Dom Bosco sobrevoa as Ilhas Felizes

Quinta, 24 Outubro 2013 14:47 Escrito por  Luciano Capelli
O olhar profundo nos olhos e o sorriso sereno de Dom Bosco sempre têm feito o milagre de abrir os caminhos e também, acreditamos, os corações de muitos jovens. Na Oceania, em um dos locais mais distantes do globo, a ação salesiana se faz presente nas Ilhas Salomão – as “Ilhas Felizes”.

O oceano se chama Pacífico, as Ilhas são denominadas "felizes" e os folhetos turísticos falam de Paraíso. A realidade é diferente.

A situação de pobreza é geral e difundida em quase todas as aldeias. Estamos localizados em ilhas isoladas, que ainda não entraram em contato direto com o mundo moderno. A falta de tecnologia, indústria e trabalho mantém as pessoas dos vilarejos em uma relação direta com a floresta e o oceano que oferecem o necessário para sobreviver.

Uma batata-doce, um côco e mastigar um ‘betel’ (tipo de noz) ao dia é o suficiente para ser feliz. Nas Ilhas Felizes, "ilhas despreocupadas", vivemos daquilo que a terra e o mar dão grátis diariamente.

O verdadeiro problema é a sobrevivência, especialmente em casos de emergências causadas pelas alterações climáticas, elevação do nível e aquecimento do mar, migração forçada promovida  pela  poluição da água causada pelo tsunami de 2007, a falta de água potável quando não chove por um longo período.

A distância entre uma ilha e outra, a falta de comunicação, comércio e negócios, por causa do alto custo do transporte por mar, e ainda maior por via aérea, são obstáculos intransponíveis para a saúde e a educação.

Muitas vilas, com poucas pessoas, separadas por distâncias inacessíveis pelos meios à sua disposição, causam uma situação de constante estado de emergência na educação (falta de professores) e de saúde (falta de instalações). Aqui há uma alta mortalidade infantil (o nascimento é um momento de grande festa no Pacífico, porque poucas pessoas conseguem realizar esse objetivo), a fragilidade dos sindicatos das jovens democracias, como se vê claramente em Papua, na ilha de Bougainville, e na tensa situação nas Ilhas Salomão.

 

A ‘jovem’ presença salesiana nas Ilhas Salomão

A surpresa fica a poucos metros do principal aeroporto das Ilhas Salomão: uma série de edifícios bem construídos e pintados com bom gosto. Está escrito "Escola Técnica Dom Bosco".

Aqui, das províncias vizinhas e de áreas rurais, vem uma massa de adolescentes a procurar um futuro melhor. A perspectiva que têm é uma vida cinzenta, sem emprego de verdade, nenhuma habilidade, sem casa. A Escola Dom Bosco é uma miragem no deserto. Aqui, a maioria da população é jovem. Um lugar ideal para os salesianos.

A Inspetoria japonesa assumiu a responsabilidade da missão em 1995 e enviou três irmãos para a paróquia de Tetere, a 30km a leste da capital Honiara. A paróquia é formada pelo núcleo central de trabalhadores na plantação de palma da SIPL (Solomon Island Plantation Limited), todos provenientes da Ilha de Malaita. As várias aldeias da paróquia estão em áreas remotas, de difícil acesso e são habitadas por "tribos" da ilha de Guadalcanal, que é proprietária do terreno (por lei tribal). Com a explosão da tensão social, em maio de 1999, a comunidade cristã é dividida entre as pessoas da tribo da ilha de Guadalcanal (bastante pacífica e passiva) e a população de Malaita, de caráter mais agressivo, que teve de ceder e retornar para a ilha de origem ou refugiar-se na Capital. A vida destas famílias (muitos nasceram aqui) foi apagada em um instante. Todo o trabalho de evangelização de 100 anos não conseguiu erradicar o ódio étnico.

Os guerrilheiros, todos muito jovens, tentaram armar-se para defender suas aldeias. Todas as poucas estradas foram bloqueadas. A plantação permanece fechada desde maio de 1999.

O trabalho na paróquia consistia em estar o mais próximo possível das pessoas. Uma "presença" que procurou dar segurança à população, oferecendo o centro para os mais de 500 refugiados por três meses. Enquanto as poucas embaixadas proibiram seus cidadãos de sair de Honiara, nós salesianos cuidamos das necessidades diárias das pessoas comuns nas aldeias, independente da tribo ou religião: o mercado, os doentes, os idosos, as emergências. O senhor Francisco Tanaka, um coadjutor japonês, é querido, respeitado e amado por eles. Como "permissão para passar", temos a ele e às palavras "Dom Bosco" escritas na caminhonete e no Jeep.

Mais de uma vez, tivemos encontros com os guerrilheiros pouco convencidos de nosso privilégio de "passe livre". O olhar profundo nos olhos e o sorriso sereno de Dom Bosco sempre têm feito o milagre de abrir os caminhos e também, acreditamos, os corações de muitos jovens guerrilheiros, que são vistos desfrutando da vida de Dom Bosco por meio das histórias em quadrinhos, junto com um pouco de tabaco.

Somente um encontro foi mais perigoso, mas milagrosamente terminou sem tragédia, com a perda de uma única carga de alimentos para os refugiados. O senhor Tanaka viu uma arma apontada para sua nuca, entregou a carga, mas não a caminhonete, que continua até hoje no serviço de caridade, como ambulância, ônibus e meio de transporte de produtos do mercado.

 

A primeira presença educativa salesiana em Honiara

Em setembro de 2000, o ponto culminante da guerra étnica, Dom Bosco abriu a sua primeira presença educativa na Capital Honiara. O "Dom Bosco" aberto aos jovens de todos os grupos étnicos queria dar uma mensagem para a nação e para a Capital, principalmente em um momento de grande conflito: "Deus ama os jovens dessa nação independente da região étnica à qual pertença".

Hoje há uma realidade próspera gerada pela atividade missionária salesiana nas Ilhas Salomão: uma escola técnica na Capital Honiara, para os jovens rejeitados pelo sistema nacional de educação, altamente seletivo com uma comunidade de irmãs Filhas de Maria Auxiliadora que apoia a obra cuidando das meninas, seja na escola, seja em um albergue; uma escola agrícola no centro da ilha de Guadalcanal, parte de uma paróquia que atende várias comunidades de base nas diferentes aldeias; um hospital gerido por um segundo grupo de freiras (Irmãs de Misericórdia de Asti) que presta o serviço de atendimento às mães e crianças na área de mais alta taxa de mortalidade de crianças e mães pela falta de assistência antes, durante e após o parto.

Muito está sendo feito, graças aos muitos grupos de voluntários que ajudam os salesianos.

 

Os heróis da última fronteira

"Mas a nossa esperança é bem fundamentada", diz dom Luciano Capelli, o dinâmico bispo salesiano de Gizo, a segunda maior cidade das ilhas. "Devemos tudo ao sacrifício heróico dos sacerdotes missionários nestes confins da terra. Muitos missionários morreram de malária e fome, não excluindo outros mártires e vítimas de canibalismo no início da missão. Eu já conheci muitos dos primeiros missionários agora repatriados ou mortos: muitos deles (mas não todos), sem rancor ou culpa, nenhum se lamentou, com amargura, pelo fato de que eles foram enviados, entregues a si mesmos, e desasistidos. Os missionários implantaram a Igreja, formaram os catequistas, visitaram e construíram as comunidades eclesiais em todo o país, divididos ‘fraternalmente’ entre as várias denominações cristãs, pelos colonizadores britânicos. Não é exagero se dissermos que os catequistas têm mantido viva a fé em muitas dessas comunidades onde o sacerdote não poderia vir sequer uma vez por ano.

Eu vi e experimentei pessoalmente o que, há mais de um século, os primeiros missionários experimentaram: o isolamento entre as diversas e distantes ilhas, as tribos, a falta de comunicação, as inúmeras línguas e dialetos entre as diversas ilhas, as três línguas presentes na mesma paróquia que eu dirigi por 5 anos, a dificuldade das crianças em frequentar as escolas primárias devido à distância, ao clima tropical, aos mosquitos, à malária, a falta de cuidados de saúde nas comunidades isoladas.

Há três anos e meio sou pastor de 12.500 almas perdidas em inúmeras ilhas e vilas na costa e na província ocidental das Ilhas Salomão. Seis paróquias, com centenas de pequenas comunidades dispersas e isoladas. Nós celebramos 50 anos da diocese este ano. Em 50 anos, a diocese teve cinco sacerdotes diocesanos: dois morreram, dois deixaram o sacerdócio, um é sacerdote há três anos e meio... A diocese tem um padre e um bispo, ambos presentes na diocese de três anos e meio. Alguém se admira?"

 

O impacto da religião na vida das pessoas

E o resultado desse trabalho? "A população das Ilhas Salomão é sinceramente religiosa, crê e ‘celebra’ brilhantemente bem a religião de um modo bonito e aculturado". Canções, música, danças, decorações, envolvimento dos jovens distinguem cada celebração litúrgica.

Cada salomonese pertence a uma denominação cristã (40% anglicana, 20% católica, 10% metodista). O restante pertence a outras seitas, incluindo uma seita que é inspirada nas práticas do paganismo da era pré-cristã. Em seu trabalho de evangelização e desenvolvimento humano, as várias igrejas nem sempre conseguem trabalhar juntas e para evitar ‘proselitismo’ ou a ‘competição’. Talvez possamos dizer que a melhor escola do ateísmo é uma religião que não é bem vista, com os valores cristãos que não afetam a sua vida diária.

Monsenhor Capelli sorri e olha para o horizonte, que aqui parece verdadeiramente infinito. "Acreditamos profundamente que chegou o momento certo para o espírito de Dom Bosco na Oceania." O espírito é sempre o dos lendários, heróicos missionários, porém, em vez da canoa e do cavalo, monsenhor Capelli pilota seu avião ultraleve para não esquecer nenhum dos seus. Nenhum sequer.

Artigo originalmente publicado em Bollettino Salesiano – Itália, em junho de 2013. Tradução: Elaine Tozetto

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Última modificação em Sexta, 29 Agosto 2014 12:02

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Dom Bosco sobrevoa as Ilhas Felizes

Quinta, 24 Outubro 2013 14:47 Escrito por  Luciano Capelli
O olhar profundo nos olhos e o sorriso sereno de Dom Bosco sempre têm feito o milagre de abrir os caminhos e também, acreditamos, os corações de muitos jovens. Na Oceania, em um dos locais mais distantes do globo, a ação salesiana se faz presente nas Ilhas Salomão – as “Ilhas Felizes”.

O oceano se chama Pacífico, as Ilhas são denominadas "felizes" e os folhetos turísticos falam de Paraíso. A realidade é diferente.

A situação de pobreza é geral e difundida em quase todas as aldeias. Estamos localizados em ilhas isoladas, que ainda não entraram em contato direto com o mundo moderno. A falta de tecnologia, indústria e trabalho mantém as pessoas dos vilarejos em uma relação direta com a floresta e o oceano que oferecem o necessário para sobreviver.

Uma batata-doce, um côco e mastigar um ‘betel’ (tipo de noz) ao dia é o suficiente para ser feliz. Nas Ilhas Felizes, "ilhas despreocupadas", vivemos daquilo que a terra e o mar dão grátis diariamente.

O verdadeiro problema é a sobrevivência, especialmente em casos de emergências causadas pelas alterações climáticas, elevação do nível e aquecimento do mar, migração forçada promovida  pela  poluição da água causada pelo tsunami de 2007, a falta de água potável quando não chove por um longo período.

A distância entre uma ilha e outra, a falta de comunicação, comércio e negócios, por causa do alto custo do transporte por mar, e ainda maior por via aérea, são obstáculos intransponíveis para a saúde e a educação.

Muitas vilas, com poucas pessoas, separadas por distâncias inacessíveis pelos meios à sua disposição, causam uma situação de constante estado de emergência na educação (falta de professores) e de saúde (falta de instalações). Aqui há uma alta mortalidade infantil (o nascimento é um momento de grande festa no Pacífico, porque poucas pessoas conseguem realizar esse objetivo), a fragilidade dos sindicatos das jovens democracias, como se vê claramente em Papua, na ilha de Bougainville, e na tensa situação nas Ilhas Salomão.

 

A ‘jovem’ presença salesiana nas Ilhas Salomão

A surpresa fica a poucos metros do principal aeroporto das Ilhas Salomão: uma série de edifícios bem construídos e pintados com bom gosto. Está escrito "Escola Técnica Dom Bosco".

Aqui, das províncias vizinhas e de áreas rurais, vem uma massa de adolescentes a procurar um futuro melhor. A perspectiva que têm é uma vida cinzenta, sem emprego de verdade, nenhuma habilidade, sem casa. A Escola Dom Bosco é uma miragem no deserto. Aqui, a maioria da população é jovem. Um lugar ideal para os salesianos.

A Inspetoria japonesa assumiu a responsabilidade da missão em 1995 e enviou três irmãos para a paróquia de Tetere, a 30km a leste da capital Honiara. A paróquia é formada pelo núcleo central de trabalhadores na plantação de palma da SIPL (Solomon Island Plantation Limited), todos provenientes da Ilha de Malaita. As várias aldeias da paróquia estão em áreas remotas, de difícil acesso e são habitadas por "tribos" da ilha de Guadalcanal, que é proprietária do terreno (por lei tribal). Com a explosão da tensão social, em maio de 1999, a comunidade cristã é dividida entre as pessoas da tribo da ilha de Guadalcanal (bastante pacífica e passiva) e a população de Malaita, de caráter mais agressivo, que teve de ceder e retornar para a ilha de origem ou refugiar-se na Capital. A vida destas famílias (muitos nasceram aqui) foi apagada em um instante. Todo o trabalho de evangelização de 100 anos não conseguiu erradicar o ódio étnico.

Os guerrilheiros, todos muito jovens, tentaram armar-se para defender suas aldeias. Todas as poucas estradas foram bloqueadas. A plantação permanece fechada desde maio de 1999.

O trabalho na paróquia consistia em estar o mais próximo possível das pessoas. Uma "presença" que procurou dar segurança à população, oferecendo o centro para os mais de 500 refugiados por três meses. Enquanto as poucas embaixadas proibiram seus cidadãos de sair de Honiara, nós salesianos cuidamos das necessidades diárias das pessoas comuns nas aldeias, independente da tribo ou religião: o mercado, os doentes, os idosos, as emergências. O senhor Francisco Tanaka, um coadjutor japonês, é querido, respeitado e amado por eles. Como "permissão para passar", temos a ele e às palavras "Dom Bosco" escritas na caminhonete e no Jeep.

Mais de uma vez, tivemos encontros com os guerrilheiros pouco convencidos de nosso privilégio de "passe livre". O olhar profundo nos olhos e o sorriso sereno de Dom Bosco sempre têm feito o milagre de abrir os caminhos e também, acreditamos, os corações de muitos jovens guerrilheiros, que são vistos desfrutando da vida de Dom Bosco por meio das histórias em quadrinhos, junto com um pouco de tabaco.

Somente um encontro foi mais perigoso, mas milagrosamente terminou sem tragédia, com a perda de uma única carga de alimentos para os refugiados. O senhor Tanaka viu uma arma apontada para sua nuca, entregou a carga, mas não a caminhonete, que continua até hoje no serviço de caridade, como ambulância, ônibus e meio de transporte de produtos do mercado.

 

A primeira presença educativa salesiana em Honiara

Em setembro de 2000, o ponto culminante da guerra étnica, Dom Bosco abriu a sua primeira presença educativa na Capital Honiara. O "Dom Bosco" aberto aos jovens de todos os grupos étnicos queria dar uma mensagem para a nação e para a Capital, principalmente em um momento de grande conflito: "Deus ama os jovens dessa nação independente da região étnica à qual pertença".

Hoje há uma realidade próspera gerada pela atividade missionária salesiana nas Ilhas Salomão: uma escola técnica na Capital Honiara, para os jovens rejeitados pelo sistema nacional de educação, altamente seletivo com uma comunidade de irmãs Filhas de Maria Auxiliadora que apoia a obra cuidando das meninas, seja na escola, seja em um albergue; uma escola agrícola no centro da ilha de Guadalcanal, parte de uma paróquia que atende várias comunidades de base nas diferentes aldeias; um hospital gerido por um segundo grupo de freiras (Irmãs de Misericórdia de Asti) que presta o serviço de atendimento às mães e crianças na área de mais alta taxa de mortalidade de crianças e mães pela falta de assistência antes, durante e após o parto.

Muito está sendo feito, graças aos muitos grupos de voluntários que ajudam os salesianos.

 

Os heróis da última fronteira

"Mas a nossa esperança é bem fundamentada", diz dom Luciano Capelli, o dinâmico bispo salesiano de Gizo, a segunda maior cidade das ilhas. "Devemos tudo ao sacrifício heróico dos sacerdotes missionários nestes confins da terra. Muitos missionários morreram de malária e fome, não excluindo outros mártires e vítimas de canibalismo no início da missão. Eu já conheci muitos dos primeiros missionários agora repatriados ou mortos: muitos deles (mas não todos), sem rancor ou culpa, nenhum se lamentou, com amargura, pelo fato de que eles foram enviados, entregues a si mesmos, e desasistidos. Os missionários implantaram a Igreja, formaram os catequistas, visitaram e construíram as comunidades eclesiais em todo o país, divididos ‘fraternalmente’ entre as várias denominações cristãs, pelos colonizadores britânicos. Não é exagero se dissermos que os catequistas têm mantido viva a fé em muitas dessas comunidades onde o sacerdote não poderia vir sequer uma vez por ano.

Eu vi e experimentei pessoalmente o que, há mais de um século, os primeiros missionários experimentaram: o isolamento entre as diversas e distantes ilhas, as tribos, a falta de comunicação, as inúmeras línguas e dialetos entre as diversas ilhas, as três línguas presentes na mesma paróquia que eu dirigi por 5 anos, a dificuldade das crianças em frequentar as escolas primárias devido à distância, ao clima tropical, aos mosquitos, à malária, a falta de cuidados de saúde nas comunidades isoladas.

Há três anos e meio sou pastor de 12.500 almas perdidas em inúmeras ilhas e vilas na costa e na província ocidental das Ilhas Salomão. Seis paróquias, com centenas de pequenas comunidades dispersas e isoladas. Nós celebramos 50 anos da diocese este ano. Em 50 anos, a diocese teve cinco sacerdotes diocesanos: dois morreram, dois deixaram o sacerdócio, um é sacerdote há três anos e meio... A diocese tem um padre e um bispo, ambos presentes na diocese de três anos e meio. Alguém se admira?"

 

O impacto da religião na vida das pessoas

E o resultado desse trabalho? "A população das Ilhas Salomão é sinceramente religiosa, crê e ‘celebra’ brilhantemente bem a religião de um modo bonito e aculturado". Canções, música, danças, decorações, envolvimento dos jovens distinguem cada celebração litúrgica.

Cada salomonese pertence a uma denominação cristã (40% anglicana, 20% católica, 10% metodista). O restante pertence a outras seitas, incluindo uma seita que é inspirada nas práticas do paganismo da era pré-cristã. Em seu trabalho de evangelização e desenvolvimento humano, as várias igrejas nem sempre conseguem trabalhar juntas e para evitar ‘proselitismo’ ou a ‘competição’. Talvez possamos dizer que a melhor escola do ateísmo é uma religião que não é bem vista, com os valores cristãos que não afetam a sua vida diária.

Monsenhor Capelli sorri e olha para o horizonte, que aqui parece verdadeiramente infinito. "Acreditamos profundamente que chegou o momento certo para o espírito de Dom Bosco na Oceania." O espírito é sempre o dos lendários, heróicos missionários, porém, em vez da canoa e do cavalo, monsenhor Capelli pilota seu avião ultraleve para não esquecer nenhum dos seus. Nenhum sequer.

Artigo originalmente publicado em Bollettino Salesiano – Itália, em junho de 2013. Tradução: Elaine Tozetto

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