A fé que floresce na guerra

Terça, 04 Fevereiro 2014 22:21 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano - ANS
Foi nos primeiros dias do Ano Novo que o mundo salesiano presenciara mais uma, dentre milhares de mortes derivadas da guerra civil que atinge a Síria desde 2011.

No dia 3 de janeiro, um grupo de meninos oratorianos esperava pelo ônibus na parada do “Midàn”, região de Alepo, capital da Síria, para ir ao oratório, quando duas bombas caíram próximas ao local onde estavam. Jack Salloum, aluno da sexta elementar, foi atingido mortalmente, tornando-se mais uma jovem vítima da guerra. Muitos dos demais jovens do grupo ficaram feridos.

A reportagem publicada pela Agência de Notícias Salesiana (ANS) relata que padre Georges Fattal, diretor da obra salesiana da qual os garotos faziam parte, e a diretora da catequese, Rania Selukji, foram os emissários da triste notícia aos familiares do jovem morto.

O episódio comoveu toda a Família Salesiana, na Síria e ao redor do mundo. Mereceu também um pronunciamento do reitor-mor, padre Pascual Chavez: “Enquanto confiamos a Deus este novo ‘Domingos Sávio', que foi transplantado para o 'Jardim Salesiano', pedimos que conceda o maior conforto espiritual a seus pais e a todos os familiares, e o dom da paz a essa dilacerada terra da Síria”.

 

Oração do papa

Nas falas e nas orações do papa Francisco, ele também clamou pelo fim dos conflitos: “Peço ao Senhor que alcance o coração de todos, para que, buscando unicamente o bem do povo sírio, que já sofreu tanto, não economizem esforços para alcançar de forma urgente, o fim da violência e do conflito”.

O Vaticano participou da conferência de paz sobre a Síria, realizada em janeiro, na cidade suíça de Montreux, onde, pela primeira vez desde o início do conflito, em março de 2011, representantes do regime do presidente Bashar al-Assad e da oposição no exílio, sentaram à mesa de negociação, além de representantes de 40 países e de organizações internacionais.

 

Os números da guerra

Em 33 meses, já se contam 11.000 crianças vitimadas pela guerra. O Fundo para a Infância das Nações Unidas (UNICEF) estima que cerca de um milhão de refugiados sírios sejam crianças. Deste total, cerca de meio milhão tem menos de cinco anos, 5.000 estão separadas das famílias e mais de três milhões foram obrigadas a sair de suas casas no interior da Síria.

 

Presença salesiana

Os Salesianos de Dom Bosco (SDB) e as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na Síria trabalham ininterruptamente para acolher feridos, doentes, pessoas que ficaram sozinhas por causa da guerra e também, os tantos jovens que foram, de alguma forma, atingidos pela violência da guerra e precisam de amparo.

O Hospital Italiano de Damasco, no bairro de Mazraa, é dirigido pelas irmãs FMA. Há dois anos socorrem gratuitamente os feridos pelos bombardeios que atingem a região. “Houve dias em que chegaram 30 feridos: alojamos também pelos corredores, fazendo tudo o que médicos, enfermeiros, irmãs puderam fazer”, conta a diretora, irmã Annamaria Scarsella.

 

Referência

O hospital conta com 55 leitos e 70 médicos e é hoje um ponto de referência para a população. Tal como o vizinho oratório e o centro de catequese dos Salesianos, frequentado por 200 crianças e 300 jovens. O centro zela também pela distribuição de alimentos às famílias em dificuldade e o hospital oferece atividades de auxílio psicológico, cursos de formação e apoio escolar. “Acolhemos crianças e adolescentes cristãos de qualquer rito”, sublinha o padre Alejandro José León, SDB, missionário da Venezuela.

“As famílias em dificuldade em nossa comunidade são muitas”, conta o padre León. “Todos foram atingidos pela guerra. Há quem tenha tido um primo morto, um amigo ou um vizinho. Nessa situação há quem diga: ‘Se Deus existe, como pode permitir tudo isto?’ Mas outros, que antes vinham ao oratório somente para brincar, agora me dizem: “«Abu», entendi: nada mais há senão Deus’. Entre os nossos jovens há um reflorescimento da fé e uma volta à vida evangélica”.

Com informações da InfoANS

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Última modificação em Sexta, 29 Agosto 2014 11:59

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A fé que floresce na guerra

Terça, 04 Fevereiro 2014 22:21 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano - ANS
Foi nos primeiros dias do Ano Novo que o mundo salesiano presenciara mais uma, dentre milhares de mortes derivadas da guerra civil que atinge a Síria desde 2011.

No dia 3 de janeiro, um grupo de meninos oratorianos esperava pelo ônibus na parada do “Midàn”, região de Alepo, capital da Síria, para ir ao oratório, quando duas bombas caíram próximas ao local onde estavam. Jack Salloum, aluno da sexta elementar, foi atingido mortalmente, tornando-se mais uma jovem vítima da guerra. Muitos dos demais jovens do grupo ficaram feridos.

A reportagem publicada pela Agência de Notícias Salesiana (ANS) relata que padre Georges Fattal, diretor da obra salesiana da qual os garotos faziam parte, e a diretora da catequese, Rania Selukji, foram os emissários da triste notícia aos familiares do jovem morto.

O episódio comoveu toda a Família Salesiana, na Síria e ao redor do mundo. Mereceu também um pronunciamento do reitor-mor, padre Pascual Chavez: “Enquanto confiamos a Deus este novo ‘Domingos Sávio', que foi transplantado para o 'Jardim Salesiano', pedimos que conceda o maior conforto espiritual a seus pais e a todos os familiares, e o dom da paz a essa dilacerada terra da Síria”.

 

Oração do papa

Nas falas e nas orações do papa Francisco, ele também clamou pelo fim dos conflitos: “Peço ao Senhor que alcance o coração de todos, para que, buscando unicamente o bem do povo sírio, que já sofreu tanto, não economizem esforços para alcançar de forma urgente, o fim da violência e do conflito”.

O Vaticano participou da conferência de paz sobre a Síria, realizada em janeiro, na cidade suíça de Montreux, onde, pela primeira vez desde o início do conflito, em março de 2011, representantes do regime do presidente Bashar al-Assad e da oposição no exílio, sentaram à mesa de negociação, além de representantes de 40 países e de organizações internacionais.

 

Os números da guerra

Em 33 meses, já se contam 11.000 crianças vitimadas pela guerra. O Fundo para a Infância das Nações Unidas (UNICEF) estima que cerca de um milhão de refugiados sírios sejam crianças. Deste total, cerca de meio milhão tem menos de cinco anos, 5.000 estão separadas das famílias e mais de três milhões foram obrigadas a sair de suas casas no interior da Síria.

 

Presença salesiana

Os Salesianos de Dom Bosco (SDB) e as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) presentes na Síria trabalham ininterruptamente para acolher feridos, doentes, pessoas que ficaram sozinhas por causa da guerra e também, os tantos jovens que foram, de alguma forma, atingidos pela violência da guerra e precisam de amparo.

O Hospital Italiano de Damasco, no bairro de Mazraa, é dirigido pelas irmãs FMA. Há dois anos socorrem gratuitamente os feridos pelos bombardeios que atingem a região. “Houve dias em que chegaram 30 feridos: alojamos também pelos corredores, fazendo tudo o que médicos, enfermeiros, irmãs puderam fazer”, conta a diretora, irmã Annamaria Scarsella.

 

Referência

O hospital conta com 55 leitos e 70 médicos e é hoje um ponto de referência para a população. Tal como o vizinho oratório e o centro de catequese dos Salesianos, frequentado por 200 crianças e 300 jovens. O centro zela também pela distribuição de alimentos às famílias em dificuldade e o hospital oferece atividades de auxílio psicológico, cursos de formação e apoio escolar. “Acolhemos crianças e adolescentes cristãos de qualquer rito”, sublinha o padre Alejandro José León, SDB, missionário da Venezuela.

“As famílias em dificuldade em nossa comunidade são muitas”, conta o padre León. “Todos foram atingidos pela guerra. Há quem tenha tido um primo morto, um amigo ou um vizinho. Nessa situação há quem diga: ‘Se Deus existe, como pode permitir tudo isto?’ Mas outros, que antes vinham ao oratório somente para brincar, agora me dizem: “«Abu», entendi: nada mais há senão Deus’. Entre os nossos jovens há um reflorescimento da fé e uma volta à vida evangélica”.

Com informações da InfoANS

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