Migrantes: um recurso para o desenvolvimento humano

Sexta, 11 Julho 2014 12:56 Escrito por  Filhas de Maria Auxiliadora
Nos últimos dias estão sendo divulgadas várias notícias sobre o desembarque de milhares de migrantes provenientes dos países da África e do Oriente Médio, que estão chegando às costas europeias do Sul, a bordo de embarcações arruinadas.  Entre eles, há muitas mulheres e crianças. Muitos deles são impulsionados a deixar suas casas e sua pátria em decorrência da pobreza, mas muitas vezes é a guerra e a violência que os convencem a empreender viagens perigosas - que com frequência terminam em tragédia.

O cardeal salesiano Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) e presidente da Caritas Internacional, falando na Conferência Nacional sobre Migrações, aberta na segunda feira, dia 7 de julho, em Washington, Estados Unidos, começou dizendo: “dois terços dos jogadores de futebol desta Copa Mundial são imigrados”, alertou. “Quando escuto histórias de migrantes que empreendem viagens de centenas de quilômetros, fico admirado de sua coragem e determinação”, disse o purpurado, destacando a coragem, mas também o medo e os traumas que os migrantes sofrem. 

“Os migrantes estão sujeitos a abusos, exploração e violências. As crianças terminam nas mãos dos traficantes de droga, das organizações criminosas e do tráfico de seres humanos, dos oficiais corruptos”. E, no entanto, não parece serem eles os que ficam mais assustados: “quando vejo como a comunidade internacional reage à crise dos migrantes, pergunto-me quem são os mais assustados: os migrantes ou os países para os quais eles se dirigem? Países nos quais os migrantes são presos, abandonados, expulsos e onde lhes é impedido começar uma nova vida.  “Imaginem se São Paulo tivesse procurado entrar na Europa hoje: teria sido classificado como clandestino e mandado de volta à sua casa”, diz o purpurado.
 

O cardeal Maradiaga se detém ainda sobre a importância da educação: “garantir os direitos das crianças migrantes é o último passo, mas precisamos também trabalhar para assegurar o desenvolvimento da pessoa em sua inteireza com a instrução, a formação e o crescimento espiritual”. “A migração é parte do desenvolvimento humano – acrescenta o cardeal. Os migrantes trazem consigo habilidades e mão de obra; são um recurso”.  Algumas irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) estão trabalhando em zonas de “desembarque” dos migrantes. Algumas de suas comunidades se preocupam em hospedar e agir de modo que quem acabou de chegar encontre uma acolhida digna. Mas além de agir na emergência, o trabalho educativo das FMA as levam a refletir sobre os temas da integração, da interculturalidade e da harmonização das diferenças.

 

Filhas de Maria Auxiliadora

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Última modificação em Sexta, 11 Julho 2014 13:48

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Migrantes: um recurso para o desenvolvimento humano

Sexta, 11 Julho 2014 12:56 Escrito por  Filhas de Maria Auxiliadora
Nos últimos dias estão sendo divulgadas várias notícias sobre o desembarque de milhares de migrantes provenientes dos países da África e do Oriente Médio, que estão chegando às costas europeias do Sul, a bordo de embarcações arruinadas.  Entre eles, há muitas mulheres e crianças. Muitos deles são impulsionados a deixar suas casas e sua pátria em decorrência da pobreza, mas muitas vezes é a guerra e a violência que os convencem a empreender viagens perigosas - que com frequência terminam em tragédia.

O cardeal salesiano Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) e presidente da Caritas Internacional, falando na Conferência Nacional sobre Migrações, aberta na segunda feira, dia 7 de julho, em Washington, Estados Unidos, começou dizendo: “dois terços dos jogadores de futebol desta Copa Mundial são imigrados”, alertou. “Quando escuto histórias de migrantes que empreendem viagens de centenas de quilômetros, fico admirado de sua coragem e determinação”, disse o purpurado, destacando a coragem, mas também o medo e os traumas que os migrantes sofrem. 

“Os migrantes estão sujeitos a abusos, exploração e violências. As crianças terminam nas mãos dos traficantes de droga, das organizações criminosas e do tráfico de seres humanos, dos oficiais corruptos”. E, no entanto, não parece serem eles os que ficam mais assustados: “quando vejo como a comunidade internacional reage à crise dos migrantes, pergunto-me quem são os mais assustados: os migrantes ou os países para os quais eles se dirigem? Países nos quais os migrantes são presos, abandonados, expulsos e onde lhes é impedido começar uma nova vida.  “Imaginem se São Paulo tivesse procurado entrar na Europa hoje: teria sido classificado como clandestino e mandado de volta à sua casa”, diz o purpurado.
 

O cardeal Maradiaga se detém ainda sobre a importância da educação: “garantir os direitos das crianças migrantes é o último passo, mas precisamos também trabalhar para assegurar o desenvolvimento da pessoa em sua inteireza com a instrução, a formação e o crescimento espiritual”. “A migração é parte do desenvolvimento humano – acrescenta o cardeal. Os migrantes trazem consigo habilidades e mão de obra; são um recurso”.  Algumas irmãs Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) estão trabalhando em zonas de “desembarque” dos migrantes. Algumas de suas comunidades se preocupam em hospedar e agir de modo que quem acabou de chegar encontre uma acolhida digna. Mas além de agir na emergência, o trabalho educativo das FMA as levam a refletir sobre os temas da integração, da interculturalidade e da harmonização das diferenças.

 

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