Salesiano missionário Joseph Tran Vãn Lich será ordenado presbítero

Sexta, 04 Dezembro 2020 16:44 Escrito por  Euclides Fernandes
No sábado, dia 5 de dezembro, o diácono Trãn Lich recebe o segundo estágio do sacramento da ordem, em São Paulo. A celebração vai coroar um processo de entrega da vida a Deus, no estilo de Dom Bosco.


O sorriso fácil e cativante do diácono Joseph Tran Vãn Lich é a parte visível de uma espiritualidade salesiana vivida no amor a Deus e na alegria de servir aos jovens. Aos 32 anos, o diácono salesiano escolheu como lema para sua ordenação presbiteral: “Não eu, mas a graça de Deus que está comigo”. (1Cor 15, 10b) “Escolhi esse tema pois preciso ter a consciência de que Deus está comigo, Ele que iniciou todas as coisas, os projetos, os sucessos”, explica o salesiano.


Do outro lado do mundo


Nascido no Vietnã, cresceu em família católica e, desde criança, brincava de celebrar a missa em casa, segundo o testemunho dos vizinhos. “Com tempo, ganhei o gosto de ir à igreja para participar da missa ou do culto e sempre aproveitava os momentos que, ao meio dia, muitos adolescentes da paróquia se reuniam para visitar Jesus no Sacrário. Depois dessa visita, voltava para casa e me sentia feliz no meu almoço atrasado”, lembra com bom humor.


A caminhada vocacional surgiu como continuação das atividades paroquiais em que se envolveu desde a infância. “Participei do grupo dos ‘meninos de Jesus Cristo presente na Eucaristia’. Nesse grupo, rezávamos, cantávamos nas missas e brincávamos muito. Muitas vezes, fiquei mais tempo na igreja do que em casa. Quando tinha 15 anos, entrei para o grupo de catequistas da paróquia. Depois de um tempo de formação, comecei a dar catequese às crianças e participar dos encontros de catequistas”, revela Lich.


Vocação em família


Assim, o gosto pelo sagrado, o encantamento pelo mistério dos Sacramentos e o amor por Jesus Cristo foram revelando um chamado ao sacerdócio. Uma de suas irmãs, também religiosa consagrada, o ajudou no discernimento. “Conversava muito com minha irmã, que já estava na caminhada vocacional naquele momento e entendia mais sobre vida religiosa. O que me marcou mais nesse tempo de descoberta foi a diferença entre vida religiosa e vida diocesana. Na vida consagrada, há os votos de pobreza, de obediência e de castidade e, além disso, a vida consagrada é uma vida comunitária”, avalia. A decisão final pesou para o lado da vida religiosa. “Durante tempo de formação inicial, descobri que o motivo principal para a vocação é seguir o Cristo Jesus, aquele que ofereceu sua vida no serviço ao povo e para salvar o povo. Assim, seja na vida consagrada religiosa, seja na vida de um padre diocesano, deve ser Jesus Cristo o centro e o modelo”, conclui.


A vocação missionária veio em seguida. “O Evangelho chegou a minha terra (Ásia) no século XVI pelas mãos dos missionários. Assim, temos também a responsabilidade de partilhar o que recebemos. Somos frutos da evangelização e, por isso, devemos continuar a transmitir o que recebemos”, avalia. Em 2014, ainda durante o tempo de formação inicial, apresentou o pedido para ser missionário. A referência que tinha sobre “missão” era a África, pela pobreza e pela necessidade do povo. O Brasil não estava nem nos sonhos mais distantes. “Quando o Conselho Geral me mandou um e-mail perguntando se eu aceitaria ir para Brasil, levei um susto, pois do Brasil não conhecia nada além de algumas informações sobre futebol e café. Mas depois de muita oração, recordei que tinha combinado com Deus que o nome do primeiro país seria o meu destino”, recorda.


Padre como Dom Bosco


No sábado, dia 5 de dezembro, o diácono Trãn Lich recebe o segundo estágio do sacramento da ordem, em São Paulo. A celebração vai coroar um processo de entrega da vida a Deus, no estilo de Dom Bosco.

Na vida deste salesiano, especialmente, ocorreu uma história invertida. Foi por meio da história de São Domingos Sávio, a que teve acesso através de um livreto perdido na paróquia, que chegou a conhecer São João Bosco. Algo que só aconteceu algum tempo depois, quase por acaso.

“Em 2004, na jornada de juventude da minha arquidiocese, encontrei numa banca de CD e DVD o filme, cujo título é ‘Dom Bosco, Pai, Mestre e Amigo da juventude’. Comprei esse filme na hora e, depois da jornada, assisti várias vezes. Disse comigo: ‘gostaria de ser um padre como Dom Bosco’. Procurei o seminarista que estava no tempo de prática pastoral da paróquia para perguntar se ele tinha alguns livros sobre Dom Bosco. Um dia, ele me chamou e me emprestou dois livros sobre Dom Bosco. Peguei e tirei cópias para guardar e ler com calma. Foram esses dois livros que me ajudaram a ter força para ser um padre como Dom Bosco”, revela. No entanto, o missionário cita algumas outras referências para sua vocação presbiteral, consideradas influências na sua formação religiosa. “Claro que Jesus Cristo é referência para todos nós, especialmente os consagrados e ministros ordenados. Depois, claro, é Dom Bosco. Mas preciso citar o cardeal Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, autor do livro “cinco pães e dois peixes, o caminho da esperança”, também Santo Afonso Maria de Ligório, São Francisco de Sales e, atualmente, o agir do Papa Francisco também me motiva muito nesse caminho da consagração”, avalia Lich.


Humildade


Ainda não há uma definição sobre o lugar onde o missionário deve iniciar o exercício do ministério presbiteral, no entanto, mostra-se imbuído da necessidade de fazê-lo dentro da humildade evangélica. “O que posso realizar é a graça de Deus com o meu esforço. Isto tem tudo a ver com o lema que escolhi desde a primeira minha profissão religiosa: ser humilde em Cristo (Mt 11, 29). Nos dois casos, sou chamado para ser humilde, pois não sou eu que vou atuar, mas a graça de Deus que está comigo”, finaliza.

 


Fonte: Euclides Fernandes - Missão Salesiana de Mato Grosso

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Última modificação em Sexta, 04 Dezembro 2020 16:53

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Salesiano missionário Joseph Tran Vãn Lich será ordenado presbítero

Sexta, 04 Dezembro 2020 16:44 Escrito por  Euclides Fernandes
No sábado, dia 5 de dezembro, o diácono Trãn Lich recebe o segundo estágio do sacramento da ordem, em São Paulo. A celebração vai coroar um processo de entrega da vida a Deus, no estilo de Dom Bosco.


O sorriso fácil e cativante do diácono Joseph Tran Vãn Lich é a parte visível de uma espiritualidade salesiana vivida no amor a Deus e na alegria de servir aos jovens. Aos 32 anos, o diácono salesiano escolheu como lema para sua ordenação presbiteral: “Não eu, mas a graça de Deus que está comigo”. (1Cor 15, 10b) “Escolhi esse tema pois preciso ter a consciência de que Deus está comigo, Ele que iniciou todas as coisas, os projetos, os sucessos”, explica o salesiano.


Do outro lado do mundo


Nascido no Vietnã, cresceu em família católica e, desde criança, brincava de celebrar a missa em casa, segundo o testemunho dos vizinhos. “Com tempo, ganhei o gosto de ir à igreja para participar da missa ou do culto e sempre aproveitava os momentos que, ao meio dia, muitos adolescentes da paróquia se reuniam para visitar Jesus no Sacrário. Depois dessa visita, voltava para casa e me sentia feliz no meu almoço atrasado”, lembra com bom humor.


A caminhada vocacional surgiu como continuação das atividades paroquiais em que se envolveu desde a infância. “Participei do grupo dos ‘meninos de Jesus Cristo presente na Eucaristia’. Nesse grupo, rezávamos, cantávamos nas missas e brincávamos muito. Muitas vezes, fiquei mais tempo na igreja do que em casa. Quando tinha 15 anos, entrei para o grupo de catequistas da paróquia. Depois de um tempo de formação, comecei a dar catequese às crianças e participar dos encontros de catequistas”, revela Lich.


Vocação em família


Assim, o gosto pelo sagrado, o encantamento pelo mistério dos Sacramentos e o amor por Jesus Cristo foram revelando um chamado ao sacerdócio. Uma de suas irmãs, também religiosa consagrada, o ajudou no discernimento. “Conversava muito com minha irmã, que já estava na caminhada vocacional naquele momento e entendia mais sobre vida religiosa. O que me marcou mais nesse tempo de descoberta foi a diferença entre vida religiosa e vida diocesana. Na vida consagrada, há os votos de pobreza, de obediência e de castidade e, além disso, a vida consagrada é uma vida comunitária”, avalia. A decisão final pesou para o lado da vida religiosa. “Durante tempo de formação inicial, descobri que o motivo principal para a vocação é seguir o Cristo Jesus, aquele que ofereceu sua vida no serviço ao povo e para salvar o povo. Assim, seja na vida consagrada religiosa, seja na vida de um padre diocesano, deve ser Jesus Cristo o centro e o modelo”, conclui.


A vocação missionária veio em seguida. “O Evangelho chegou a minha terra (Ásia) no século XVI pelas mãos dos missionários. Assim, temos também a responsabilidade de partilhar o que recebemos. Somos frutos da evangelização e, por isso, devemos continuar a transmitir o que recebemos”, avalia. Em 2014, ainda durante o tempo de formação inicial, apresentou o pedido para ser missionário. A referência que tinha sobre “missão” era a África, pela pobreza e pela necessidade do povo. O Brasil não estava nem nos sonhos mais distantes. “Quando o Conselho Geral me mandou um e-mail perguntando se eu aceitaria ir para Brasil, levei um susto, pois do Brasil não conhecia nada além de algumas informações sobre futebol e café. Mas depois de muita oração, recordei que tinha combinado com Deus que o nome do primeiro país seria o meu destino”, recorda.


Padre como Dom Bosco


No sábado, dia 5 de dezembro, o diácono Trãn Lich recebe o segundo estágio do sacramento da ordem, em São Paulo. A celebração vai coroar um processo de entrega da vida a Deus, no estilo de Dom Bosco.

Na vida deste salesiano, especialmente, ocorreu uma história invertida. Foi por meio da história de São Domingos Sávio, a que teve acesso através de um livreto perdido na paróquia, que chegou a conhecer São João Bosco. Algo que só aconteceu algum tempo depois, quase por acaso.

“Em 2004, na jornada de juventude da minha arquidiocese, encontrei numa banca de CD e DVD o filme, cujo título é ‘Dom Bosco, Pai, Mestre e Amigo da juventude’. Comprei esse filme na hora e, depois da jornada, assisti várias vezes. Disse comigo: ‘gostaria de ser um padre como Dom Bosco’. Procurei o seminarista que estava no tempo de prática pastoral da paróquia para perguntar se ele tinha alguns livros sobre Dom Bosco. Um dia, ele me chamou e me emprestou dois livros sobre Dom Bosco. Peguei e tirei cópias para guardar e ler com calma. Foram esses dois livros que me ajudaram a ter força para ser um padre como Dom Bosco”, revela. No entanto, o missionário cita algumas outras referências para sua vocação presbiteral, consideradas influências na sua formação religiosa. “Claro que Jesus Cristo é referência para todos nós, especialmente os consagrados e ministros ordenados. Depois, claro, é Dom Bosco. Mas preciso citar o cardeal Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, autor do livro “cinco pães e dois peixes, o caminho da esperança”, também Santo Afonso Maria de Ligório, São Francisco de Sales e, atualmente, o agir do Papa Francisco também me motiva muito nesse caminho da consagração”, avalia Lich.


Humildade


Ainda não há uma definição sobre o lugar onde o missionário deve iniciar o exercício do ministério presbiteral, no entanto, mostra-se imbuído da necessidade de fazê-lo dentro da humildade evangélica. “O que posso realizar é a graça de Deus com o meu esforço. Isto tem tudo a ver com o lema que escolhi desde a primeira minha profissão religiosa: ser humilde em Cristo (Mt 11, 29). Nos dois casos, sou chamado para ser humilde, pois não sou eu que vou atuar, mas a graça de Deus que está comigo”, finaliza.

 


Fonte: Euclides Fernandes - Missão Salesiana de Mato Grosso

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