Aos 19 anos, ela integra o grupo de 12 jovens selecionados para representar os biomas brasileiros. A escolha de Eloize ocorreu após sua participação na Plenária Preparatória das Juventudes dos Biomas, em Campo Grande, MS, que reuniu mais de 100 jovens ativistas de todo o estado. No evento, eles apresentaram propostas e defenderam seus projetos para representar os biomas brasileiros na COP. Eloize foi a mais votada entre os representantes do Pantanal, conquistando uma das duas vagas destinadas à região.
Trajetória marcada pela educação e pela ciência
Nascida e criada em Corumbá, Eloize cresceu entre as histórias do pai pescador e os livros da mãe educadora. Na escola pública e na Cidade Dom Bosco, ela descobriu a sua vocação científica e iniciou o ativismo ambiental.
Durante a sua caminhada, Eloize destacou a importância da representatividade. “Sou negra, de escola pública, pesquisadora e pantaneira. Vivo essa representatividade todos os dias e quero inspirar outros jovens a fazerem o mesmo”, afirmou.
Espaço conquistado pela juventude
Ao longo de sua trajetória, Eloize participou de diversas atividades formativas na Cidade Dom Bosco, que contribuíram para o desenvolvimento pessoal e comunitário. Ela foi educanda do Programa Crianças e Adolescentes Felizes (PCAF), onde integrou a oficina de Libras; participou de várias edições da Colônia de Férias, primeiro como educanda e depois como monitora; integrou o Programa Adolescente Aprendiz; e esteve presente em momentos marcantes como a Jornada Salesiana (JS) e a Jornada Salesiana da Juventude (JSJ).
Em 2024, representou a juventude corumbaense durante a visita do Reitor-mor agora cardeal, Angel Fernández Artime, consolidando a sua atuação como voz jovem dentro da Rede Salesiana.
A preparação da jovem incluiu participação em projetos de pesquisa, atividades comunitárias e experiências de liderança juvenil. Esse percurso fortaleceu a sua voz no debate climático e assegurou a sua presença na COP-30 como representante do Pantanal.
Cidade Dom Bosco e a missão educativa
A caminhada de Eloize também é marcada pela espiritualidade salesiana. Ex-educanda da Cidade Dom Bosco, ela recorda com carinho momentos de fé vividos na instituição e em sua paróquia, que a ajudaram a enfrentar a ansiedade antes do vestibular e a fortalecer sua confiança nos próprios sonhos.
“Houve um período em que eu estava muito nervosa com a aprovação na UFMS. Foi quando participei da novena de São João Bosco, onde senti paz e força para continuar acreditando. Guardo até hoje a medalha que recebi nesse dia e lembro da minha oração: que Dom Bosco intercedesse pelo meu sonho de seguir na ciência”, relembra.
Fé, compromisso e futuro
Entre fé e ciência, Eloize consolidou a sua trajetória no ativismo socioambiental e agora amplia seu alcance internacional. Sua presença na COP-30 simboliza a força da juventude pantaneira e o impacto da educação transformadora.
Para Eloize, estar na COP-30 é mais do que uma conquista pessoal. “Carrego comigo as histórias da minha cidade, da minha família e do Pantanal. Quero levar a voz das comunidades pantaneiras, mostrar que os jovens daqui fazem ciência, têm representatividade e querem lutar por um futuro sustentável”, afirma.
Para o coordenador da Cidade Dom Bosco, histórias como a de Eloize reforçam a missão da instituição em formar cidadãos conscientes, solidários e preparados para enfrentar os desafios da sociedade, sempre valorizando a educação, a fé e a cultura da proteção.
“Ver uma ex-educanda, como a Eloize, chegar tão longe nos enche de orgulho. Ela representa não apenas a juventude pantaneira, mas também a força transformadora da educação. É a prova viva de que quando acreditamos e investimos em nossos jovens, eles podem ocupar qualquer espaço”, afirma Fernando Melgar, coordenador da Cidade Dom Bosco.
Com informações: Correio de Corumbá
Missão Salesiana de Mato Grosso
