribunal; e lhe ofereceram a acolhida que merecia, o calor e o amor de uma família.
 

Ao lavar aquele ‘bichinho’ aperceberam-se de que se tratava de uma menina. No primeiro dia parecia que não bastava água para tirar tudo quanto lhe grudara em cima. Continuava a não falar. Na terceira manhã, ao invés, pediu chá. E decidiu dizer o próprio nome: Cilanda. Ao meio-dia comeu alguma coisa. De noite um pedacinho de pão. Nos últimos dias começou a mexer-se na cama e a contar a sua triste história:
 

“A família, depois de acusá-la de ser ‘bruxa’, trancafiara-a por muitos dias sem comer, espancando-a repetidamente para que confessasse ser bruxa. Depois disso, a jogaram na rua”. Estava tão mal que nem conseguia sentar.
 

Em diversas áreas do continente africano muitas crianças são espancadas, abandonadas e até mortas por serem consideradas bruxas (os). Só na obra de Mbuji-Mayi os salesianos acolhem, pasme-se, 500. Entretanto, foram exatamente essas crianças que salvaram Cilanda.

Como confidenciou padre Pérez numa conversa telefônica, vistas as condições extremas em que chegara à obra, Cilanda tinha necessidade de ser reidratada e alimentada gradualmente. E com muita paciência! Assim a cada meia-hora, uma criança, ele ou ela, acusada de bruxaria lhe dava um pouco de água e, segundo as indicações médicas, um pouco de comida. Eles não têm medo de Cilanda, nem temem ‘os malefícios’. E, com solidariedade, a acompanham rumo ao restabelecimento.

Para contrastar o triste fenômeno das crianças marginalizadas por causa da superstição, a Procuradoria das Missões Salesianas de Madri lançou, desde o mês de setembro, a campanha “Yo No Soy Bruja” (‘Eu Não Sou Bruxa!’).

 

InfoANS

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Quarta, 10 Dezembro 2014 12:17

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Menina acusada de bruxaria é salva por crianças

Terça, 09 Dezembro 2014 14:09 Escrito por  InfoANS
Menina acusada de bruxaria é salva por crianças InfoANS
Cilanda é uma criança congolesa, que foi abandonada na rua, depois de ter sido torturada pela família, por ser considerada bruxa. Recolhida pela polícia e deixada no hospital, sem ninguém saber, foi confiada, graças à intervenção de uma enfermeira e de um tribunal, ao padre Mario Pérez, missionário salesiano, em Mbuji-Mayi. Mas os verdadeiros responsáveis pela salvação de Cilanda, confidenciou padre Pérez, são outras crianças, também acusadas de bruxaria, residentes na casa salesiana, que a acudiram com paciência e amor.

Padre Pérez fora chamado com urgência ao hospital: tinham-lhe dito até que se tratava de um menino. E que não podiam fazer nada para salvar aquela miudeza, mais morta que viva, toda suja e provavelmente surda-muda, visto que, desde quando fora entregue, não dissera uma palavra sequer, nem reagira a estímulos.
 

Perante tal situação, a comunidade salesiana decidiu assumir a responsabilidade de levar a criança embora do hospital, antes mesmo de receber a autorização do tribunal; e lhe ofereceram a acolhida que merecia, o calor e o amor de uma família.
 

Ao lavar aquele ‘bichinho’ aperceberam-se de que se tratava de uma menina. No primeiro dia parecia que não bastava água para tirar tudo quanto lhe grudara em cima. Continuava a não falar. Na terceira manhã, ao invés, pediu chá. E decidiu dizer o próprio nome: Cilanda. Ao meio-dia comeu alguma coisa. De noite um pedacinho de pão. Nos últimos dias começou a mexer-se na cama e a contar a sua triste história:
 

“A família, depois de acusá-la de ser ‘bruxa’, trancafiara-a por muitos dias sem comer, espancando-a repetidamente para que confessasse ser bruxa. Depois disso, a jogaram na rua”. Estava tão mal que nem conseguia sentar.
 

Em diversas áreas do continente africano muitas crianças são espancadas, abandonadas e até mortas por serem consideradas bruxas (os). Só na obra de Mbuji-Mayi os salesianos acolhem, pasme-se, 500. Entretanto, foram exatamente essas crianças que salvaram Cilanda.

Como confidenciou padre Pérez numa conversa telefônica, vistas as condições extremas em que chegara à obra, Cilanda tinha necessidade de ser reidratada e alimentada gradualmente. E com muita paciência! Assim a cada meia-hora, uma criança, ele ou ela, acusada de bruxaria lhe dava um pouco de água e, segundo as indicações médicas, um pouco de comida. Eles não têm medo de Cilanda, nem temem ‘os malefícios’. E, com solidariedade, a acompanham rumo ao restabelecimento.

Para contrastar o triste fenômeno das crianças marginalizadas por causa da superstição, a Procuradoria das Missões Salesianas de Madri lançou, desde o mês de setembro, a campanha “Yo No Soy Bruja” (‘Eu Não Sou Bruxa!’).

 

InfoANS

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Quarta, 10 Dezembro 2014 12:17

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.